Terminais de ônibus têm realidades diferentes
As pessoas chegam e já se colocam nas filas, uma atrás da outra, como se soubessem qual o lugar delas e respeitassem a ordem. São duas filas: uma para o embarque solidário – com preferência para idosos, deficientes, gestantes e pessoas com crianças de colo – e outra para os demais. Não se vê tumulto ou empurra-empurra, e as reclamações são das pessoas querendo mais ônibus. Por dia, são 50 mil passageiros que frequentam o Terminal Cruzeiro do Sul, em Aparecida de Goiânia, e 67 mil no Terminal Bandeiras, os dois que foram recém-reformados na Região Metropolitana.
Nos demais terminais de ônibus a realidade é bem diferente. As pessoas chegam e se colocam no lugar que consideram o melhor para primeiro entrar no ônibus. Não ficar de fora do próximo coletivo é a única ordem, feita pela própria população, através do costume, experiência e sobrevivência. Quando o ônibus chega, a prioridade é do mais forte ou mais esperto. Idosos, deficientes, gestantes e pessoas com crianças de colo disputam o espaço com os demais.
Os novos terminais estão sob os cuidados da Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC) e, segundo projeto da prefeitura de Goiânia, serão parecidos com todos os outros, assim que houver a reforma. O próximo da lista é o do Setor Garavelo. Até lá, os passageiros devem conviver com tumulto e caos a cada embarque nos demais terminais, sem ninguém que organizasse as filas e sem o próprio respeito dos cidadãos em dar prioridade aos mais necessitados ou se organizarem.
Há 20 funcionários da RMTC que trabalham como organizadores das filas em cada um dos terminais Cruzeiro do Sul e Bandeiras, das 5 horas à meia-noite, em escala. O supervisor de cada terminal é responsável por organizar as escalas e estabelecer em que ponto de embarque estará os organizadores e quantos serão. Nos horários de pico – entre 6 e 8 horas e 17 e 18 horas – o número desses trabalhadores é maior. Os outros terminais estão sob a responsabilidade da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), até que sejam reformados e passados à RMTC.
Preferencial
Larissa Araújo Santiago, auxiliar de autópsia de 33 anos, diz que o embarque no Terminal Cruzeiro funciona bem, inclusive o preferencial. “O problema aqui é que precisa de mais ônibus, então as filas ficam maiores e o embarque demora, mas as pessoas respeitam, não tem empurra-empurra”, conta. Ela, que utiliza quatro coletivos por dia, afirma que faz o possível para sempre passar por este terminal e evita os demais, que ainda não foram reformados.
Os organizadores de fila são identificados apenas com um crachá ou também com uniforme e ficam no início da fila. Eles dão sinais para os motoristas que identificam onde eles devem parar e organizam o embarque em cada fila. “Eles ajudam bastante. Comigo sempre foram educados, nos tratam bem. Outra vantagem é que aqui sempre tem os comunicados pelos alto-falantes e as pessoas se conscientizam, no Bandeiras, que não tem isso, dá mais problema”, revela Larissa.
Fonte: Jornal o Hoje