Jayme Rincón: “Marconi já cumpriu mais de 75% de seu plano de governo”

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Presidente da Agetop destaca cumprimento de promessas e diz que governador chegará a 2014 em plenas condições de ser vitorioso nas urnas, caso vá à disputa
Fernando Leite/Jornal Opção
Entre os aliados de primeira hora de seu governo, aqueles nos quais deposita maior confiança, Marconi Perillo tem em Jayme Rincón um dos nomes mais recentes. Os laços entre o governador e o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) são relativamente novos, comparando-os aos com outros auxiliares. Mas não foi à toa ou por acaso que ele acabou sendo o responsável pela coordenação financeira da campanha: Rincón demonstra, em cada palavra, extrema lealdade ao chefe.

Ele também é um dos maiores defensores das ações do governo. Durante a crise política de 2012, foi Jayme Rincón um dos que mais mostraram a cara para retrucar as críticas e acusações que Marconi sofria de todos os lados. “Passamos grande parte do tempo tendo de nos explicarmos. Felizmente isso passou”, lembra.

Agora é hora de começar a colher os frutos do que foi plantado desde 2011. Nesse particular, o presidente da Agetop está em posição relativamente confortável, já que é de sua alçada um dos programas mais bem-sucedidos da gestão: o Rodovida, que vem conseguindo cumprir todas as metas e vai fazer com que a atual gestão se encerre com Marconi Perillo sendo o governante que mais asfaltou na história de Goiás, somando mais quilômetros do que todas as gestões anteriores — inclusive as dele próprio.

Patrícia Moraes Machado — Com as obras prometidas caminhando satisfatoriamente, é possível perceber que o ânimo do sr. mudou, assim como o do governador. Dessa forma, há a possibilidade de o projeto político de Marconi Perillo também estar mudando?
Acredito que o governador Marconi Perillo já deixou isso muito claro. Em hipótese alguma ele vai antecipar o debate de sucessão: 2014 é em 2014. Trazer essa discussão seria uma perda para o próprio governador, pois prejudicaria seu governo e, além disso, ele está muito focado na gestão do Estado. Sua intenção não é fazer um bom governo com a intenção de disputar as eleições, embora eu tenha dito desde o início que Marconi Perillo chegará em 2014 com plenas condições de ir às urnas e vencer. Agora, se será candidato ou não, essa é uma decisão dele. O governador quer fazer uma boa gestão para resgatar a imagem que foi denegrida indevida e injustamente. Ou seja, é uma realização pessoal que não tem nada a ver com as eleições. Quem convive com ele é testemunha de seu ânimo. Realmente, de determinado tempo para cá, suas forças foram renovadas, pois os projetos estão acontecendo. Isso é empolgante para ele, que sempre foi considerado um bom gestor. Em 1998 assumiu a gestão de um Estado quebrado e fez o que fez em dois mandatos. E agora de novo, mesmo considerando o ano atípico que foi 2012, em que fomos obrigados a dividir nosso tempo entre o trabalho e o linchamento que o governo sofreu. Passamos grande parte do tempo tendo de nos explicarmos. Feliz­mente isso passou.
Patrícia Moraes Machado — Por que o sr. esteve mais focado na parte administrativa e apenas agora volta para o processo político?
Na verdade, não estou voltando para o processo político. Como o trabalho que estamos fazendo na Agetop passa a ser uma das boas vitrines do governo, forçosamente, como presidente do órgão, volto à cena. Mas a Agetop me consome todo o tempo disponível, devido ao volume e à agilidade do que estamos construindo. É uma agencia única, pois tenho uma diretoria afinada e nunca precisei usar da prerrogativa de presidente para realizar alguma coisa. Fazemos tudo de forma colegiada. Se um diretor não concorda com um ponto, ou ele é convencido ou me convence. E, por isso, conseguimos fazer muito. Porém, não estou tendo participação na cena política. Tenho alguns contatos pontuais com políticos, até pela função da agência, mas não tenho tratado de assuntos políticos.
