Goiás é quinto em incidência de raios
Goiás é o quinto lugar do ranking que referentes à incidência de raios nos oito Estados cobertos pela Rede Brasileira de Detecção de Descargas Atmosféricas (BrasilDat). No ano passado, o Estado estava com sétima colocação. São Paulo lidera o ranking. O Estado da região sudoeste do País apresenta um acréscimo de quase 15% no aumento de raios. Este ano foram 314.844; em 2010, 274.182 raios.
Mesmo com aumento da colocação, nos primeiros 25 dias do ano foram registrados em Goiás redução de 30,53% do número de raios em relação ao mesmo período do ano passado. Nos primeiros dias de 2010, o Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), contabilizou 21.323, e este ano, 14.812.
O Elat explica que é importante e imprescindível mencionar que 25 dias é um curto período para comparação e, portanto, uma visão melhor mais completa sobre o aumento ou diminuição dos raios, será possível somente no final do verão. No fim do mês de fevereiro o grupo irá divulgar os novos dados. “A diferença está dentro da variabilidade natural para um período de um mês, logo podemos concluir que no período não houve variações significativas. Somente no final do verão poderemos ter uma visão mais clara se houve ou não um aumento de 2010 para 2011”, afirma o coordenador do Elat, Osmar Pinto Júnior.
Osmar destaca que a quantidade de raios diminuiu no começo deste ano em função do grande volume de chuvas. “Quando as chuvas ultrapassam um limite, isto é, quando chove muitos dias seguidos, como no Rio de Janeiro, a atmosfera esfria e, com isto a ocorrência de raios diminui.”
País
De acordo com levantamento do Elat foram cerca de 50 milhões de descargas elétricas entre 1990 e 1999. Hoje, o Brasil é hoje o campeão mundial de raios. Outros locais com grande ocorrência do fenômeno também estão na altura dos trópicos, como o centro da África e a Indonésia.
De acordo com o Elat, as observações feitas por satélite já indicam aumento de 18% na incidência de descargas atmosféricas nos últimos dez anos e a tendência é de que ocorra acréscimo ainda maior nas próximas décadas. “Os raios deverão aumentar em geral no País, mas em algumas regiões este aumento deverá ser mais significativo, como é o caso da região Amazônica. Contudo, é possível que em pequenas regiões, principalmente no Sul do País, ocorram diminuições. Essas previsões dependem muito do cenário climático que deverá ocorrer nas próximas décadas em função das ações que a humanidade irá tomar para evitar o ritmo de aceleração das mudanças climáticas”, acrescentou.
Atualmente, o fenômeno causa 132 mortes ao ano no país- 77% no verão e primavera – e um prejuízo de R$ 1 bilhão por ano no Brasil, principalmente no conserto de equipamentos danificados, como sinais de trânsito e aparelhos eletrônicos. Na última década, entre 2000 e 2009, foram registradas 80 mortes em Goiás por queda de raio. Nesse mesmo período foram quatro óbitos em Goiânia.
Mitos e verdades
O Elat afirma que é mito a história que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. E exemplifica que o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, é atingido por raios em média seis vezes ao ano. Outro mito é ficar perto de espelhos durante a tempestade, já que esse material não conduz ou atrai descarga elétrica.
Fonte: Jornal o Hoje