Foi necessário o show de um sujeito de 70 anos para colocar Goiás no século XXI

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A cidade ainda respira o show de Paul McCartney e o fato é tão inédito quanto inesperado. Goiânia está acostumada a espetáculos grotescos de música brega. Qualquer manifestação cultural bancada com dinheiro público tem o auge em apresentações de duplas sertanejas, grupos de arrocha, enfim, em cantores ruins esperneando num palco ao lado de músicos ainda piores.

O encontro gastronômico acaba num show de canções de corno.

A montaria de cavalos e touros acaba com a voz gutural de dois sujeitos sem qualquer predicado gritando versos idiotas.

A bienal de livros, o festival de cinema, tudo acaba em música, nem sempre de qualidade.

Então, não importa a desculpa, o que importa é torrar dinheiro público com bandas e bandos.

Até que enfim, esteve em Goiás um astro realmente digno de admiração. Mesmo quem não gosta de rock ou de baladas é obrigado a reconhecer que Paul McCartney fez a diferença e talvez tenha dividido época no Estado. Depois de ouvir Paul McCartney, o goiano pode ter ficado mais exigente. Não vai mais tolerar o governo gastar verba oficial com shows superfaturados de artistas abaixo da crítica.

Amanhã, Paul McCartney não vai mais saber indicar no mapa onde se localiza Goiânia, se é que um dia já soube. A esperança é que os goianos tenham se inserido noutro mapa, o dos povos que já chegaram ao século XXI. Seria ótimo se alcançássemos a modernidade com a tecnologia, a cidadania, a Educação de qualidade. Mas também será ótimo se o povo só aceitar do governo o que o primeiro mundo tem de melhor. Mesmo que seja o show de um sujeito de 70 anos que não sabe se aquele pontinho no mapa é a cidade sede de seu espetáculo ou apenas o local em que pousou a mosca.

Em show, Paul McCartney arrisca goianês: "Ô trem bão!"

Balões coloridos, placas, público empolgante e muitas surpresas. Sem dúvidas, Paul McCartney vai voltar pra casa orgulhoso do povo goiano. O show com mais de duas horas de duração foi, para todo beatlemaníaco, perfeito. Com o mesmo setlist do show em Belo Horizonte, os sucessos estavam na boca do público que não parou um minuto no Serra Dourada.

O show teve início às 21h34, pouco mais de meia hora de atraso. O motivo foi a passagem de som que também demorou, atrasando a abertura dos portões. O público presente não se importou com isso. Ao som de Eight days a week o espetáculo começou com Paul falando em 'goianês':  “Ô trem bão”, brincou.

Quando tocava My Valentine, um louva-deus pousou no ombro de Paul. Ele parou a canção, começou a rir e botou os bichos pra cantar! Uma onda de balões vermelhos na plateia foi uma das homenagens do público durante a canção. “Estou me divertindo muito aqui”, disse.

Ao tocar Here Today, Macca dedicou a música ao amigo John Lennon. Em Something, tributo a George Harrison, o Serra se emocionou. Com destaque também para Eleanor Rigby e Mrs. Vandebilt que botou o Serra Dourada pra dançar.

Em diversas músicas houve surpresas no palco da turnê “Out There!”. Durante Blackbird, por exemplo, o palco se elevou e um telão inferior mostrou imagens que completaram a compreensão da música. O show não terminou sem que sucessos como Obla di Obla da, Let it be e Hey Jude tocassem. Durante o ‘na na na’, o público ergueu as plaquinhas de We Love Paul. Um espetáculo à parte. O show terminou com Paul no piano dizendo: “É hora de vazar”.

Jantar de ex-Beatle incluiu pequi e guariroba

Apesar de cardápio fechado, Paul McCartney experimentou risoto com ingredientes da culinária goiana

Menos de 24 horas após chegar a Goiânia, Paul McCartney, despediu-se da capital com destino a Fortaleza (CE), que sediará mais um show da turnê “Out There!”. Por volta das 14h42 o ex-Beatle deixou o Castro’s Park Hotel acompanhado de batedores da polícia, e um caminhão do Corpo de Bombeiros.

Durante a saída, o músico, com o vidro do veículo em que estava abaixado, acenou novamente para os fãs. No aeroporto ele foi cumprimentado pelo governador Marconi Perillo, que o convidou a retornar futuramente à cidade.

Paul realizou, na noite desta segunda-feira (07), a apresentação do concerto da turnê “Out There!”. Após o evento ele deixou o estádio Serra Dourada, e se dirigiu ao Hotel. Ao chegar ao Castro’s, Sir Paul jantou exclusivamente com a banda.

O cardápio vegetariano, exigido pela produção do músico, deixou em aberto sugestão de outros pratos. O chef do restaurante do hotel serviu, então, risoto de pequi com guariroba.

Após o jantar, que terminou por volta das 2 horas da manhã, a assessoria do Castro’s informou que ele cumprimentou a toda equipe do restaurante, desde o chef até o maître que o serviu. Nesta terça-feira, Paul tomou o café da manhã na suíte em que estava, e deixou o hotel direto para o aeroporto.

Fonte: Portal 730 e Jornal O Hoje