Euler de França Belém — Mas o sr. faz a defesa política do governo.
Essa minha defesa se sobressaiu quando o governador e o governo foram sabatinados no ano passado. Fui um dos poucos a sair em defesa. E a partir do momento que as coisas se acalmaram, eu saí de foco. Hoje, não deixo nenhuma acusação contra o governo sem resposta. Se for da minha área, então… Mas costumo dizer que eu não sou Agetop, sou governo do Estado. E me sinto na obrigação de defender um projeto do qual faço parte.
Euler de França Belém — Há quem diga que o senhor quer ser candidato ao governo...
De forma alguma. Aliás, a cada dia sou candidato a algum cargo (risos). Eu era candidato a deputado federal até o fim do ano passado. E agora, governador. Jamais.
Euler de França Belém — O senhor conviveu muito com o ex-governador Iris Rezende. Em sua visão, qual a principal diferença entre ele e Marconi Perillo?
Há uma diferença de projeto. O governador Marconi é mais ágil, moderno, aceita opiniões e procura inovações. Independen­temente de ser o governador, ele procura sempre se atualizar. É diferente de Iris Rezende, que parou no tempo e se acha o mais bem preparado ou o guru que recebeu uma mensagem divina. As coisas não são assim. Eu não tiro nenhum mérito e sei exatamente a importância dos governos de Iris Rezende para Goiás, mas acho que seu papel foi cumprido. Não vejo o que ele, hoje, poderia agregar a Goiás, como governador do Estado.
Elder Dias — O senhor acha que, como prefeito de Goiânia, Iris Rezende acrescentou algo?
Iris deu sorte, pois assumiu uma prefeitura em situação de calamidade absoluta. A gestão de Pedro Wilson — pessoa a quem muito respeito, por sinal — não foi boa e qualquer ação que fosse feita depois dela teria chamado a atenção do povo. Mas por que ele não investiu em saúde e educação? O asfalto foi feito, mas apenas isso. Em minha avaliação, houve até certo retrocesso.
Patrícia Moraes Machado — Mas, no atual momento, o governo Marconi não está fazendo o mesmo, ao investir tanto em infraestrutura?
Não deixamos de lado nenhum dos programas sociais implantados no primeiro governo de Marconi Perillo: Bolsa Universitária, Renda Cidadã, Bolsa Futuro, além do trabalho realizado pela OVG [Orga­ni­zação das Voluntárias de Goiás]. Ou seja, a qualidade do serviço público continuou intacta. Porém, houve acréscimo da questão de infraestrutura, pois o Estado estava em uma situação que se aproximava muito a um apagão logístico. Nos dois primeiros mandatos, o governador atraiu muitos investimentos. Foi agressivo nesse ponto tanto que mudou o perfil econômico do Estado. E para não só manter o que foi feito, como para atrair mais investimentos, eram necessários investimentos maciços em infraestrutura. As pessoas esqueceram a situação em que as rodovias se encontravam porque paramos de falar. O governador foi muito claro ao dizer que não queria lembrar o passado. Hoje, estamos concluindo a parte de reconstrução, em que focamos 6 mil quilômetros de estrada. Isso representa 60% da malha pavimentada do Estado. Além disso, construiremos 2,7 mil quilômetros de novas estradas nesse mandato. Mas o governador não está fazendo isso para competir com Iris. Está fazendo porque ele viu que iria agregar com o que foi feito por ele mesmo anteriormente. Esta­mos construindo um grande hospital em Uruaçu, com capacidade de 180 leitos. O Hugo 2, com 90 dias de obras, já está bastante adiantado. Em setembro serão cinco os Credeqs em construção. Estamos reformando toda a rede física da rede de educação.

