Prefeito e governador discutem segurança

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Encontro na sede do governo tratou também de uma saída para retirada de forma pacífica dos invasores do plenário da Câmara Municipal

O alto número de homicídios registrados nos últimos dias em Goiânia foi um dos assuntos discutidos ontem entre o prefeito Paulo Garcia (PT) e o governador Marconi Perillo (PSDB), no palácio do governo. Em cinco dias a polícia anotou cerca de 30 assassinatos, tendo como maior causa o envolvimento com tráfico de drogas.

Além da violência, os dois chefes políticos se entenderam também quanto à desocupação da Câmara Municipal de Goiânia, onde profissionais da educação em greve estão acampados há oito dias. Ambos defendem uma desocupação pacífica, evitando-se a força policial para dar cumprimento à ordem judicial.

Antes de se encontrar com o governador, Paulo Garcia teve um encontro com o Comitê de Crise da Segurança Pública do Estado na manhã de ontem no 5º andar do Paço Municipal, para discutir o cumprimento da ordem judicial de desocupação do plenário.

Marconi informou que foi designado o coronel da Polícia Militar Edson Costa Araújo para fazer a mediação, a fim de que a desocupação seja pacífica. Marconi destacou que ambos estão muitos preocupados com as manchas criminais em Goiânia. O tucano lembra que determinou uma força-tarefa dos órgãos do governo para ajudar na prevenção dos crimes, já que as polícias fazem um trabalho punitivo e repressivo. O trabalho inclui a identificação dos 15 bairros mais violentos da capital. Segundo o governador, é necessária uma integração a fim de que haja uma redução gradativa da violência, especialmente dos homicídios. De acordo com o tucano, essa força-tarefa já está agindo sob a coordenação do vice-governador José Eliton (PP) e do secretário de Segurança Pública, Joaquim Mesquita.

Na reunião com o prefeito, Marconi pediu que a mesma providência seja adotada na prefeitura, para que os órgãos da área social municipal façam parte da força-tarefa.

Paulo afirmou que a motivação da ocupação da Câmara é política, indevida, ilegal e equivocada, mas está aberto ao diálogo. Ele defendeu uma desocupação pacífica e disse que os agentes políticos que estimularam a ocupação têm um papel importante para que a desocupação seja pacífica. O petista garantiu que atendeu a todas as reivindicações dos profissionais da educação, exceto as que não são permitidas por lei.

O Comitê de Crise da Segurança Pública agendou para as 9 horas de hoje uma reunião com os grevistas, como o objetivo de discutir como será o processo de desocupação do plenário.

Medidas para mudar o sistema prisional

Quanto à exoneração do então secretário de Administração Penitenciária de Goiás, Edemundo Dias, segunda-feira, após uma reportagem exibida no Fantástico que mostrou regalias de presos em Goiás e no Rio Grande do Sul, Marconi Perillo conta que ambos chegaram à conclusão de que era hora de haver uma substituição, após serem mostradas algumas cenas e falhas no sistema. O secretário Joaquim Mesquita assumiu o cargo interinamente.

O governador também decretou emergência no sistema prisional do Estado. Segundo o tucano, o decreto já estava praticamente pronto antes da reportagem do Fantástico. Para ele, não é um assunto exclusivo de Goiás e classificou o sistema de execução penal como um barril de pólvora, onde falta dinheiro. O governo federal possui R$ 10 bilhões contingenciados para a formação de superávit primário. O governador defende a destinação desse dinheiro para o sistema de execução penal. “Estamos cobrando isso, porque só os Estados são obrigados a ter todos os gastos na área de segurança e de execução penal”, reclamou.

O chefe do Executivo estadual informou que foram viabilizados R$ 50 milhões para obras emergenciais, a fim de abrir novas vagas prisionais. “Joaquim Mesquita levantará as falhas existentes para sanar os problemas”, informou. Entre as medidas adotadas está a instalação de bloqueadores de celulares, especialmente no presídio Odenir Guimarães, de Aparecida de Goiânia; a conclusão do processo de aquisição das tornozeleiras eletrônicas, entre outras medidas que serão adotadas para corrigir as falhas.

Credeq

Marconi assinou o contrato de gestão do Centro de Referência e Excelência em Dependência Química de Aparecida de Goiânia (Credeq), entre a Secretaria da Saúde e a Organização Social (OS) Luz da Vida na manhã de ontem no 10º andar do Palácio Pedro Ludovico Teixeira.

Fonte: Jornal O Hoje