Cesta básica de Goiânia tem maior alta do país
A cesta básica do goianiense em novembro registrou a maior alta no acumulado do ano entre 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), atingindo R$ 236,31, elevação de 23,79% em 2010 e 14,74% em relação a novembro de 2009. Sobre outubro, a variação foi de 2,77%, a 6ª menor entre as pesquisadas. Batata, carne e açúcar puxaram o aumento de preços. Entre as quedas estão banana, feijão, tomate e arroz.
Em novembro, o trabalhador assalariado goianiense precisou trabalhar 101 horas e 56 minutos para comprar alimentos que compõem a cesta básica do Dieese, desembolsando 50,36% do salário mínimo (R$ 510). Em igual período de 2009, foram necessárias 97 horas e 26 minutos para adquirir os mesmos 14 itens.
Apesar de o preço da batata ter alcançado maior alta na capital (34,15%), a carne foi o principal item na composição da cesta e o maior responsável por seu custo, ao registrar elevação de 11,05%. Em seguida, vêm o açúcar (8%), manteiga (4,82%), farinha de trigo (3,48%) e óleo de soja (0,79%).
A professora Divina Aparecida Rosa Caixeta, de 43 anos, conta que costumava gastar em torno de R$ 400 em cada compra que fazia, alimentar sua família, composta por sete pessoas. “Já não está mais sendo suficiente. Estou sempre tendo de inteirar com R$ 50 ou R$ 60 a mais”, reclamou. Nas compras que fez ontem, em um supermercados da capital, ela disse que não levaria nem batata nem carne bovino. No local onde ela esteve, a batata era comercializada a R$ 1,29 o quilo. Já as carnes de primeira, como alcatra e contra-filé, custavam R$ 17,99 o quilo. “Há poucos meses, a carne de primeira custava menos de R$ 10”, lembra Divina.
Quedas
Do outro lado da balança, houve reduções em sete produtos da cesta básica goianiense. As maiores quedas foram observadas nos preços da banana (-12,5%), feijão (-9,67%), tomate (-7,30%) e do arroz (-3,72). O feijão foi um dos dez itens com aumentos expressivos nos últimos 12 meses. A alta deste produto acumula elevação de 103,09% no período. Em seguida, vem a carne com 33,67%, açúcar com 25,17%, e o leite, 17,87%. As reduções no ano ficaram por conta do tomate (-41,74%), banana (-16,45%) e batata (-13,16%).
De acordo com a supervisora técnica do Dieese em Goiás, Leila Brito, tanto as altas quanto as quedas nos preços foram influenciadas pela sazonalidade, gerada pela seca prolongada, no primeiro semestre do ano. “O feijão já começa a ter o preço normalizado. O açúcar também deve ter queda, se não continuarem as especulações. Já a carne continuará em alta até o início do ano que vem”, avalia Leila.
Nacional
No País, o custo mais alto da cesta básica entre as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese foi encontrado em São Paulo (R$ 264,61). Em seguida, vêm Manaus (R$ 250,56) e Porto Alegre (R$ 249,78). Goiânia tem a nona cesta mais cara do Brasil. Os custos mais baixos foram encontrados em Aracaju (R$ 179,78) e João Pessoa (R$ 193,49).
Fonte: Jornal o Hoje