Patrícia Moraes Machado — A grande obra do governo Marconi Perillo para a educação é a Universidade Estadual de Goiás, que vive uma situação de calamidade. Por quê?
Por mais que o governo possa ser responsabilizado por isso, é preciso entender que a UEG é uma entidade autônoma, com recursos garantidos pela Constituição Estadual. O reitor tem toda a autonomia para gerir a instituição. Assim, não se pode atribuir ao governador todos os problemas vividos pela universidade. Contudo, a UEG precisa ser revista. E acredito que o atual reitor está fazendo isso. Em um primeiro momento, era necessário levar a universidade para o interior do Estado. Hoje, é necessário que haja adequações à realidade do Estado. Não se pode, por exemplo, levar a universidade para determinada região e oferecer cursos que não agregam ao local. E essa reestruturação está sendo feita. Quando se analisa a questão nos Estados ricos, como São Paulo, é diferente. Mas o ensino bancado pelos governos estaduais terá sempre detalhes mais complicados.
Euler de França Belém — As universidades de São Paulo contam com maior aporte financeiro. A educação superior é cara. Falta dinheiro para a UEG? Não seria o momento para tentar transferir a universidade para o governo federal?
Dinheiro para uma universidade será sempre pouco. Em São Paulo, na USP [Universidade de São Paulo], por exemplo, há sempre a reclamação de que faltam investimentos. Realmente, acho que faltam investimentos na educação do Brasil. Está em discussão, por exemplo, se serão destinados os royalties do petróleo para a educação. Em um País carente como o nosso, acho que isso nem deveria ser mais discutido, pois o que estiver disponível deve ser colocado na saúde e na educação. Agora, também é preciso entender as limitações do Estado. Será que se transferíssemos a UEG para o governo federal haveria melhora? Tenho muitas dúvidas em relação a isso. Os critérios seriam outros, com grande possibilidade de termos várias unidades fechadas.
Euler de França Belém — Havia um projeto de publicidade em relação às empresas que recebem incentivos fiscais, para que fizessem serviços gráficos e anúncios em Goiás. Isso procede?
Isso é opção, a empresa faz se quiser, não há nada que obrigue. O fato de ter conseguido trazer uma empresa para cá, gerar emprego, pagar imposto cheio a partir de determinado período, isso por si já muda o perfil econômico do Estado. E isso o governador Mar­co­ni Perillo conseguiu, em todas as áreas. Temos indústrias de alimentação, como a Sadia e a Per­digão; montadoras de automóveis, como a Hyundai e a Mitsubishi; outras também nas áreas de mineração e de insumos agrícolas. Temos uma força industrial que nem sonhávamos 15 anos atrás. É nesse ponto que eu ressalto a diferença entre Marconi e Iris Rezende: o primeiro teve essa visão de futuro, de pensar o Estado lá na frente.
Euler de França Belém — Mas Marconi elogiou Maguito Vilela [ex-governador de Goiás entre 1995 e 1998 e atual prefeito de Aparecida de Goiânia], justamente pela questão da industrialização.
Não estou falando do PMDB, mas especificamente de Iris. Já Maguito tem uma visão mais moderna que a de Iris, não tenho dúvida nenhuma sobre isso.
Patrícia Moraes Machado — Mas Iris Rezende criou o Fomentar [primeiro programa de incentivo fiscal do Estado].
É possível criar mil programas no governo, mas não adianta só dar o atrativo se não tiver uma ação efetiva para fazer o programa vingar. Esses dias estávamos conversando o governador e eu, mais alguns amigos. Era uma sexta-feira, no almoço. Alguém falou que tinha uma possibilidade de indústria farmacêutica para vir para Goiás e sugeriu que Marconi falasse com os responsáveis. Ele respondeu “falo, sim”. “Quando?”, perguntou nosso colega. O governador pediu para verificar se poderia ser na segunda-feira. E na segunda-feira ele estava almoçando com a pessoa. É essa agilidade que é peculiar em Marconi. Agora há pouco eu estava no Palácio e o governador recebeu um telefonema do ex-embaixador Sérgio Amaral, perguntando que dia ele poderia ir a São Paulo, porque um grupo de empresários chineses queria conversar sobre investimentos em Goiás. O governador respondeu: “Veja que dia e hora eles podem me receber, é só marcar.” Essa é a diferença que ele tem em relação aos outros nomes. E é por isso que defendo que Marconi precisa ser candidato à reeleição, porque ele está com um projeto que precisa ainda ser concluído — embora na minha área [Agetop] tenho certeza de que estará. Ele precisa colher esses frutos em termos do desenvolvimento, porque não adianta dotar o Estado como está acontecendo se não tiver um governador agressivo, nesse sentido, para dar continuidade.
Euler de França Belém — Mas ele tem vontade de continuar? Não é algo tedioso para ele?
