Chuvas em maio estão abaixo da média, diz ONS

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Presidente do ONS espera que em junho a situação melhore. Reunião vai decidir se mais usinas poderão ser desligadas.

As chuvas em maio ficaram abaixo do esperado, informou hoje o presidente do ONS (Operador Nacional do Sistema), Hermes Chipp, prevendo que em junho a situação melhore.

Uma reunião do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), prevista para meados de junho, vai decidir se mais usinas térmicas poderão ser desligadas ou, se por segurança, serão mantidas em operação.

"Maio não está muito bem, está abaixo da média e espero que os meteorologistas estejam certos, porque dizem que em junho melhora", disse após uma aula inaugural na UFRJ/Coppe.

Em pleno período seco desde abril, os reservatórios das usinas hidrelétricas continuam abaixo da médio de 2011. A tendência, segundo Chipp, é que as usinas térmicas, que aumentam o custo das tarifas elétricas, continuem operando para dar segurança ao sistema.

Ontem, os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste estavam 62,2% cheios, os do Sul, 54,3%; e os do Norte, 95,9%.

O Nordeste tem a situação mais preocupante, já que na região os reservatórios estão operando com menos da metade -apenas 49,1% cheios.

Na última reunião do CMSE foram desligadas quatro térmicas do SIN (Sistema Interligado Nacional) -TermoManaus, Pau Ferro, Potiguar e Xavante- que retiraram do SIN cerca de 300 megawatts, que não fizeram diferença, segundo Chipp.

"Se junho vier com expectativa boa, podem parar mais térmicas. Se a expectativa for reversa, pode até voltar com elas (as que pararam), mas não é o que meteorologistas estão prevendo", afirmou.

Sem GNL

Além dessas usinas, mas por falta de gás natural da Argentina, foi desligada a térmica de Uruguaiana, que estava operando com GNL (Gás Natural Liquefeito) importado pela Petrobras e tem capacidade para gerar 600 megawatts.

Segundo Chipp, um acordo para importação de gás da Argentina está sendo costurado. A volta da unidade seria uma segurança a mais para o sistema, afirmou.

"Não se fez acordo para despachar permanentemente da Argentina, estão trabalhando para isso. Acabou a carga (de GNL) e para em abril."

De acordo com presidente do ONS, a usina de Uruguaiana chegou a gerar 244 megawatts dos 600 que tem capacidade, mas se for necessário, defende a importação de mais GNL. "Em determinadas situações é melhor pagar mais caro para ter energia", lembrou.

A importação de GNL para uso em térmicas vem impactando negativamente o balanço da Petrobras desde o ano passado.

Chipp destacou, porém, que mesmo sem Uruguaiana não há qualquer risco de racionamento de energia no país, já que o ONS tem trabalhado constantemente para equilibrar a oferta com a demanda.

Meta

Para dar mais folga ao sistema, o ONS está usando como nível a meta dos reservatórios das hidrelétricas a pior situação já ocorrida no país, em 1971. No ano passado, o ONS tinha como nível meta o segundo pior nível.

"Voltamos a adotar o pior nível meta, até porque o ano que vem é um ano especial, tem a Copa do Mundo, temos que cuidar da segurança energética das cidades sede", explicou.

O nível meta é o nível mínimo de água estabelecido pelo setor elétrico para os reservatórios das hidrelétricas no início do período chuvoso.

Quando há previsão de que essa meta não será atingida, pode haver o acionamento de termelétricas para evitar o desabastecimento de energia, o que pode tornar a energia mais cara.

Fonte: Jornal O Hoje