Goiás tem o melhor 1º semestre desde 2003

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Resultado foi puxado pela maior produção de soja e pelo aumento de frigoríficos exportadores.

O avanço de 6% na produção de soja e o aumento do número de frigoríficos em Goiás explorando o mercado internacional neste ano inflaram a economia regional e fizeram a balança comercial do Estado fechar o primeiro semestre de 2013 com o melhor saldo para o período, desde o início da série histórica, em 2003.

O resultado entre compra e venda internacional pelas empresas instaladas em Goiás ficou positivo em US$ 802 milhões. Até então, o recorde para o primeiro semestre de um ano era de 2012, com US$ 799 milhões de saldo. Os dados foram divulgados ontem pelo secretário da Indústria e Comércio de Goiás, Alexandre Baldy.

As contas no azul foram puxadas pelas exportações de commodities. De janeiro a junho, as vendas para o exterior acumularam US$ 3,3 bilhões – graças ao avanço do volume de soja, carnes e do ferroliga exportados. As importações, por sua vez, contabilizaram US$ 2,5 bilhões, principalmente, pela compra de insumos farmacêuticos e agrícolas, além de peças de veículos.

Parte desses resultados foi alcançada no segundo trimestre do ano. De janeiro a março, a balança comercial de Goiás apresentou um resultado considerado modesto (com saldo abaixo de US$ 100 milhões). De abril a junho, houve uma recuperação, com saldos chegando a US$ 311 milhões, o que influenciou todo o semestre.

O resultado da balança goiana de janeiro a junho deste ano é contrário ao cenário nacional, que recuou 4,8% no mesmo período. Na prática, o clima do comércio exterior em Goiás é de estabilidade e dá sinais de que pode fechar 2013 com um resultado igual ou um pouco superior a 2012, ao contrário do brasileiro.
Isso significa que mais dinheiro vindo de fora poderá ser injetado na economia do Estado do que sair, no que diz respeito ao comércio internacional. “Já estamos vendo isso no primeiro semestre. Esperamos que o câmbio do dólar não atrapalhe e que nossas empresas continuem exportando mais”, diz Baldy.

A professora de Economia Internacional da Universidade Federal de Goiás (UFG), Andrea Freire de Lucena, analisa que os produtos exportados por Goiás (soja e carnes), responsáveis pelo saldo positivo no semestre, são considerados de primeira necessidade e, por isso, menos influenciado pelas oscilações de mercado internacional.

Segundo ela, mesmo que os preços subam, as pessoas continuam consumindo esses produtos, o que dificulta um impacto do câmbio flutuante, por exemplo. “Além disso, os contratos de exportação são fechados em mercado futuro, ou seja, com preço pré-determinado. Isso contribui para o saldo”, declara.
O analista de Mercado da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), Pedro Arantes, ressalta que a soja, que representou 26,6% das exportações neste primeiro semestre, teve um crescimento na área plantada de 10%. A produção, mesmo com problemas climáticos, passou de 8,335 milhões de toneladas para 8,854 milhões de toneladas (6%). “O produtor goiano aproveitou esse cenário e exportou mais.”

Indústria de confecções recupera o fôlego

Uma das surpresas da balança comercial do primeiro semestre ficou com as confecções. O setor, embora tenha ainda uma participação mínima na pauta de exportação, voltou a recuperar o fôlego internacional, após longos período de morosidade.

O crescimento foi de 527% – o maior dentre todos os produtos. Alexandre Baldy diz que o desempenho é reflexo dos incentivos fiscais concedidos pelo Estado, com abate do ICMS, que tornou o setor mais competitivo. “Além disso, os eventos do setor vem possibilitando a internacionalização da produção”, diz.

JUNHO

As exportações goianas de junho atingiram US$ 559,959 milhões e as importações chegaram a US$ 407,725 milhões, gerando saldo de US$ 152,233 milhões. Os principais compradores das mercadorias goianas foram a China, Países Baixos (Holanda), Rússia, Coreia do Sul, Hong Kong, Alemanha, Japão, Reino Unido, Angola e Itália.

Os destaques das importações goianas foram os produtos farmacêuticos (28,04%); veículos automóveis, tratores, suas partes e acessórios ((23,57%); adubos ou fertilizantes (20,23%); caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos.

Na área de agronegócio, as indústrias goianas vêm investindo em sua expansão física e comercial para atender o mercado internacional.

Só neste ano, Perdigão, Só Frango, Pif Paf e Friato entraram neste processo de expansão de suas unidades.

Fonte: Jornal O Popular