Falta de ciclovia deixa bicicletário às moscas
Sem ciclovias na capital, o incentivo para as pessoas deixarem os carros e transitarem de bicicleta ainda não agrada os ciclistas. A Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), quer instalar emt todos terminais de ônibus, locais destinado para os ciclistas deixarem o veículo estacionado no próprio bicicletário. Hoje só o terminal do Cruzeiro contam com o equipamento.
No entanto, o local não é muito utilizado, pois é difícil chegar até o terminal pedalando devido à ausência de um espaço exclusivo às bicicletas nas ruas de acesso. É perceptível que no trânsito de Goiânia não existe espaço para as bicicletas. De acordo com o departamento de estatística do Detran, somente esse ano, de janeiro a agosto, foram registrados 624 acidentes e 8 mortes envolvendo ciclistas.
Eduardo da Costa, 18 anos, é um dos poucos usuários do transporte coletivo que vão de bicicleta até o terminal. No Terminal do Cruzeiro, existe espaço para 200 bicicletas, mas ontem, por volta das 18 horas, havia apenas seis bicicletas estacionadas no local. O estudante disse que os ciclistas são desestimulados a circular pelo trânsito da capital, "principalmente no período noturno", relata. Eduardo reside no bairro Ilda em Aparecida de Goiânia e vai de bicicleta todos os dias para o terminal. "A cidade deveria ter ciclovias assim acredito que o bicicletário iria ficar cheio", disse. Para utilizar o serviço ele paga o valor de uma passagem, R$ 2,25, e já entra no terminal sem a necessidade de pagar outro bilhete de viagem. "Compensa muito."
Segundo a assessoria de imprensa da CMTC, os bicicletários fazem parte das instalações dos novos terminais de ônibus e dos que devem passar por reforma. O próximo a receber a instalação será o Terminal das Bandeiras, que ainda está em construção. A CMTC informou que o projeto foi implementado, como incentivo, após o órgão perceber que os usuários do transporte coletivo, que residiam próximo aos terminais, utilizavam as bicicletas para chegar até o terminal e as deixavam em locais inapropriados.
O grupo Pedal Goiano, inconformado com o pouco espaço destinado às bicicletas nas ruas de Goiânia, apresentou na sexta-feira, 19 de novembro, um projeto de construção de ciclovias para o presidente da Agência de Trânsito, Transporte e Mobilidade (AMT), Miguel Tiago. De acordo com o coordenador do Pedal Goiano, Eduardo da Costa Silva, no próximo dia 6, o grupo irá se reunir com o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, para lhe entregar um abaixo assinado, com mais de 2.500 assinaturas em prol da construção das ciclovias. Eduardo esclareceu que a intenção é de que sejam construídas ciclovias nas Avenidas mais largas da Capital. "Como a Avenida 136, Jamel Cecílio, Avenida Liberdade e nas radias que ficam próximas aos terminais de ônibus", disse.
Ele acredita que as pessoas não vão até os terminais de bicicleta porque não existem ciclovias nas ruas que levam até os terminais. "O que dificulta o acesso, por isso os bicicletários estão vazios", reclama.
O presidente da AMT, Miguel Tiago, esclareceu que o grupo de ciclistas levou até ele apenas idéias. "O projeto ainda tem de ser elaborado pela secretaria de Planejamento", acredita.
Fonte: Jornal O Hoje