Shopping desperta interesse por região

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Estabelecimento provoca impactos nos bairros próximos, como a valorização dos imóveis. Moradores esperam melhorias

Inaugurado há pouco mais de um mês, o Shopping Passeio das Águas já provoca impactos na região norte de Goiânia. O empreendimento possibilitou a valorização de lotes e imóveis localizados nas proximidades do centro comercial antes mesmo que a obra fosse concluída. Agora, os moradores esperam ainda mais melhorias.

De acordo com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbanos (Semdus), a Prefeitura de Goiânia realizou estudos de impacto e vizinhança antes da construção do shopping na região. O diretor de planejamento da pasta, Sérgio Wiederhecker, afirma que o empreendimento foi implantado em uma via de porte compatível com suas proporções. Ele ressalta que o shopping é importante porque é gerador de emprego e renda, além de movimentar o cenário cultural da cidade.

O Plano Diretor, informa Wiederhecker, estabelece que as faixas lindeiras à Avenida Goiás Norte (como são denominadas às vias confrontantes à via principal) são adensáveis. “Edifícios residenciais e comerciais de múltiplos pavimentos podem ser edificados em toda extensão, em ambos os lados da via”, explica o diretor. Diante do aumento do fluxo de pessoas e veículos, o diretor afirma que eventuais problemas acarretados pelo desenvolvimento econômico “devem ser enfrentados e resolvidos com inteligência e determinação”, ressalta Wiederhecker.

O presidente do Sindicato dos Condomínios e Imobiliárias (Secovi Goiás), Marcelo Baiocchi, explica que com a construção do shopping começam a aparecer novos investimentos na região. “O shopping traz ou potencializa a construção de novos empreendimentos. Cresce o número de incorporações residenciais e de prédios porque as pessoas passam a ter atração para morar perto do shopping. Pequenos comércios e galerias também são construídos para aproveitar a movimentação e o fluxo de novos clientes”, afirma.

Segundo Baiocchi, o poder público também passa a intensificar as medidas e os serviços para a população à medida que a comunidade local aumenta. “Você acaba tendo mais necessidade de coleta de lixo, de limpeza de ruas, de iluminação pública, sistema viário, construção de escolas e unidades de saúde”, enumera.

O presidente afirma que ainda não há como estimar de quanto é a valorização dos lotes ou imóveis da região ou o número de empreendimentos que foram ou estão sendo construídos desde que a construção do shopping foi anunciada, mas afirma que é visível que o interesse pela área e o número de imóveis aumentaram.

Porém, Baiocchi acredita que o shopping apenas acelerou o crescimento da região. “O crescimento da cidade é natural. O shopping só veio para acelerar o que está acontecendo na região Norte, situação semelhante ao que aconteceu com a região Sul com a construção do Buriti Shopping. O shopping é uma âncora para a região norte, mas ela já vinha valorizando há algum tempo. Esta foi a região que mais se transformou nos últimos tempos porque era a região com menos investimentos”, ressalta o presidente do Secovi Goiás.

A valorização dos imóveis, acredita o diretor de planejamento da Semdus, é mais um dos benefícios gerados pelo crescimento da cidade e pelo desenvolvimento econômico. “A valorização significa progresso, significa que o interesse das pessoas pela região está crescendo e que ela está se desenvolvendo, num processo que alimenta um círculo virtuoso de desenvolvimento econômico, com todos os benefícios decorrentes”, opina. O diretor pontua que, no entanto, o crescimento deve estar aliado à preservação.

“Deve ser lembrado que há dois importantes cursos d’água na região, o Rio Meia Ponte e o Ribeirão Caveiras, cujas áreas de proteção, com 100 e 50 metros, respectivamente, estão sendo respeitadas, não só no empreendimento (Shopping Passeio das Águas), como nos projetos de loteamentos da região”, informa Wiederhecker.

A má notícia para os moradores da região é que a valorização dos imóveis deve acarretar em um futuro aumento do Imposto Territorial Urbano (ITU) e do Imposto Territorial Predial Urbano (IPTU). “Os tributos têm como base de cálculo, conforme estabelece os Códigos Tributários Nacional e Municipal, o valor de venda do imóvel. À medida que a valorização for atingindo os imóveis da região, os referidos tributos poderão, no futuro, ter o valor de sua base de cálculo atualizado em conformidade com os valores efetivamente praticados pelo mercado imobiliário”, conclui o diretor de planejamento da Semdus.

Fonte: Jornal O Hoje