Capital registra Congestionamento Histórico
Tráfego na região do Terminal Padre Pelágio parou por duas horas. Fato assusta até agente da AMT
Goiânia registrou ontem um dos maiores congestionamentos de sua história. O trânsito literalmente parou entre o final da tarde e início da noite nas avenidas Perimetral Norte, Anhanguera e Castelo Branco, que dão acesso as GOs 060 e 070, respectivamente, saídas para Trindade e Inhumas. O problema atingiu também os ônibus que circulam no Terminal Padre Pelágio (veja reportagem ao lado).
Supervisor da Agência Municipal de Trânsito (AMT), Sebastião da Silva Souza chegou à rotatória das Avenidas Perimetral Norte e Anhanguera às 17 horas para tentar controlar o tráfego. “Hoje (ontem) foi fora do comum. Ainda não tinha visto isso em Goiânia. O trânsito parou totalmente”, descreve.
Ele conta que, na Avenida Anhanguera, o congestionamento ia do Terminal do Dergo até a rotatória onde começou a trabalhar. Veículos pequenos e pesados não se moviam. Pelo trajeto também se viam vários acidentes, a maioria de pequenas colisões de carros que tentavam seguir no mesmo sentido.
“Irritados, muitos motoristas tentavam transpor o canteiro central das avenidas para ir no sentido contrário, na tentativa de fugir do engarrafamento”, afirma. Sebastião, que é servidor da AMT há 12 anos, não tem dúvidas: foi o maior congestionamento que ele já viu na capital.
Acompanhado de mais 11 agentes, o supervisor permaneceu por horas no local tentando fazer o tráfego de veículos fluir. Eram quase 22 horas quando ele falou com a reportagem do POPULAR. Disse que no momento o trânsito fluia de forma lenta e que os agentes permaneceriam no local até o movimento de veículos diminuir.
Demora
Por volta das 18 horas, o administrador Wesley da Conceição Reis, de 30 anos, que mora no Setor Vera Cruz 1, tentou ir de casa até o Portal Shopping, na esquina das Avenidas Anhanguera e Perimetral Norte. Para fazer o trajeto, ele levou 1 hora e 40 minutos. “O normal é gastar 10 minutos. Acho que faltou mais apoio do policiamento rodoviário, principalmente na Rodovia dos Romeiros”. Segundo Wesley, só foram vistos agentes de trânsito no local. “O clima estava muito tenso. Apesar do esforço para resolver a situação, os próprios agentes estavam nervosos”, conta ele.
Presidente da AMT, Miguel Tiago foi conferir o problema de perto. Às 16 horas, ele já havia sido comunicado do congestionamento e foi pessoalmente até a Perimetral Norte, na Região do Setor Nova Esperança. “Neste horário a situação já era crítica”, avaliou. Para Miguel Tiago, o fator principal para o congestionamento é o excesso de veículos na frota goianiense.
Frota
“São quase 1 milhão de veículos. Agora imagina toda essa quantidade de carros tentando sair da capital ao mesmo tempo e na mesma direção?”, indagou, referindo-se ao feriado prolongado da Páscoa. Ele justificou que em ocasiões como esta é uma tradição do goianiense sair da cidade e ir rumo à zona rural. O presidente da AMT disse que uma das soluções para o problema na região das saídas para Trindade e Inhumas é a conclusão do anel viário. “Não seria preciso passar por dentro da cidade se a obra já estivesse concluída”, disse.
Miguel Tiago concorda que o problema visto ontem foi de grande proporção, mas explicou que o que aconteceu nas três avenidas foi um estrangulamento e não congestionamento. “Congestionamento, segundo a engenharia de trânsito, é quando os veículos ficam parados duas horas. Isso não ocorreu hoje (ontem)”, disse.
Fonte: O Popular