Citybus permanece nas ruas até quarta

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CDTC acredita que não há motivos concretos para suspensão. Setransp deve apresentar planilha para provar.

Sem autorização da Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC), o serviço de transporte público oferecido por micro-ônibus Citybus continuava a circular pelas linhas da rede, ontem, como estava previsto. A CDTC acredita que não há motivos concretos para a suspensão e pediu ao Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Goiânia (Setransp) que apresente uma planilha que prove a necessidade do fim do transporte. A apresentação será na quarta-feira (17), quando uma nova reunião da CDTC deve ser realizada. Até lá, os micro-ônibus continuam transitando normalmente.

Desde que a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) divulgou a posição das empresas de dar fim ao serviço complementar, sob justificativa de inviabilidade econômica, o órgão informou que essa foi uma decisão tomada para contrabalançar o reajuste tarifário, que foi derrubado, após inúmeros protestos pela cidade. A justificativa prévia foi também de que a retirada do Citybus seria uma medida que poderia contribuir para a manutenção do transporte público convencional, hoje com a passagem congelada em R$ 2,70.

Os micro-ônibus equipados com ar-condicionado, poltronas almofadadas e rede wifi de internet, circulam por Goiânia há quatro anos. Desde então, a Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC) considerou o serviço como malsucedido, já que apresentava poucos usuários. Segundo a RMTC, atualmente o transporte atende 1,9 mil pessoas, com passagens que variam entre R$ 2,70 e R$ 5,40.

Se a procura pelo Citybus já era pouca, após o anúncio da descontinuidade do serviço ficou ainda mais minguada. Na manhã de ontem, data prevista para a paralisação por tempo indeterminando, os ônibus transitaram vazios. O motorista de Citybus Roberto Carlos Sales, 47, disse que a procura caiu para mais da metade. “Desde sexta-feira, a demanda está horrível. Quem usava não quer usar mais e reclama muito”, relatou.

O profissional foi contratado há dois anos para dirigir micro-ônibus, mas deve ser remanejado para dirigir os ônibus convencionais, caso o serviço diferenciado de fato seja interrompido. “O salário vai ser um pouco maior, mas o trabalho também.” Ele considera e torce para que o Citybus não saia de circulação. “É um serviço diferenciado que toda cidade grande deve ter”, considera.

A notícia de que as linhas deveriam ser suspensas foi divulgada após reunião na CMTC, que também alegou que foi pega de surpresa. De início, todos os motoristas seriam aproveitados, conforme esclareceu a companhia. Na manhã de ontem, nos pontos de ônibus da Praça Cívica, a reportagem não encontrou sequer um passageiro que iria utilizar o serviço do Citybus.

Fonte: Jornal O Hoje