Programa Bolsa Universitária realiza sonho de mais de 90 mil estudantes.
Aluguel, transporte, alimentação, água, energia e telefone. A lista de despesas do trabalhador é bem extensa e, muitas vezes, incompatível com o salário. Com tantos gastos, nem sempre sobra dinheiro para investir em educação. Com um salário de R$ 890 por mês, Célia da Silva Marques sustenta a casa e ainda estuda em uma faculdade particular. Ela diz que só conseguiu realizar o sonho de fazer um curso superior porque foi beneficiada com o Programa Bolsa Universitária da Organização das Voluntárias de Goiiás – OVG. “Eu ganho pouco e tenho muita coisa para pagar, sem a bolsa era impossível estudar”, afirma a aluna da Faculdade Padrão.
A mensalidade de um curso superior também pesa no orçamento de quem não é responsável pelo sustento da família. Welerson Martins Siqueira mora sozinho e se mantém com R$ 765 por mês. Ele é aluno do curso de Administração da Faculdade Padrão e deveria pagar uma mensalidade R$ 329, mas paga apenas R$ 79 porque recebe o benefício do governo estadual. “O programa ajuda muito, se não fosse pela bolsa talvez eu tivesse trancado a faculdade”, explica.
O programa foi criado há 12 anos, no primeiro governo de Marconi Perillo, para atender alunos de instituições particulares de ensino superior em Goiás. Nesse período, cerca de 90 mil estudantes se formaram com a ajuda do programa, 70 mil só nos dois governos de Marconi. Atualmente, cerca de 12 mil estudantes recebem o benefício, na capital e no interior.
Muitas pessoas beneficiadas pelo programa alcançaram sucesso profissional. Uma das histórias mais interessantes é a do ex-estudante de Ciências Contábeis que virou professor universitário. Wederson Silva Viana recebeu o auxílio do governo nos dois primeiros anos do curso e se formou em 2007. Dois anos depois, o contabilista começou a dar aulas de Gestão de Negócios aplicados ao Direito na Faculdade Alfa. Para sua surpresa, numa das primeiras turmas teve um aluno ilustre: o governador Marconi Perillo.
“Foi uma responsabilidade muito grande falar de gestão para quem tinha a experiência de dois governos. Foi uma troca de experiências. Acho que aprendi mais do que ensinei”, afirma o ex-beneficiário do programa. Além de professor, Wederson é sócio de um escritório especializado em contabilidade e auditoria. Atualmente, ele ganha 10 vezes mais do que ganhava quando recebia a ajuda do governo. “O programa é fantástico! A bolsa contribuiu para a construção da minha carreira. Sem o benefício, eu teria interrompido os estudos”, diz.
O benefício ganhou destaque nacional e serviu de modelo para o Programa Universidade para Todos – ProUni, do Governo Federal, criado em 2004.O beneficiário do Bolsa Universitária conta com o subsídio de R$ 250, abatidos no valor da mensalidade cobrada pela instituição de ensino aos alunos regularmente matriculados. Em contrapartida, os bolsistas prestam serviço voluntário em entidades governamentais e não governamentais.
O governo estadual considera o subsídio defasado e pretende fazer um cronograma de reajuste do valor do Bolsa Universitária. Assim que conseguir pagar as dívidas deixadas pelo governo anterior e equilibrar as finanças do estado, Marconi Perillo pretende reajustar o benefício para R$ 500. Além disso, o governador tem a intenção de implantar o Bolsa Universitária Integral para beneficiar os estudantes de menor renda. “Durante a campanha eu disse que o estudante realmente pobre, carente, teria bolsa integral. Quando nós tivermos condições financeiras, vamos ter bolsa integral”, garante Marconi.
O programa faz parte de uma série de projetos implantados pelo governo para melhorar a educação em Goiás. Em 1999, Marconi Perillo também criou o Salário Escola para combater a repetência e a evasão escolar. As famílias de baixa renda passaram a receber R$ 120 por mês para manter os filhos na escola. O programa beneficiou mais de 80 mil famílias no Estado, mas foi extinto pelo governo anterior.
O Projeto Educação Inclusiva foi outra ação importante do governo para melhorar a educação no estado. O programa implantado em 1999 garantiu o acesso e a permanência do aluno portador de deficiência no ambiente escolar regular. Os professores foram treinados para lidar com as diferenças e traçar roteiros pedagógicos especiais. O currículo escolar foi alterado para auxiliar a aprendizagem dos portadores de deficiência. O projeto já beneficiou cerca de144 mil estudantes em Goiás e foi reconhecido pelo Banco Mundial por sua importância na promoção da inclusão social.
Reforma Educacional
Nesta gestão, o governo pretende avançar com a implantação da Reforma Educacional que está sendo elaborada pela Secretaria Estadual de Educação. O projeto prevê a criação da Academia de Lideranças para formar gestores educacionais. Os diretores das escolas estaduais vão fazer cursos de qualificação para melhorar a gestão escolar e ainda vão receber bônus por desempenho. “Nós percebemos que quando o diretor tem experiência ou consegue fazer um bom trabalho, a escola se destaca muito”, afirma o secretário Thiago Peixoto.
A valorização dos profissionais é outra prioridade da secretaria. A meta é garantir a todos os professores o piso salarial nacional, que hoje é de R$ 1.024. Numa segunda etapa, Thiago Peixoto quer implantar um piso regional maior do que o nacional. A intenção é motivar o professor para melhorar o desempenho na sala de aula. A Reforma Educacional deve começar a ser implantada no segundo semestre deste ano.
Fonte: Goiás Agora