Pedágios nas BRs 153 e 060 começam em julho

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Concessionária que gerencia os 1.176 km privatizados não garante que haverá isenção de quem mora próximo aos pontos de cobrança

Pessoas que moram e trabalham nas imediações das praças de pedágio das BRs 153 e 060, que devem ser implantadas até julho do ano que vem, já começam a ficar preocupadas com a cobrança de taxas para quem for transitar nas rodovias.

O diretor-presidente da Concessionária das Rodovias Centrais do Brasil (Concebra), Odenir Sanches, não descarta cobrança da taxa de quem mora na região. “As isenções serão realizadas por livre arbítrio da concessionária”, informa.

Ele explica que as tarifas a serem cobradas de motoristas que transitarem pelas duas vias ficarão em torno de R$ 3 para veículos leves. “Motos irão pagar metade desse valor e, para veículos pesados, o cálculo será feito multiplicando o valor conforme o número de eixos do caminhão”. Ele explica que são quatro praças de pedágio que estão previstas para funcionar nos 1.176 quilômetros privatizados nas duas rodovias.

Odenir disse que, conforme o contrato há três condições para a melhoria das condições das BRs. “A primeira é a realização de serviços iniciais como roçagem, limpeza, troca de sinalização, cobertura de buracos e pintura horizontal”.

O diretor revela que o investimento foi alto, em torno de R$ 200 milhões, mas este valor contempla as melhorias que estão sendo feitas desde março deste ano nas estradas de Goiás e Minas Gerais.

UTI e resgate

De acordo com ele, a segunda condição é o atendimento ao longo dos trechos. “Essa condição, chamada de operacional, prevê que quem tiver algum problema pode contar com diversos serviços, como viaturas de tráfego por 24 horas (25 no total) e 24 ambulâncias, sendo que algumas delas contam com médico (UTI e resgate)”.

Além disso, segundo Odenir, haverá 24 bases operacionais, que estarão em plena capacidade em seis meses. O diretor-presidente revela ainda que a terceira condição prevista em contrato é a conclusão de 65 quilômetros de duplicação na rodovia BR 262, em Minas Gerais. “Felizmente, o trecho que está sob a nossa responsabilidade em Goiás já é todo duplicado”, afirma Odenir.

Ele cita outras obras importantes que a Concebra deve realizar em trechos rodoviários de Goiás administrados pela empresa, como, por exemplo: o novo contorno de Goiânia, que liga Anápolis, Aparecida e Hidrolândia e a terceira faixa entre Anápolis e Goiânia na BR-153.

Moradores

O cabeleireiro Jesus Dias de Moura, de 45 anos, mora no Parque Flamboyant e trabalha no Jardim Bela Vista, onde tem um salão. “Ninguém nos procurou ainda para fazer um cadastro para facilitar o nosso percurso pela BR-153. No final das contas, isso acaba sendo uma mina de dinheiro, já que muita gente precisa passar por esses locais mais do que duas vezes ao dia”, afirma.

O jornalista Edjer James Dias Mendes, 43, morador da Vila Santa Luzia, considera que a BR vai deixar de ser uma opção de desafogo ou via rápida. “Quem vai ter dinheiro para pagar por toda vez que precisar andar pela rodovia?”, questiona. E ele levanta outra questão, no que diz respeito ao trânsito da capital: “Essa região vai ficar intransitável caso não haja um estudo e uma ação para prever o caos”, diz.

Fonte: Jornal O Hoje