Economia Cresce a renda das famílias da classe C no Centro-Oeste
Valor é o segundo maior do país e ficou em R$ 1.466,00 em 2009, alta de 4,11% na comparação com 2008. Brasileiros pertencentes à classe C chegaram a 92,8 milhões no ano passadoSônia Ferreira
A renda média das famílias das Regiões Centro-Oeste e Norte cresceu 4,11% no ano passado, na comparação com 2008, e alcançou o recorde de R$ 1.466,00. Esse valor é o segundo maior do País, perdendo apenas para as famílias da região Sudeste (R$ 1.496,00) e é bem superior ao da média nacional, de R$ 1.285,00.
O crescimento da renda foi impulsionado pelo aumento dos ganhos das classes C e D/E, conforme mostra a pesquisa Observador Brasil 2010, da Cetelem - financeira do grupo francês BNP Paribas -, em conjunto com a Ipsos, divulgada ontem.
No País, a classe média brasileira cresceu quase 50% nos últimos cinco anos, segundo levantamento da Cetelem. O número de brasileiros pertencentes à classe C passou de 62,7 milhões em 2005 para 92,8 milhões no ano passado.
A maior parte desse crescimento veio das famílias que antes pertenciam às classes D e E. Esses dois grupos encolheram de 92,9 milhões de pessoas há cinco anos para 66,8 milhões em 2009. A classe A/B, por sua vez, passou de 26,4 milhões para 30,2 milhões de pessoas no mesmo período.
Gasto
De acordo com o estudo, de 2008 para 2009, apenas a renda da classe A/B teve recuo, de R$ 2.582,00 para R$ 2.533,00. Nas classes C/E, essa renda subiu de R$ 650,00 para R$ 733,00. O gasto total das famílias foi o maior desde 2005, alcançando R$ 1.066,25.
Entre as regiões, as rendas das famílias do Sudeste e do Nordeste tiveram as maiores expansões, de R$ 179,00 e R$ 178,00 respectivamente. No Centro-Oeste/Norte a renda aumentou R$ 58,00, enquanto no Sul houve queda de R$ 183,00.
Mantendo a tendência dos últimos anos, os gastos essenciais permaneceram relativamente estáveis no ano passado. A exceção ficou por conta dos gastos com supermercados, que em média apresentaram um crescimento de R$ 19,00 no ano.
Nas regiões Centro-Oeste e Norte, conforme a pesquisa da Cetelem, os maiores gastos da famílias foram em supermercados. Elas deixaram nesses estabelecimentos, em média, R$ 403,00. Em seguida, os gastos maiores foram com vestuário (R$ 106,00), com energia elétrica (R$ 121,00), no pagamento de prestações R$ 83,00) e com aluguel (R$ 60,00) e remédios (R$ 40,00).
O estudo mostra que a crise financeira internacional preocupou o brasileiro e levou a um maior volume de poupança. Os recursos destinados a aplicações, poupança e investimentos alcançaram R$ 535,31 - R$ 220,00 mais do que em 2008. No Centro-Oeste/Norte o valor investido em poupança foi de R$ 412,00, no ano passado, ante os R$ 222,00 contabilizados em 2008.
Economias
Entre os entrevistados, 72% também disseram que pretendem aumentar suas economias. A região Sul foi a que mais poupou, totalizando uma média de R$ 848,00. Ainda assim, a pretensão de compra se manteve estável para este ano. Na região Nordeste, destaque para o aumento de quase 10 pontos porcentuais na pretensão de gastos com lazer e viagem.
Este item também aparece com destaque nas Regiões Norte e Centro-Oeste, juntamente com telefone celular e computador para a casa. Mas a maior concentração na intenção de compras (mais de 50%) das famílias do Centro-Oeste é mesmo para eletrodomésticos e móveis. Na Região Sul há destaque para a pretensão de compras de carros.
A pesquisa da Cetelem mostra que, nas pretensões de compra, a classe C aparece muito próxima das classes AB na maioria dos itens. Aponta, também, que o porcentual de pessoas que pretende pagar à vista suas compras mantém-se estável e que essa decisão recai sobre produtos de menor valor. Aqueles itens de custo mais elevado devem ser mesmo financiados. No ano passado, 100% das famílias da classe C financiaram totalmente as compras de geladeiras e carros.
Atraso
Nos últimos cinco anos, tem diminuído o número de pessoas que atrasaram pagamentos. Em 2009, apenas 3% declararam ter atrasado alguma prestação, enquanto em 2005, o índice era de 9%.
Apesar do crescimento do otimismo das famílias com relação ao futuro do Brasil, 40% dos entrevistados ainda mostraram preocupação, 35% estão otimistas e 7% se sentem revoltados.
A pesquisa da Cetelem se baseia em uma amostra de 1.500 entrevistas, realizadas entre os dias 18 e 19 de dezembro do ano passado em 70 cidades, entre elas Goiânia, abrangendo nove regiões metropolitanas do Brasil.
Fonte: O Popular