Faltam médicos, engenheiros e arquitetos no País
Profissões somaram menos de 5% de recém-formados em 2012. Fator impulsiona salários.
São Paulo - Catorze mil médicos estrangeiros desembarcaram no Brasil desde setembro de 2013 para trabalhar no programa Mais Médicos. Polêmico, o tema chama a atenção para um cenário também observado em outras profissões: além de médicos, faltam engenheiros e arquitetos no País. Em 2012, juntas, essas categorias não somaram nem 5% do total de recém-formados no ensino superior, um quadro que impulsiona os salários dessas áreas.
O principal indicador usado pelos pesquisadores para detectar escassez de mão de obra é uma forte pressão de aumento nos salários reais. Nessas profissões, segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de 2012, o salário médio dos admitidos era superior ao dos profissionais desligados. Além disso, entre 2009 e 2012, a remuneração dos que estavam sendo contratados cresceu mais do que a dos trabalhadores que deixaram o emprego.
Entre médicos e engenheiros recém-admitidos, a variação salarial foi de cerca de 47%. Na outra ponta, o ganho de salário daqueles que deixaram o mercado ficou em 17%. Para arquitetos e urbanistas, o ganho salarial foi de 26% entre novos profissionais, sendo 18% entre os que deixaram seus postos. Além do aumento significativo dos salários iniciais, o baixo desemprego e a parcela crescente de profissionais atuando na própria área de formação ajudam a detectar falta de mão de obra.
Do lado da oferta, mais de um milhão de brasileiros concluíram algum curso de nível superior em 2012, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O maior número de formados vem dos cursos de Administração, Pedagogia e Direito, que representam um terço dos novos profissionais. Médicos, arquitetos e urbanistas, engenheiros civis e de produção, juntos, não chegam a 5%.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), menos de 30% dos engenheiros entre 35 e 54 anos atuavam no setor em 2010. Nos anos 1970, esse grupo ultrapassava 60%. A tendência de falta de profissionais, contudo, vem se revertendo.
Jovens apostam no empreendedorismo
São Paulo - Os jovens estão abrindo a maioria das novas empresas no Brasil. Esta geração mostra maior apetite para investir e arriscar em novos mercados, e muitos preferem empreender a procurar emprego. Eles são mais abertos a experiências, familiarizados com tecnologias, casam e têm filhos mais tarde e têm um grau de escolaridade maior do que o de seus pais.
Segundo o Sebrae, mais da metade dos negócios abertos nos últimos anos teve um jovem de 18 a 34 anos à frente. Esse espírito empreendedor é o que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) vem recomendando como alternativa ao desemprego.
Fonte: Jornal O Popular