Em uma década Goiás teve aumento de 100% em número de homicídios

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O Mapa da Violência no Brasil, em sua última edição, detalha dados sobre crimes de homicídio no País e traz resultados preocupantes em relação aos números do estado de Goiás e de Goiânia. Em ambas análises o número de mortes aumentou 100,9% entre os anos de 2001 e 2011.

O levantamento destacou os crimes cometidos contra jovens e em que foram usadas armas de fogo. O expressivo aumento em Goiás influenciou a estatística da Região Centro-Oeste, que atingiu aumento de 39,4% nas taxas de assassinato. Enquanto o Distrito Federal teve aumento de 26,2%, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul somaram 0,9% e 7,9%, no período. Em todo país, o aumento foi de 8,9%.

O dado comparativo de número de homicídios a cada 100 mil habitantes atingiu o patamar de 36,4 e levou Goiás à nona posição entre os estados que mais matam.

O sociólogo e coordenador de pós-graduação em sociologia da Universidade Federal de Goiás, UFG, Flávio Sofiati, analisa que o aumento nos números regionais é uma consequência do processo constante de exclusão social. “Ele apenas ratifica uma realidade nacional, que vem se estabelecendo no Brasil há algum tempo, que é um processo onde você tem um aumento maior de morte violentas no setor juvenil brasileiro. No meu ponto de vista, se encontram em uma situação de exclusão social,” explica.

De acordo com o sociólogo, as políticas públicas que o Estado, de um modo geral, tem oferecido à juventude são muito escassas. O estudioso faz uma afirmação preocupante. “A principal política do governo federal e dos governos estaduais para a juventude é o sistema penitenciário,” critica. Flávio cita que a população carcerária é formada por jovens, pobres e negros.

De 2010 para 2011, houve aumento de 16,7% no número de homicídios em Goiás e de 26,5% em Goiânia. Em todo o Estado, foram registrados, pelos dados do Sistema Único de Saúde, SUS, 761 homicídios a jovens, em 2011.

O sociólogo Flávio Sofiati também afirma que a mortalidade de jovens em crimes violentos já é conhecida. “As estatísticas mostram que a juventude de menor poder aquisitivo, moradores de periferia e homens negros é que tem um índice mais elevado de mortes violentas em comparação a outros seguimentos da sociedade,” relata.

A situação de Goiás foi considerada preocupante pelo novo Mapa da Violência, que qualificou o aumento nos índices de “acentuada, descontrolada e afetando decididamente as condições da seguridade cidadã imperantes”. O estudo foi feito pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos, com informações do Ministério da Saúde.

Fonte: Portal 730