Demolições levam 76% a tentar regularização
Flávia MorenoDepois da ameaça da Secretaria Municipal de Planejamento e Urbanismo (Seplam) de derrubar 309 construções abandonadas em Goiânia, que servem de abrigo a moradores de rua, para consumo de drogas e que apresentam risco potencial de proliferação do mosquito transmissor da dengue, 234 proprietários entraram em contato com a Secretaria para regularizar o imóvel e evitar a destruição do empreendimento.
Segundo Geso de Oliveira, diretor de Fiscalização e Edificações do Departamento de Fiscalização da Seplam, a operação de demolição tem sido um sucesso, pois 80% dos casos foram solucionados em cinco meses. Todavia, ele acrescenta que o objetivo é acabar com todos os mocós. “Queremos solucionar 100% deste problema.”
A Seplam retomou ontem o trabalho de demolição em um casarão, abandonado, localizado em uma região isolada do setor Negrão de Lima. O imóvel fica na final da Rua 404, próximo ao rio Meia Ponte, entre árvores, muito lixo orgânico e semi-oculto pelo matagal.
A casa com diversos quartos e um depósito fechado, ligado à residência, era utilizada como esconderijo para veículos roubados e de marginais. O casarão é um dos 25 imóveis restantes da lista de locais apontados pela Prefeitura como “mocós” e que deverão ser derrubados em breve.
Operários da Agência Municipal de Obras (Amob) e da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) já demoliram no total 16 imóveis e mais 51 estão na lista. Desses, 25 tem estrutura precária.
Geso revela que cada demolição custa ao dono do imóvel um valor que varia entre R$ 3.500 a R$ 20.000. “Caso o dono da casa demolida não pague os gastos da operação, constarão na dívida ativa do imóvel”, completa. Ainda segundo o diretor de Fiscalização e Edificações, o prefeito Paulo Garcia deu ordens diretas para limpar a cidade. “Todas as construções abandonadas ou até mesmo aquelas que estão obstruindo os passeios deverão passar por operação semelhante.”
Para a continuidade dos trabalhos de derrubada desses imóveis restantes e enquadrados como aqueles que ofereçam algum risco para a cidade, a Prefeitura está notificando os proprietários não localizados, também pelos Correios, alertando ao responsável sobre a natureza dessa operação. Para cumprir as exigências jurídicas exigidas para a demolição, os donos desses imóveis, que não forem oficialmente encontrados, serão notificados pelo Diário Oficial do Município.
Fonte: Jornal o Hoje