Motoristas da Grande Goiânia recusam proposta e podem entrar em greve no dia 23

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Paralisação por tempo indeterminado no transporte coletivo só irá ocorrer caso Setransp não aceite novo acordo. Uma nova reunião de conciliação está marcada para terça-feira

Para evitar paralisações, os motoristas de ônibus de Goiânia e Região Metropolitana acataram o acordo de meio termo entre o aumento requerido pela categoria e o oferecido pelas companhias durante assembleia realizada na manhã deste domingo (15/6) na sede de sindicato que representa os trabalhadores no Setor Bueno, em Goiânia. A proposta foi apresentada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRF1).

Em contrapartida, eles recusaram o reajuste salarial de 9% oferecido pelas empresas, que foi apresentado após negociações na noite de sexta-feira (13). Agora, a deflagração de uma nova greve por tempo indeterminado poderá ser efetivada a partir de 0h do próximo dia 23 de junho, caso o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Goiânia (Setransp) discorde do novo valor. Antes disso, haverá uma nova reunião na Justiça do Trabalho para tentar conciliação.

Os servidores querem reajuste de 10% no salário e 23% de aumento no vale-alimentação, além da volta da manobra, benefício em que os motoristas são transportados de suas casas até e o ponto de início do trabalho. A solicitação inicial era para que a correção dos vencimentos fosse de 15%.

Nabson Santana Cunha, advogado do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Goiânia e Região Metropolitana (Sindicoletivo) –– que representa extraoficialmente os motoristas ––, disse ao Jornal Opção Online no início da noite de hoje que os motoristas cederam em algumas partes. Como no pagamento de auxílio locomoção de R$ 250 em vez da retomada da manobra. A antiga proposta era de R$ 750.

“As empresas têm capacidade econômica de aumentar até mais o valor da manobra. Se não houver intransigência por parte delas, a greve não vai acontecer e a população não será prejudicada”, afirmou o defensor. Outra reivindicação do Sindicoletivo é pela retirada das ações contra o sindicato e seus diretores.

O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado de Goiás (Sindittransporte), que representa oficialmente a categoria, foi contatado pela reportagem para emitir posicionamento. Mas as ligações não foram atendidas, assim como as do Setransp.

Histórico

No dia 17 do mês passado, a Justiça do Trabalho proibiu os motoristas de realizarem os chamados piquetes grevistas, que consistem em tentar impedir que eles se paralisem de forma forçada. Na noite do dia anterior, a Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC) anunciou o recolhimento dos ônibus por suposta ameaça à segurança dos motoristas e passageiros por parte integrantes do Sindcoletivo.

A partir das paralisações, o Terminal Bandeiras, entre outros, sofreram depredações. Mais de cem veículos ainda foram atacados, sendo que 19 pessoas foram detidas por dano ao patrimônio público.

Fonte: Jornal Opção