Um dia, Marconi ouviu de Tasso Jereissati [ex-governador do Ceará] que se arrependia amargamente de ter sido governador pela terceira vez, porque descobriu que não tinha mais paciência para certas coisas. Mas Marconi Perillo gosta do que faz, gosta de ser governador. Mesmo com todo esse sofrimento por que passou, se você perguntar para ele, vai ouvir que gosta muito dessa posição. Estou ocupando função pública pela primeira vez e quando fomos discutir se eu participaria do governo eu pensava que não iria de jeito nenhum, porque não achava que tinha perfil. Ele me disse, “olha, você vai ver o tanto que é bom poder fazer as coisas, imaginar, desenvolver e realizar um projeto”. E se tem alguém hoje no governo que está sentido isso, além do governador em primeiro lugar, sou eu. Quando vejo os trabalhos que estamos fazendo — a Rodovia dos Romeiros, a iluminação de estradas, as duplicações etc. —, percebo isso. Receber elogios é gratificante.
Patrícia Moraes Machado — O governo vai iluminar o trecho urbano da BR-153?
Esse é outro exemplo da agilidade de Marconi. Eu estava saindo da Agetop e o motorista me disse que estava tendo manifestação na BR-153, por conta da falta de iluminação. É um absurdo o jogo de empurra que fica entre o Dnit [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes] e a Prefeitura de Goiânia nesse caso da iluminação. Hoje a BR é uma avenida e é preciso tomar providências, não adianta esperar que o governo federal vá fazer alguma coisa, pois tem problemas nas rodovias do Brasil inteiro e não dá para iluminar as estradas de todo o País. Imediatamente liguei para o governador e expus o caso. Eu disse, “vamos fazer isso?”. Ele me perguntou quanto ficaria e eu lhe dei mais ou menos o valor. Ele falou “pode anunciar”. Então pegamos a estatística da Polícia Rodoviária Federal em Goiás e descobrimos que 30% dos acidentes e das mortes em BRs de Goiás são nesses 20 quilômetros entre Goiânia e Aparecida. É uma coisa absurda que vai acabar agora, vamos inaugurar a iluminação até o Natal.
Euler de França Belém — Mas por que não fazem o mesmo na GO-020, por exemplo?
Já arrumamos a iluminação duas vezes, antes da obra que estamos fazendo agora. Mas roubaram as duas vezes. O cobre utilizado é atrativo para os ladrões. Agora, estamos fazendo a terceira faixa até o Au­tódromo e vamos colocar a iluminação até Bela Vista de Goiás. O trecho até o Autódromo vamos inaugurar até novembro. Também vamos fazer uma passarela para que os pedestres possam atravessar a BR-153, naquele encontro com a GO-020, no Centro Cultural Oscar Niemeyer.
Patrícia Moraes Machado — Gastar R$ 25 milhões no Autódromo não é dinheiro demais que poderia ser investido em benefícios mais interessantes para o Estado?
O Autódromo de Goiânia já foi, disparado, o maior palco de eventos esportivos em Goiás, muito mais do que o Estádio Serra Dourada. O público goiano é aficionado por automobilismo, gosta de corridas de todos os tipos. Já tivemos campeonatos regionais fortíssimos, de várias categorias. Hoje, o Autó­dromo é uma praça destruída, o Ministério Público já o interditou. O que vamos fazer o elevará ao padrão “A”, do porte de Interlagos, em São Paulo. Depois da obra, vamos ter em Goiânia pelo menos duas corridas de Stock Car por ano, além de corridas regionais diversas. Refor­mar o Autódromo é quase uma obrigação do governo, até porque entregar para a iniciativa privada foi o que acabou com os circuitos do Rio e de Brasília. É uma característica do goiano e do goianiense gostar de corridas e vamos dar uma sobrevida de pelo menos 30 anos a uma praça que já tem 40. Vamos refazer toda a pista, construir novos boxes e também fazer outras intervenções, como um parque público com entrada para a área do Autódromo, o que vai dar uma opção de lazer para toda a região, para os moradores dos bairros e dos condomínios vizinhos. Também vamos iluminar o anel externo do circuito para favorecer os ciclistas que pedalam por ali no início e no fim do dia. A praça vai ser multiuso, inclusive com a PM garantindo segurança permanente.
Euler de França Belém — Por que não houve a mudança do Autó­dromo para Senador Canedo?
Isso demandava uma engenharia jurídica que não demos conta de costurar. Envolvia permuta de áreas e esbarramos em vários pareceres.
Elder Dias — E como fica o Serra Dourada, que hoje está muito aquém das novas praças, construídas para a Copa do Mundo? O estádio tem uma arquitetura bonita, mas está sucateado, com placar sem funcionar direito, estacionamento no escuro, cadeiras antigas, go­teiras em toda a estrutura e mui­to desconforto. O que se pode fazer?
Fizemos a reforma para o jogo Brasil x Holanda, no começo do governo Marconi Perillo, inclusive mudanças no trânsito do entorno do estádio. Mas realmente há muita coisa por fazer. Para o Serra Dourada ficar em um padrão aceitável diante das arenas da Copa teríamos de gastar cerca de R$ 60 milhões. Com esse valor, teríamos um estádio “zero”. O grande problema é a manutenção. Se houver um dinheiro contínuo para manutenção, tendo uma boa gestão, vamos ter uma praça em condições ideais de uso durante muito tempo. O problema é querer que esse tipo de estrutura seja autossuficiente. Um autódromo ou um estádio custa, de manutenção, cerca de R$ 80 mil a R$ 100 mil por mês. Se você pensar no que traz de retorno, não é muito dinheiro. Basta ver o show de Paul McCartney, que foi a maior taxa de ocupação dos hotéis de Goiânia nas últimas décadas. O que se gera de riqueza é muito mais do que o valor gasto e ainda proporciona lazer à população. De­fendo que o Estado faça a reforma do estádio e mantê-lo. Como privar uma cidade como Goiânia de uma praça decente de futebol.

