Brasil: Goiás no ranking de descargas elétricas - Estado Fica na 4ª posição

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Incidência de raios põe Estado na 4ª posição entre as regiões onde é maior a ocorrência do fenômeno. Leves aumentos também registrados na capital

No início de novembro, uma partida de futebol terminou com mortes em Águas Lindas, no Entorno do Distrito Federal. Não foi a violência que levou a vida dos jovens, mas um raio. Cerca de dez garotos jogavam futebol em um campo improvisado no Setor de Mansões Ilha Bela, quando uma descarga elétrica atingiu três deles. Dois morreram na hora, o terceiro conseguiu escapar após socorro dos bombeiros.

O caso relatado de Águas Lindas não é único. Pelo menos 10% das mortes por raios no País são em partidas de futebol. Segundo levantamento do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registradas 1.601 mortes decorrentes de quedas de raio no Brasil. Somente em Goiás foram 102. O Estado é a quarta unidade da Federação em ocorrências. Os dados englobam o período de 2000 a 2012.

O Brasil é o País com maior número de raios do mundo. São 57 milhões registrados por ano, e a maior incidência ocorre no Norte e no Centro-Oeste. Em alguns municípios, a incidência entre 2007-2008 aumentou em mais de 300% (Guarapari-ES teve 335%), enquanto em outros houve diminuição de pelo menos 70%. A cidade de Mundo Novo (GO) teve queda (-71%). Grandes cidades têm variações menos acentuadas, com leves aumentos em São Paulo, Brasília, Porto Alegre e Goiânia.

De 1998 a 2011, a capital registrou pelo menos quatro mortes e uma média de 7,37 raios por quilômetro quadrado em um ano. Entretanto, diz a pesquisadora do Instituto de Estudos Sócio-Ambientais Juliana Ramalho Barros, os números podem aumentar, já que a cidade deve receber em breve um novo equipamento para monitorar os diferentes tipos de descargas.

No verão, a incidência de raios ainda é maior. Pelo menos 45% dos registros são feitos na estação no País. Assim é preciso ter cuidados, mesmo em centros urbanos como Goiânia. A maioria das mortes é dentro das residências, registrando 15% do total. Juliana alerta que é preciso observar alguns cuidados. Caso o raio atinja a rede elétrica é comum que a descarga percorra os cabos e saia até mesmo pelo telefone. Por isso é bom evitar falar por telefones conectados.

O lugar mais seguro para se estar é dentro de casa. Pois a cidade é bem equipada com pára-raios, devido ao grande número de prédios e a legislação obrigando a instalação do equipamento. Para quem estiver ao ar livre, o interior de um automóvel pode ser a melhor solução. “Se uma pessoa próxima for atingida, não toque de maneira nenhuma”, diz.

Fonte: Jornal O Hoje
Foto: Rubens Cerqueira