Projeto Macambira-Anicuns: Prefeitura abre nova licitação
Um nova licitação está aberta para a construção do Programa Urbano Ambiental Macambira-Anicuns (Puama). A Prefeitura de Goiânia lançou o edital, na última semana, e recebe propostas das empresas interessadas até o dia 31 de março. A novidade é que em vez de licitar o projeto por completo, a Secretaria Municipal de Administração (Semad) dividiu a concorrência em três partes.
Com valor estimado em R$ 121,8 milhões, a licitação engloba a construção do Parque Macambira Anicuns (PAM), unidade de conservação de 25 hectares na nascente do Córrego Macambira, no Setor Faiçalville; trechos 1, 2 e 3 do Parque Linear Macambira–Anicuns e as travessias das Avenidas Egirineu Teixeira, no Jardim Vila Boa; César Lattes, no Setor Novo Horizonte, e Joaquim Pedro Dias, Bairro Goiá 2.
“Licitar trechos menores é melhor, porque assim a obra não fica presa a uma única empresa. Se tudo correr bem, a previsão é de que a obra recomece em junho”, disse ao POPULAR o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano Sustentável, Nelcivone Melo, atual coordenador da unidade executora do Puama.
A preocupação em executar a obra por etapas ocorreu após a Prefeitura e a Empresa Sul-Americana de Montagens S.A. (Emsa), vencedora da primeira licitação, rescindirem o contrato por conta de divergências nos valores a serem pagos. “Se estivesse dividido em mais de uma empresa, o trabalho não teria parado”, afirma o secretário.
A Emsa venceu a concorrência em janeiro de 2012, ao baixar em R$ 25 milhões o valor orçado no projeto básico, de R$ 210 milhões. As obras começaram no fim de março daquele ano. Menos de seis meses depois, a empresa queria aditivos aos R$ 185 milhões, alegando que havia intervenções não previstas no projeto básico. A Prefeitura e o Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID) se negaram a aumentar o valor. Durante os seis meses em que trabalhou, a Emsa executou 2% da obra e recebeu R$ 3,8 milhões.
RECLAMAÇÃO
Desde outubro do ano passado, a construção está parada. O impasse frustrou os moradores do Setor Faiçalville, como o policial militar Carlos Araújo, de 51 anos. Ele diz que o abandono da obra fez aumentar a insegurança no setor.
“Tiraram a Guarda Municipal daqui. Fizeram só uma terraplanagem da pista de caminhada e ergueram duas construções, que agora estão servindo de esconderijo para bandido”, reclama. Segundo ele, o mato alto que toma conta do local também preocupa a população.
Se sair do papel, o Puama vai melhorar radicalmente a mobilidade urbana ao longo do Córrego Macambira. A obra, de mais de 24 quilômetros de extensão e valor global estimado em R$ 300 milhões contará com pistas de caminhada, paisagismo, recuperação de fundos de vale e revegetação de áreas de preservação permanente (APPs), centros comunitários, posto de saúde e até uma escola.
Mas, até o momento, o projeto que se arrasta desde 2009, quando foi apresentado, tem causado frustração. “Fizeram um compromisso que era um grande benefício, um dos maiores parques urbanos do mundo. Eu via as máquinas e ficava feliz. Hoje, estou descrente em ver tudo abandonado”, diz Carlos Araújo.
Fonte: Jornal O Popular