“Rodovia dos Romeiros é obra feita só com verba nossa”
 
Euler de França Belém — E o Centro de Excelência, como está?
Estamos abrindo as propostas de preço para construção do Estádio Olímpico, que vamos entregar até junho. Chegaram a me sugerir passar a capacidade do estádio para 15 mil pessoas, o que serviria para abrigar jogos do Campeonato Brasileiro. Mas o objetivo é servir aos esportes olímpicos, com os 12 mil lugares que tem. Não vamos desviar da finalidade, até porque vamos ter Olimpíada no Brasil em 2016. Portanto, o Estádio Olímpico vai ficar para o esporte especializado, para termos um diferencial em relação a outros Estados na preparação de atletas para o futuro. Se for preciso fechar o Serra Dou­ra­da durante um período de reformas, é só implantar arquibancadas móveis no Estádio Olímpico para atender às determinações.
 
Euler de França Belém — Além do estádio, o que mais terá o Centro de Excelência?
Teremos a parte de laboratório, com todas as modalidades de esportes de quadra; o parque aquático, que vamos reformar e ampliar; e o Ginásio Rio Verme­lho, que também sofrerá intervenções. Será uma praça completa. Vamos inaugurar o laboratório em dezembro e será uma coisa magnífica. Levamos o projeto ao Nuzman [Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro] e ele não poupou elogios à iniciativa de Goiás.
 
Euler de França Belém — Mário Covas falou, há mais de 20 anos, que se não há um candidato natural é preciso prepará-lo com alguma antecedência. Se Marconi não disputar a reeleição, não há candidato à vista na situação. Como fica isso?
Hoje, com a velocidade da informação, internet etc., creio que não há mais isso de ter de ser necessário preparar alguém com tanta antecedência. Pelo contrário, basta dar o exemplo de Leonardo Vilela, que tentamos preparar para ser nosso candidato a prefeito de Goiânia, mas foi queimado. Ele é um homem decente, correto, do bem, mas que foi derrubado justamente por ter sido lançado com muito tempo ainda até a eleição. A posição do governador de discutir 2014 em 2014 é muito sábia, nesse sentido. Basta voltar a 1998, quando não existia ninguém para enfrentar Iris e apareceu Marconi, quase em cima da hora.
 
Euler de França Belém — Mas se fosse para citar cinco nomes da base que poderiam ser candidatos no lugar de Marconi, o sr. teria facilidade para fazer isso?
Não sei se cinco nomes, mas temos alguns. O vice-governador José Eliton (PP) tem o perfil e está totalmente integrado à base, é da confiança do governador. Da mesma forma, o secretário Giuseppe Vecci (PSDB), de Ges­tão e Planejamento, que hoje já tem um perfil político mais maleável. Ainda há Otavinho Lage (PSDB), que disse que não deseja disputar, mas que seria um bom nome, como foi seu pai, Otávio Lage, que foi prefeito de Goia­nésia e depois governador. Dentro da base teríamos condições de arrumar outro candidato para disputar e vencer, tranquilamente. Mas o governador definitivamente não vai discutir esse assunto, acha que é uma antecipação desnecessária e que só interessa à oposição, que não tem nada para fazer. Eles não têm nem Estado nem prefeitura para administrar e ficam o dia inteiro pensando em 2014. Por que não apresentam um projeto concreto, uma alternativa? Não se viu ninguém na oposição, desde o início do governo, apresentar qualquer coisa. Enquanto isso, nós já cumprimos mais de 75% do plano de governo. A população vai se assustar quando chegar o fim da gestão e mostrarmos os resultados. Vamos fazer até mais coisas além do que foi prometido.
 
Elder Dias — Em que áreas, prioritariamente?
Vamos falar das estradas, por exemplo. Não adiantava falar que estava ruim, porque isso a gente sabia, eu sabia. Tínhamos os levantamentos e obviamente isso aparecia. O que eu dizia é que queria discutir o assunto em 2014, como quero ainda. Naquele momento, do começo do governo até o ano passado, era oportunismo puro. Primeiro tivemos de fazer o diagnóstico, viabilizar recursos — o que foi feito com o Fundo de Transporte —, fazer projetos, licitar e assinar contratos. Então, levamos o primeiro ano inteirinho “no papel”. Em 2012, começamos a executar. Só que não adianta perguntar qual é a pior estrada: a pior estrada é a que você usa. Se você vai de Goiás para Itapirapuã e lá está um caos, não adianta falar para você que nós reconstruímos o trecho de Pires do Rio para Catalão. Estrada ruim é a que você usa. No próximo ano, ninguém vai falar dos trechos que estão críticos hoje. Vão ter outras? Provavelmente, mas não no nível em que estavam as rodovias quando as encontramos, no início deste governo. 
 
Euler de França Belém — A oposição diminuiu as críticas às estradas.
Não só diminuiu: cessaram as críticas. Tinha até uma deputada federal da oposição que fotografava buraco nas estradas. Agora eu queria que ela continuasse fotografando os mesmos trechos e colocasse no Twitter dela. Mas ela não vai fazer isso, porque nós executamos as obras. E nós sabíamos que faríamos, porque tínhamos e temos um projeto consistente.
 
