Dilma anuncia novo programa para atrair médicos brasileiros para o interior

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Negociações para importar médicos de Cuba estão paralisadas, mas presidente não descarta possibilidade de trazer profissionais estrangeiros caso as vagas não sejam preenchidas por brasileiros

A presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou nesta segunda-feira (7/8) o Programa Mais Médicos para o Interior, que com vantagens financeiras, como salários de R$ 10 mil, tem por prioridade atraí-los para as periferias das grandes cidades e aos municípios interioranos mais distantes, principalmente do Norte e do Nordeste.

As negociações que visam trazer 6 mil médicos formados em Cuba para o Brasil encontram-se paralisadas, mas a presidente ressaltou que, caso as vagas não sejam preenchidas por brasileiros, o governo federal voltará a negociar a vinda de profissionais estrangeiros. A prioridade, neste caso, será para médicos da Espanha e de Portugal.

O anúncio foi feito durante o programa semanal Café com a presidente, que vai ar às segundas-feiras. Segundo Dilma Rousseff, os médicos brasileiros que ingressarem no programa serão pagos pelo próprio Ministério da Saúde e receberão outras vantagens, como recursos para manterem equipes de enfermeiros e técnicos de enfermagem nas unidades. A carga horária será de 40 horas semanais.

A presidente explicou que serão abertos dois editais, um para a seleção dos municípios que precisam de mais profissionais e outro para que os médicos formados no Brasil se inscrevam. Os profissionais poderão escolher as cidades em que têm interesse de atuar.

Conforme frisou, a possível importação de médicos estrangeiros se deve ao fato de se tratar de uma questão emergencial. "Essa convocação de médicos para trabalhar nas regiões mais pobres de nosso país é a resposta que estamos dando para o problema da falta desses profissionais nas nossas unidades de saúde. Quem precisa de atendimento médico não pode esperar e é por isso que estamos autorizando a vinda de médicos estrangeiros. Trata-se de uma medida emergencial".

A petista ressaltou que o governo federal tem trabalhado para ampliar as vagas nos cursos brasileiros de medicina, porém pontuou que a formação de fato de um profissional leva em média dez anos.

De acordo com Dilma, os médicos que vierem de outros países não irão tirar emprego dos profissionais brasileiros, já que os mesmos vão atuar em localidades em que os brasileiros não têm interesse.

Manifestações

Na quarta-feira da semana passada, dia 3, médicos, acadêmicos de medicina e sindicalistas de várias cidades brasileiras saíram às ruas para protestar contra a vinda de médicos estrangeiros. Os profissionais alegam que o motivo da insatisfação é o fato de os médicos a serem importados não serem submetidos ao devido teste de revalidação do diploma, o Revalida, adotado no Brasil desde 2011. Em Goiânia, o ato contou com a participação de mais de 400 pessoas.

O Revalida é um exame nacional que reconhece diplomas de estrangeiros de medicina, composto por duas fases. Uma vez com o diplomado validado, o médico deverá se registrar no Estado onde pretende trabalhar e adquirir o registro profissional para poder clinicar.

A polêmica atual se deve ao anúncio do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, de que profissionais vindos de país como Cuba, Portugal e Espanha poderiam atuar sem tal teste. Segundo o ministro, esses profissionais só poderão atuar nas áreas carentes determinas pelo governo e por período que não possa ultrapassar três anos.

Fonte: Jornal Opção