Obras do BRT Norte Sul começam em um ano
A primeira intervenção no trânsito para implantar o Bus Rapid Transit (BRT) no Corredor Norte-Sul está prevista para acontecer na Avenida Rio Verde, no trecho entre as avenidas São João e José Leandro da Cruz, na divisa de Aparecida com Goiânia. O local tem tráfego intenso. Abriga, por exemplo, o Buriti Shopping. A obra está prevista no projeto básico e, caso seja mantida no projeto executivo, deverá começar em um ano.
As demais mudanças passam por outros trechos da Avenida Rio Verde e seguem pela 4ª Radial até o Terminal Izidória. Devido às alterações, serão necessários desvios de rota e realocação dos pontos de ônibus. Este primeiro trecho será bancado com recursos do PAC Mobilidade (R$ 70 milhões) e parte do dinheiro dos R$ 74 milhões do Tesouro municipal. A aplicação de recursos da União implica na fiscalização severa do Tribunal de Contas da União (TCU), que já avisou que vai acompanhar a construção.
O segundo trecho vai do Terminal Izidória ao Terminal Recanto do Bosque. Nesta parte será aplicado, além dos recursos do caixa municipal, um empréstimo de R$ 140 milhões contraído junto à Caixa Econômica Federal. A carência do empréstimo é o prazo de execução do empreendimento. Ou seja, a Prefeitura de Goiânia deverá começar a pagar em janeiro de 2016, quando o corredor, caso não haja nenhum problema no caminho – atraso nas obras, briga judicial entre empresas interessadas na licitação, entre outras coisas –, deverá ser entregue. A escolha da empresa que vai realizar o empreendimento deve acontecer entre novembro e dezembro deste ano.
A operação do sistema continuará a cargo da Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC), mais especificamente das empresas HP e Rápido Araguaia. A concessão do sistema de transporte coletivo de Goiânia permanecerá com a RMTC por mais 15 anos.
No projeto básico, elaborado em 2010, estimava-se que o eixo Norte-Sul atendia 8.000 passageiros por hora em cada sentido, com uma frequência média no trecho mais carregado de 110 ônibus/hora.
Diariamente eram transportados 112 mil passageiros. Serão implantadas 39 estações, das quais 32 em Goiânia e 7 em Aparecida de Goiânia. No total do corredor, a distância média entre estações será de 600 metros.
O projeto executivo será elaborado pelo consórcio BRT NS, composto pelas empresas Basitec Projetos e Construções Ltda e Oficia Engenheiros Consultores Associados. A empresa foi a única interessada na licitação cujo resultado foi divulgado no mês passado. O projeto custará R$ 4.697.341,06. A Basitec também fez parte do consórcio que elaborou o projeto básico.
DESAPROPRIAÇÃO
A implantação do Bus Rapid Transit (BRT) no Corredor Norte-Sul vai provocar desapropriações em trechos de aproximadamente 500 lotes ao longo do trajeto. Será necessário tornar públicas as fachadas de terrenos localizados em 5 das 11 vias. Nas outras, embora as chances sejam menores, não está descartada a possibilidade de desapropriação, principalmente onde há pontos de ônibus e trincheiras. Os locais exatos serão determinados em projeto executivo, que começa a ser elaborado em 20 dias. As tomadas de posse deverão ser iniciadas em outubro deste ano.
O início das obras das paradas e dos terminais de ônibus – incluindo a construção de novos, como o Correios e o Perimetral – está previsto para dezembro/janeiro e das intervenções nas vias, que implicarão em desvios no trânsito, para março/abril do próximo ano. O projeto deverá ser executado em dois anos.
Na semana passada, a Prefeitura de Goiânia publicou decreto que declara trechos de 2.550 lotes ao longo das vias como áreas de utilidade pública para efeitos de desapropriação. Significa dizer que, caso haja necessidade, o poder público pode comprá-los, mesmo contra a vontade dos proprietários.
Fonte: Diário de Aparecida