Euler de França Belém — A verba para o Rodovida não é somente do governo estadual, há dinheiro da União também. Quanto do governo federal exatamente já entrou nessas obras?
A presidente Dilma Rousseff tem tido uma atitude republicana em relação ao governo de Goiás. Mas, apesar disso, temos de ressaltar que esse dinheiro não é do governo federal, mas meu, seu, de nós todos. Tomamos um empréstimo do BNDES, mas poderíamos ter feito isso com o Citybank, com o Credit Suisse ou qualquer outra instituição financeira. Nós obtivemos o empréstimo porque fizemos o ajuste fiscal e nos enquadramos dentro das normas rigorosíssimas do governo federal para concessão e aprovação de crédito. Conseguimos isso porque temos uma capacidade de endividamento, porque o pagamento dessa dívida não vai atrapalhar os governos futuros. Quando a oposição questiona esses empréstimos não tem base alguma no que fala, porque a União só empresta se isso não comprometer em nada a capacidade do Estado de continuar investindo em saúde, educação, segurança pública etc. 
 
Euler de França Belém — Do total do dinheiro do BNDES, quanto já entrou efetivamente para o governo do Estado?
Recebemos até agora R$ 400 milhões do total de R$ 1,5 bilhão. Do Fundo de Transporte, já colocamos R$ 950 milhões. Nós já investimos muito mais nas estradas do próprio bolso do que do dinheiro que tomamos emprestados. Na Rodovia dos Romeiros não tem um centavo de dinheiro federal. Da mesma forma, do trecho duplicado de Inhumas até Itauçu. Existe muito de dinheiro do Estado no que está sendo feito. Um dado importante é que vamos ter de colocar cerca de R$ 400 milhões desses empréstimos no Rodovida Construção pelo fato de o governo federal ter zerado a Cide [contribuição embutida no preço dos combustíveis], que era o maior volume de aporte no nosso Fundo de Transporte. Perdemos R$ 400 milhões de Cide, que iriam para esse fundo, porque obrigatoriamente tem de ser destinado para as rodovias. Então, um dinheiro que teríamos “de graça” foi levado pelo governo federal e ninguém no Brasil esperneou. Enfim, é uma equação difícil que temos de executar. Por tudo isso, é burrice da oposição ficar criticando a origem dos recursos: como eles não podem criticar pelo fato de não estarmos fazendo — porque estamos fazendo — tentam outras manobras. Mas as obras estão sendo feitas com recursos bem aplicados, em obras importantes, com qualidade e com o menor preço. Então não tem discussão, não importa de onde venham os recursos.
 
Euler de França Belém — Os ciclistas estão preocupados em como ficará a ciclovia na GO-020. O sr. pode explicar?
A ciclovia vai passar de 1,5 metro para 3 metros de largura, até Bela Vista de Goiás, em 46 quilômetros, totalmente diferente da que existia. Vamos plantar cocos-da-baía dos dois lados da ciclovia, além de grama esmeralda no canteiro central. Ao fim do governo, vamos chegar a 76 quilômetros de ciclovias em rodovias [contando mais 18 quilômetros entre Goiânia e Trindade e 12 entre Senador Canedo e o trevo da GO-020]. Também seremos o Estado, com exceção de São Paulo, com a maior quantidade de rodovias iluminadas. Já fizemos isso até Inhumas e Trindade, estamos fazendo até Bela Vista e vamos iluminar até Senador Canedo e Nerópolis. Outro desafio, que falei ao governador, é iluminar o trecho até a cidade de Goiás. É impressionante a queda nas estatísticas de acidentes noturnos nas rodovias após a implantação da iluminação. O custo-benefício é totalmente favorável, em termos de segurança rodoviária e, principalmente de preservação de vidas. Com tudo isso, estamos trabalhando com a possibilidade de termos, até 280 quilômetros de rodovias iluminadas em Goiás.
 
Euler de França Belém — Houve um debate entre o sr. e o ex-de­pu­tado e ex-conselheiro do TCE Eurico Barbosa, em que, pelo que foi apresentado, Marconi Perillo faria muito mais asfalto do que Iris Rezende, que fez 3,5 mil quilômetros. Quanto será o total de Marconi?
Em torno de 4,6 mil quilômetros de novos trechos, somando seus três governos. Contando com as restaurações, isso chega a mais de 10 mil quilômetros. Ao fim deste governo, Marconi terá asfaltado mais do que todos os governadores juntos, inclusive ele próprio nas duas gestões anteriores. O que estamos fazendo não é apenas tapa-buraco, estamos reconstruindo completamente, arrancando tudo o que há, refazendo, fazendo intervenção de base. Na Rodovia dos Romeiros, houve lugar em que mexemos a 2,2 metros de profundidade. É obra para durar pelo menos de 10 a 12 anos. Na execução, tivemos pouquíssimos problemas pontuais. Não chegamos a ter, colocando em linha, nem dez quilômetros com problemas.
 
