Sistema João Leite: Uso deve ter início em outubro
Abastecimento total de Goiânia e outras três cidades está previsto para daqui a dois anos, segundo Saneago
Goiânia, Goianira, Trindade e Aparecida de Goiânia deverão estar com 100% de abastecimento de água em até dois anos, com o início do uso do Sistema Produtor Mauro Borges, o Sistema João Leite, no próximo mês de outubro. A capital e Goianira serão as primeiras a ser totalmente agraciadas, seguidas por Trindade e só depois Aparecida de Goiânia, em que seus bairros mais altos serão os últimos a receber o abastecimento do Ribeirão João Leite. As obras da segunda etapa, iniciadas em 2011, tinham 17 meses para serem finalizadas, mas isto só ocorre 3 anos e 9 meses depois.
O custo desta segunda etapa é estimado em R$ 273 milhões. A obra civil já foi entregue nesta semana, segundo o presidente da Saneamento de Goiás S.A. (Saneago), Júlio César Vaz, faltando apenas alguns ajustes que serão feitos nesta etapa de pré-operação. O cronograma seguiu o que foi acordado entre o governo estadual e a Emsa Engenharia, responsável pela obra, em outubro do ano passado. Agora, a Saneago vai iniciar a fase de testes nos equipamentos e verificar se será necessário qualquer reparo com a instalação dos aparelhos, o que deve durar até outubro.
Em relação ao atraso para a realização da obra, Vaz afirma que se trata de uma construção complexa que foi se adequando ao longo do tempo. “Uma obra comum, como a construção de uma estrada, tem 80 itens para serem analisados. Esta obra de abastecimento de água tem cerca de 7 mil itens, é muita coisa para ser olhada e, por isso, o tempo de entrega foi esticado. É a maior obra de saneamento do País, não dá conta de fazer no prazo”, justificou o presidente. Em contrapartida, ele conta que se trata de uma obra em que foi usada tecnologia de ponta para resolver o problema de abastecimento.
O presidente da Saneago explica que para o abastecimento completo dos quatro municípios da região metropolitana ainda vai demorar mais tempo porque é necessária a construção dos equipamentos de distribuição da água. Neste primeiro momento, os bairros mais baixos de Aparecida de Goiânia também serão beneficiados, junto com Goiânia e Goianira. O maior problema é com os bairros mais altos, como a região do Setor Madre Germana. A população da cidade vizinha a Goiânia sofre com o desabastecimento de água a bastante tempo, especialmente quando há falta de energia.
Vaz conta que o novo sistema utilizado no Ribeirão João Leite vai resolver esse problema em até 80% dos casos, já que a estação de água está acima, geograficamente, deste percentual de residências e, assim, não será necessário o uso de energia para o transporte da água, que virá pela força da gravidade. A Saneago espera que este problema da região metropolitana já seja amenizado neste ano, já que ele ocorre durante a época de seca, que é mais forte no mês de outubro, quando já haverá o reforço do Sistema João Leite.
Tecnologia utilizará força da água
A primeira etapa da obra, estimada em R$ 200 milhões, se trata da formação da barragem no Ribeirão João Leite, cuja capacidade de armazenamento é de 130 bilhões de litros de água. Já na segunda etapa, estão a estação de bombeamento de água bruta e a estação de tratamento de água, além das adutoras para o transporte do líquido. A estação de bombeamento é responsável por levar a água para o tratamento e está localizada a dois quilômetros da estação de tratamento. A tecnologia utilizada permite que a própria força da água seja capaz de abastecer as turbinas com energia em até quatro meses do ano, gerando uma economia de até R$ 1 milhão.
Esta água bruta vai ser levada por até oito quilômetros quando chega na estação de tratamento, em que o líquido é tratado e recebe cloro e flúor. A água irá até a estação de distribuição da Saneago, no alto do Setor Universitário, em Goiânia, onde será distribuída para as residências. A estimativa dos técnicos é que os 40 milhões de litros de água, somados à mesma quantidade que hoje abastece Goiânia e outras cidades da região, seja suficiente para abastecer até 3 milhões de moradores. A estimativa populacional é que este número seja atingido nos próximos 40 anos.
A partir disso, no mesmo local da estação de tratamento, há espaço para a construção de mais dois reservatórios de capacidade de 20 milhões de litros cada. Após esta construção, a capacidade de escoamento da água será dobrada para 8 mil litros por segundo. Na manhã de ontem, o governador Marconi Perillo participou com toda a diretoria da Saneago de uma vistoria técnica da obra, marcando o início da pré-operação do local. O governador afirmou que a finalização da obra é a realização de um sonho que foi iniciado em 2002.
Fonte: Jornal O Popular