Inflação em Goiânia é a maior em 17 anos

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An­dré Pas­sos

A in­fla­ção em Go­i­â­nia no acu­mu­la­do dos 11 me­s­es de 2010 é a mai­or dos úl­ti­mos 17 anos. O ín­di­ce de 7,96% só per­de pa­ra a in­fla­ção re­gis­tra­da no mes­mo pe­rí­o­do de 1993, quan­do a ta­xa foi de 11,27%. Pe­lo ter­cei­ro mês con­se­cu­ti­vo a elevação do Índi­ce de Preços ao Consumidor (IPC) foi pu­xa­da pe­los ali­men­tos (3,47%). O ba­lan­ço foi di­vul­ga­do ontem, pe­lo ge­ren­te de In­di­ca­do­res Eco­nô­mi­cos e So­ci­ais da Se­cre­ta­ria de Pla­ne­ja­men­to e De­sen­vol­vi­men­to (Se­plan), Mar­ce­lo Eu­ri­co de Sou­sa.

De ou­tu­bro pa­ra no­vem­bro , a inflação teve de 1,4% em Go­i­â­nia contra 1,44%, anterior­men­te. O IPC acu­mu­la­do em to­do o ano pas­sa­do so­mou 4,01%, pou­co mais da me­ta­de do que foi al­can­ça­do de ja­nei­ro a no­vem­bro de 2010 (7,96%). Dos 205 pro­du­tos e ser­vi­ços pes­qui­sa­dos, 115 apre­sen­ta­ram ele­va­ções de pre­ços, 40 fi­ca­ram es­tá­veis e 50 ti­ve­ram va­ri­a­ções ne­ga­ti­vas.

Em no­vem­bro, a car­ne bo­vi­na re­gis­trou aumento de 15,48% em relação ao mês an­te­ri­or e foi a “gran­de vi­lã” pa­ra o bol­so do tra­ba­lha­dor go­i­a­ni­en­se. A ele­va­ção pu­xou al­tas tam­bém das car­nes su­í­na (12,11%) e de aves, além dos ovos (11,8%). O pre­ço da al­ca­tra subiu 19,14% de um mês pa­ra o ou­tro.

O con­tra fi­lé te­ve al­ta de 18,25% e o mús­cu­lo de 18,06%. A car­ne de fran­go e per­nil su­í­no tam­bém aumentaram - 14,13% e 13,04%, res­pec­ti­va­men­te.

CONSUMIDOR
On­tem, o cha­pei­ro Ru­bi­tan Li­ma do Nas­ci­men­to, de 31 a­nos, e a mulher, a dona de casa Ma­ria Ci­le­ne Sou­sa dos San­tos, 29, fo­ram com­prar car­ne pa­ra o con­su­mo da se­ma­na, quando cons­ta­ta­ram o aumento de pre­ços. “Há dois mes­es, minha fa­mí­­lia (de seis pes­so­as) con­su­mia de R$ 90 a R$ 100 de car­ne por mês. Ago­ra, a con­ta não fi­ca me­nos de R$ 120, mesmo sub­sti­tuin­do por fran­go e ovos”, con­ta­bi­li­za Maria Cilene.

Segundo Mar­ce­lo Eu­ri­co, não há pers­pec­ti­vas de que­­da nos itens que com­põ­em a ali­men­ta­ção, nos pró­xi­mos mes­es, prin­ci­pal­men­te nos preços da car­ne. “A de­man­da de­ve au­men­tar e es­tes itens só te­rão seus preços nor­ma­li­za­dos quan­do a pro­du­ção for ele­va­da”, disse o gerente da Seplan.

Além dos ali­men­tos, ar­ti­gos de ves­tu­á­rio tam­bém fi­ca­ram mais ca­ros em no­vem­bro, com va­ri­a­ção mé­dia de 1,66%, in­flu­en­cia­da, prin­ci­pal­men­te, pe­lo item cal­ça mas­cu­li­na (4,26%) e blu­sa fe­mi­ni­na (3,55%). O gru­po dos tran­spor­tes re­gis­trou va­ri­a­ção de 0,11%, após ter apre­sen­ta­do re­a­jus­te de 2,77% no mês pas­sa­do em relação a ou­tubro.

Ele­tro­do­més­ti­cos
Por ou­tro la­do, o IPC de Goi­ânia apon­ta que­da no pre­ço de itens re­si­den­ci­ais, mui­to con­su­mi­dos no fi­nal de cada ano, co­mo má­qui­na de la­var rou­pa, com que­da de 6,05% nos pre­ços, ge­la­dei­ra (-3,06), apa­re­lho de som (-5,40%) e te­le­vi­sor (-4,28%).

O cus­to da ces­ta bá­si­ca, com­pos­ta por 12 itens – quan­ti­da­de su­fi­ci­en­te pa­ra uma pes­soa por um mês – subiu de R$ 202,66 em ou­tu­bro, pa­ra R$ 208,14, em no­vem­bro. Foram ne­ces­sá­rias 89 ho­ras e 47 mi­nu­tos de tra­ba­lho pa­ra que o as­sa­la­ri­a­do con­se­guis­se com­prá-la. De um mês pa­ra o ou­tro, a va­ri­a­ção é de 2,7%. No ano, os itens fi­ca­ram 21,21% mais ca­ros e 22,01% nos úl­ti­mos 12 mes­es.

Fonte: Jornal o Hoje