Elder Dias — E como está a fiscalização dessas obras?
Quando começamos a contratar as obras pelo preço baixo que conseguimos disseram que faríamos porcaria. Mas “porcaria” não depende do preço, mas da fiscalização. No governo passado, fizeram tudo com o preço lá em cima e não deixaram de fazer porcaria. Não é o preço que define a qualidade da obra, mas sim a atuação do contratante. Nisso, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) tem nos ajudado bastante. Contra­tamos um consultor ao valor de R$ 120 mil por causa de um problema específico em uma rodovia e precisamos chamar alguém de referência para identificar o problema. A oposição bateu nisso. Só que irresponsável eu seria se deixasse a rodovia como estava, como a empresa tinha feito. Vocês não têm ideia de quantas notificações eu faço por dia para as empreiteiras. Assino duas, três por dia. Ao todo, temos três instâncias de fiscalização: a da própria Agetop, mais a do TCE e uma terceira da UFG. 


 
Euler de França Belém — Quantas duplicações estão sendo feitas, ao todo?
Fizemos a reforma da Rodovia dos Romeiros e estamos fazendo o trecho de Inhumas até Goiás. Agora vamos soltar o edital do trecho de Ne­rópolis até São Francisco de Goiás, na GO-080, na semana que vem. Isso vai ajudar bastante quem pega a Belém-Brasília. Vamos terminar este ano o trecho até Senador Canedo. Por fim, duplicaremos a rodovia entre Morrinhos e Caldas Novas. 
 
Euler de França Belém — Perto de Caldas Novas já está havendo a retirada de parte do asfalto.
Hoje o contrato de manutenção dá liberdade para retirar toda a capa asfáltica, refazer totalmente. Antigamente só se podia fazer tapa-buraco. Nossa malha viária é velha e só foi feito tapa-buraco ao longo do tempo. A duplicação desse trecho vai ocorrer depois, porque será preciso fazer outras intervenções, já que se perde pelo menos 30% da pista existente. Por enquanto, lá é manutenção rotineira.
 
Euler de França Belém — No debate com Eurico Barbosa, outro tema foi a dívida do Estado. O que Marconi vai deixar de conta para seu sucessor?
Marconi vai deixar de dívida praticamente o que pegou. Hoje estamos pagando R$ 10 bilhões. O que as pessoas precisam entender é que a dívida não é do governante, mas do Estado. A primeira coisa a se discutir é se a dívida foi bem-feita, se os empréstimos foram bem aplicados — por isso discuto muito como o PMDB aplicou o que tomou emprestado. Em segundo lugar, é preciso discutir a relação dívida/re­ceita, porque uma dívida de R$ 1 bilhão pode ser muito para um e pouco para outro. Então não é o valor quantitativo da dívida que deve ser discutido, mas essa dívida em proporção à receita. Quando o governador Marconi assumiu, em 1999, a relação dívida/receita era de 3,52. Ou seja, seriam necessárias 3,52 receitas anuais para quitar a dívida do Estado naquele momento. Hoje essa relação está em 0,94, o que significa que com um ano de receita se poderia quitar a dívida. É uma relação totalmente diferente do que do momento do PMDB, que havia comprometido completamente a capacidade de pagamento do Estado. Eu “matei” os argumentos do dr. Eurico com este argumento. Estamos em uma situação de endividamento absolutamente confortável, com 7 anos de carência e 20 anos para pagar. Em segundo lugar, estamos investindo em infraestrutura, algo que vai dar retorno, que vai diminuir custo de frete, reduzir tempo de viagem, atrair empresas. Não teria aplicação melhor de um empréstimo.
 
Elder Dias — E no setor da saúde, tão criticado, como está o ritmo das obras?
Estamos fazendo o Hugo 2, na região noroeste de Goiânia, com recursos do nosso Tesouro. Da mesma forma, estamos erguendo um hospital regional em Uruaçu, com 180 leitos. É interessante a discussão da saúde em Goiás. É visível a melhora que tivemos com a implantação das OSs [organizações sociais], mas o usuário do sistema não consegue distinguir o que é do Estado e do município na questão da saúde. Os pontos de atendimento do município estão ruins ainda, os nossos estão melhores. Devería­mos fazer uma identificação em nossos locais de atendimento, mostrando ao cidadão que ali ele está sendo assistido em uma unidade do governo estadual. Assim, se estiver ruim, saberá a quem recorrer. O que não pode é ir a um Cais e fazer que a saúde do Estado não presta.
 
Euler de França Belém — E o Hos­pital da Mulher, vai ser executado?
Estamos com o projeto praticamente concluído e queremos entregá-lo até o fim do governo. A tentativa de comprar uma unidade, que seria a melhor opção, não deu certo e resolvemos construir. Então, a unidade deve ser erguida onde está o Hospital Materno Infantil.
 
Euler de França Belém — E para o interior, há a previsão de mais alguma unidade além da de Uruaçu?
Há um projeto para o Entorno do Distrito Federal, mas não sei se vai dar tempo.
 
