Paul McCartney live in Gyn: O sonho já começou
Fãs de todas as idades de Paul McCartney contam histórias de amor e devoção pelo eterno beatle.
Uma promessa para si mesmo: visitar Liverpool, cidade onde John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e o então baterista Pete Best – substituído posteriormente por Ringo Starr – começaram a carreira artística. Esse sempre foi um desejo adiado por diversos motivos pelo professor e beatlemaníaco Carlos Edu Bernardes, 53 anos. “Demorei tanto a cumprir a promessa, que Paul vem primeiro na minha cidade do que eu na dele”, brinca o fã, que engrossa a legião que deve lotar o Estádio Serra Dourada amanhã para assistir ao show do artista.
Muitos dos fãs da banda mais escutada, tocada e imitada da história estarão amanhã realizando o sonho de toda uma vida: ver um dos integrantes dos Beatles tocando ao vivo. Para Carlos Edu, a paixão pela música dos rapazes de Liverpool começou na infância. Os primos mais velhos tinham uma banda cover e ele, aos 5 anos de idade, pensava que os Beatles eram, na verdade, seus parentes. De certa forma, eles passaram a ser tão íntimos como uma família.
“É a trilha sonora da minha vida. Lembro que, na época da escola, guardava dinheiro da merenda para comprar os LPs dos Beatles. Fui crescendo e a admiração só aumentou”, explica o professor que tem dois blogs sobre os Beatles. A lembrança mais marcante foi a morte de John Lennon, em 1980. “Minha mãe chegou me falando que tinham atirado em Paul McCartney. Como não havia internet, tivemos de esperar até o jornal na TV para saber que quem tinha sido morto foi o Lennon”, conta.
O show em Goiânia será o quarto de Paul a que o professor assistirá. Mesmo assim, ele diz que a expectativa é enorme e que a apresentação tem um gosto todo diferente. “Vai ser um show para curtir com a família inteira. Amigos de vários cantos do País estão vindo. Tenho certeza que será um momento histórico.”
ÊXTASE
Da incredulidade ao êxtase. Esse foi o caminho percorrido pelo estudante Victor Lima, de 18 anos, assim que começaram a surgir os boatos da vinda de Macca a Goiânia. “Tinha visto o show em 2010 em Porto Alegre e sabia da possibilidade de ele tocar em Brasília este ano. Quando vi no POPULAR a manchete de que o show seria em Goiânia achei meio inacreditável. Até hoje ainda acho um sonho”, explica o rapaz, que criou o grupo Paul MacCartney com Pequi no Facebook. Na internet, ele dá dicas da cidade para fãs do compositor de clássicos como Yesterday, Hey Jude e Let It Be que vem de outros Estados e até de outros países.
A paixão por Paul surgiu aos 14 anos, ao ouvir músicas dos Beatles na rádio. Depois de descobrir a discografia da banda, ele partiu para os trabalhos solo de McCartney e se encontrou. “Gosto das letras bem pensadas. Até mesmo as baladas têm muito senso crítico. Ele tem o dom e o poder da música nas mãos. Fora que é uma cara admirável”, derrete-se.
O rapaz, que ainda não trabalha, teve de juntar o dinheiro da mesada para conseguir comprar um ingresso na pista premium do Serra Dourada. Foi dele a ideia de organizar homenagens feitas pela plateia para Paul durante o show (veja quadro).
Homenagens do público
Fãs prepararam várias homenagens para o show de Paul McCartney amanhã em Goiânia. A ação foi organizada por um grupo de fãs goianos na internet, que pretende distribuir dicas e matérias para os espectadores que vão lotar o Serra Dourada.
Jet Plaquinhas com a palavra Jet para ser levantadas toda vez que a palavra é mencionada na música.
Blackbird
Balões pretos para serem levantados durante a música.
Give Peace a Chance
Camisetas ou panos brancos para acenar durante a canção.
Let It Be
Os fãs vão iluminar o Serra Dourada com isqueiros, lanternas ou visor de celulares.
Vale tudo para ver o ídolo de perto
Aos 71 anos, o ex-beatle Paul McCartney ainda é dos músicos mais amados, respeitados e reverenciados do planeta. Talvez isso explique a sensação única que a estudante Ana Gabriela Maia, 18 anos, teve ao tocar a mão de Paul no saída do hotel durante o último show dele em Recife.
Ao lado da mãe, a advogada Ana Carla Maia Clemente, ela já percorreu o País para assistir ao show do ídolo. “Não medimos esforços para vê-lo. Costumamos nos hospedar nos mesmos hotéis onde ele fica”, explica Ana Carla, que já garantiu sua reserva no Castro’s Park Hotel, onde Paul se hospedará em Goiânia.
Mãe e filha colecionam histórias de aventuras nos shows do cantor no Brasil. A paixão é tão grande que comove até quem não as conhece. Por não conseguir ver direito o palco no show do Rio de Janeiro, as duas caíram no choro. “Um senhor se sensibilizou com nossa situação e nos levou para a frente do palco. Ele era um dos montadores do espetáculo”, conta Ana Carla. Até de viatura da PM as duas já saíram de um dos shows. “Minha filha gastou todo o dinheiro comprando camisetas do show e ficamos sem nada para pagar o táxi. No estádio não tinha caixa eletrônico. Acabamos pegando carona em uma viatura do Bope”, diverte-se, ao lembrar.
SEM FESTA
Vale tudo para ver o show histórico de perto, até mesmo abrir mão da festa de 15 anos. Foi o que fez a estudante curitibana Polyana Andrade, que completa 15 anos no dia 15 de maio. “Este show em Goiânia vai ser meu baile”, define a garota. Ela convenceu um tio – que nem é tão fã do Paul – a viajar de Curitiba para Goiânia só para acompanhá-la. “A expectativa é enorme. Não conheço nada da cidade, mas tenho certeza que o show vai ser inesquecível.”
A garota começou a gostar dos Beatles por causa da avó. Aos poucos, ela foi tendo intimidade com a obra do Paul e hoje se define como “viciada” no som do cara. A avó não pode acompanhar a neta no show em Goiânia, mas Polyana conta que estará realizando um sonho das duas ao ver Paul McCartney ao vivo em Goiânia. Para ela, ele é sem dúvida a lembrança viva do lendário quarteto de Liverpool, dissolvido em 1970.
Nem as 12 horas de viagem de ônibus tiram o ânimo do Hugo Leonardo Gatto, 17 anos, para o show amanhã. Ele vem de Araçatuba (SP) apenas para o show. Vai matar aula do cursinho pré-vestibular, mas acredita ser um bom motivo. O curioso é que Hugo nasceu em Goiânia, mas vive hoje no interior de São Paulo. A admiração que ele nutre por Paul é maior do que pelos Beatles. “Mesmo com o fim dos Beatles, Paul não deixou de produzir excelentes músicas. Eu considero a melhor fase a dos Wings”, explica.
Muitos fãs pagariam para ter o emprego do advogado Rafael Lara Martins, de 32. Fã de Paul, ele foi contratado pela produção da turnê para dar o suporte legal para o evento em Goiânia. Antes mesmo de ser contratado, ele já tinha combinado com oito amigos de ir ao espetáculo.
“Está sendo uma experiência fantástica trabalhar em prol de algo que um ex-beatle está fazendo mesmo não tendo contato direto com ele”, explica o advogado. Mesmo trabalhando, ele pretende curtir o show e tentar segurar a emoção ao escutar canções dos Beatles que sua mãe cantava para o fazer dormir quando bebê.
Fonte: Jornal O Popular