Transporte: Futuro do Ganha Tempo será discutido quinta-feira

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CDTC voltará a se reunir, depois de mais de 50 dias, para discutiro assunto. Empresas mantêm proposta de extinguir o benefício.

A Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos (CDTC) volta a se reunir, depois de mais de 50 dias, para discutir o futuro do programa Ganha Tempo. O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros (Setransp) deve manter a proposta de extinção. A pauta que deveria ter sido debatida no dia 23 de setembro, mas que não foi deliberada diante da ausência de representantes da Prefeitura de Goiânia, é o tema central da reunião que ocorrerá na quinta-feira, às 14h30, na Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Goiânia.

A proposta de suspensão do programa, que permite ao usuário do transporte coletivo utilizar até três ônibus com a mesma passagem num período de 2h30, foi feita quando havia um contexto supostamente desfavorável às empresas concessionárias do transporte. À época, elas alegaram acúmulo de prejuízo e situação financeira crítica, em razão das desonerações e manutenção da passagem em R$ 2,70. Algumas, principalmente a Reunidas e a Cooperativa de Transportes do Estado de Goiás (Cotego), chegaram a ameaçar paralisar as atividades por causa da falta de dinheiro. Hoje, ao que parece, muita coisa mudou.

Nos últimos 50 dias, pouco se falou sobre o tal prejuízo alegado pelas concessionárias. O silêncio imperou e as ameaças de retirada dos ônibus das ruas deixaram de ser feitas. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo de Goiânia e Região Metropolitana (Sindicoletivo), o parcelamento salarial dos funcionários que aconteceu em agosto e setembro e motivou a paralisação dos motoristas não mais ocorreu. De repente e sem nenhuma mudança no contexto, as empresas passaram a ter dinheiro para quitar os salários em dia.

RENEGOCIAÇÃO

O POPULAR apurou que as concessionárias conseguiram renegociar os empréstimos com os bancos e ampliar o prazo de pagamento em até um ano. A necessidade de honrar o compromisso com as financeiras era o que mais amedrontava as empresas, conforme o Setransp, e o aumento do prazo deu fôlego para elas. Essa trégua, no entanto, não seria suficiente para assegurar a manutenção dos ônibus e melhorar o serviço. O dinheiro obtido nos empréstimos foi utilizado, essencialmente, para comprar novos veículos.

Apesar de não acreditar na versão da falta de dinheiro nas empresas, o vice-presidente do Sindicoletivo, Fernando Ferreira Neves, teme que, dependendo do resultado da reunião de quinta-feira, as concessionárias optem por fazer nova pressão. “Agora estamos de olho no décimo terceiro salário. Se houver atraso, com certeza elas vão usar a desculpa de dificuldades financeiras”, afirma.

O presidente da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), Ubirajara Abbud, lembra que o Ganha Tempo foi instituído em substituição à desoneração dos impostos PIS/Cofins, de 3,65%.

Sindicato diz que tem menos ônibus nas ruas

O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo de Goiânia e Região Metropolitana (Sindicoletivo), Fernando Ferreira Neves, diz que a diminuição dos ônibus nas ruas é uma realidade. Segundo ele, as empresas não extinguiram linhas, apenas diminuíram os ônibus.

A Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) informa que multou as empresas e o fato não se repetiu. O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros (Setransp) desmente a diminuição de ônibus. Isto só acontece nos fins de semana e em linhas ociosas.

Fonte: Jornal O Popular