Euler de França Belém — E onde serão os Credeqs?
Já começamos a erguer o de Aparecida de Goiânia. Nesta semana, licitamos os de Mor­rinhos, Cal­das Novas, Goianésia e Quirinó­polis.
 
Euler de França Belém — A terceirização de algumas rodovias goianas foi deixada de lado?
Não foi. A partir do momento em que o governo federal definiu que vai privatizar as BRs passamos a não ter alternativa, porque haveria uma fuga do tráfego para as nossas estradas e nossa manutenção ficaria caríssima. Vamos privatizar, mas com um modelo muito melhor do que o federal. Aí, sim, poderemos comparar os modelos de privatização. Nosso pedágio, com certeza, será mais barato, vamos adequar tudo à realidade socioeconômica do Estado.
 
Euler de França Belém — Já há interessados?
Tem um grupo que apresentou uma proposta formal à Agetop. As pessoas em geral acham que é um negócio interessante, só que não é bem assim dentro das condições que estamos contratando. Estamos apostando no potencial do Estado, já que é um contrato de longo prazo, que pode atrair dessa forma. 
 
Euler de França Belém — Quais são os trechos escolhidos para a privatização?
São quatro trechos: a GO-020, de Goiânia até Cristianópolis; a GO-060, de Goiânia até São Luís de Montes Belos; a GO-080, de Goiâ­nia até São Francisco de Goiás; e a GO-070, de Goiânia até a cidade de Goiás.
 
Euler de França Belém — O VLT do Eixo Anhanguera sai ainda nesta gestão de Marconi?
Eu acho que a obra começa neste governo.
 
Euler de França Belém — Chegou a sair uma versão segundo a qual o Sr. seria contra o VLT. O que ocorreu de fato?
A conversa sobre o VLT começou comigo. Fui a primeira pessoa a tratar do assunto, quando, em março de 2011, fui procurado por uma pessoa e a levei ao governador. Participei das primeiras reuniões e depois me afastei, para cuidar dos afazeres na Agetop. Quando o assunto VLT começou a demorar, por conta de tribunal e outras questões, eu passei a me preocupar, porque não daria para começar um projeto desses sem a segurança de entregá-lo ainda neste governo. Minha preocupação eram os esqueletos de Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador, onde começaram e não terminaram as obras. Fiz esse comentário ao governador e foi o único que saiu da minha boca. Então, ele chamou os técnicos e os ouviu. Como os recursos estavam garantidos e seria pelo sistema de PPP [parceria público-privada] não teria como ser concluído, porque a responsabilidade da empresa privada estaria junto com o Estado, que por sua vez não teria como retroceder, fosse quem fosse o governante. Também houve uma exposição à sociedade interessada, a comerciantes e todos saíram convencidos de que a alternativa do VLT era viável. Com as manifestações de junho sobre o transporte, acho que nem se discute mais a necessidade de se fazer a obra.
 
Euler de França Belém — E a estrutura das escolas? Na época de Al­cides Rodrigues, se dizia que tinha escola feita até com latão. Essa unidades estão sendo reformadas?
Temos dois projetos em execução no governo. O primeiro, feito pela Agetop, é semelhante ao que está sendo feito nas rodovias, uma manutenção preventiva e corretiva das unidades. O outro é o programa que o governador lançou juntamente com o secretário da Educação, Thiago Peixoto (PSD), que destina R$ 150 mil em recursos aos diretores dos colégios. Já reformamos em torno de 70% das escolas do Estados, em uma primeira tacada. A continuidade é a essa manutenção preventiva e corretiva. Devemos investir este ano em torno de R$ 45 milhões a R$ 50 milhões. No ano que vem, sim, o programa vai deslanchar. Mas no início do ano que vem não deveremos ter fotografia estampada de escola caindo aos pedaços. Vai ter ainda escola que ainda não teve obras concluídas. Um dos grandes gargalos da Agetop é a obra civil, porque todo mundo foge, a margem é muito ruim e nossa tabela, por mais atualizada que seja, causa efeitos na questão da mão de obra. Por lei, só podemos pagar o valor do sindicato. Assim, um mestre-de-obras que eu posso remunerar a empresa com R$ 2,8 mil custa R$ 6 mil para ela. Um engenheiro sobe de R$ 4 mil para R$ 10 mil. Esse é um dos grandes problemas. Outra questão é que sempre surge um ou outro probleminha, que precisa de ajuste financeiro. Aí a questão acaba no tribunal de contas e pode virar uma novela jurídica. Por isso adotamos essa manutenção preventiva e corretiva, pela qual podemos terminar escolas cujas obras foram paralisadas. Infelizmente a legislação é responsável por não adequar os valores à realidade do mercado.