Tachões derrubam pelo menos 12 motociclistas em ciclofaixa de Aparecida de Goiânia
Estrutura instalada para separar trânsito e resguardar ciclistas provocou acidentes em avenida Pelo menos 12 motociclistas se acidentaram na Avenida Benedito Silvestre de Toledo, no Jardim Riviera, em Aparecida de Goiânia, nesta terça-feira (16). O motivo das quedas foi a instalação de tachões (tecnicamente conhecidos como prismas catadiópicos) na ciclovia que está em fase de implantação na região. As estruturas foram fixadas na madrugada desta terça-feira (16) e pegaram de surpresa os condutores que trafegavam pela via.
A Superintendência Executiva de Mobilidade de Aparecida de Goiânia, que executa o programa Mobilidade Urbana, responsável pelas vias cicláveis, afirmou que a avenida conta com toda a sinalização vertical e horizontal necessária.
Por volta das 17 horas, o POPULAR flagrou o que os moradores do local afirmaram que seria o 12º acidente do dia. O auxiliar de produção Everton das Neves Souza, de 25 anos, tinha acabado de cair de sua motocicleta e aguardava a chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (Samu). Everton, que mora no Jardim Alto Paraíso, passa pela via todos os dias para ir para a casa da namorada, que reside na região. Ele não viu os tachões e acabou caindo quando a roda dianteira do veículo passou em um deles. “Não tem nada (avisando). Tinha de ter alguma coisa para o motorista saber dos tachões, porque eu não vi”, disse.
Toda a extensão da avenida já conta com a pintura das ciclofaixas e placas de sinalização. O trabalho vem sendo desempenhado, segundo a Superintendência de Mobilidade, há 15 dias. Contudo, a reclamação dos moradores é sobre os tachões que, até a última segunda-feira, não estavam na via. Os objetos não foram sinalizados e não contam com faixas reflexivas. Além disso, outro agravante é que as estruturas foram fixadas em apenas uma parte da rodovia. Segundo Everton, foi isso que ocasionou a sua queda. “Toda a pista está pintada, mas tem só a faixa branca, eu só vi que tinha tachões nesta parte quando eu encostei a roda em um deles. Aí o guidom já começou a tremer e eu bati em outro. Foi a hora que eu caí”, contou.
O engenheiro de trânsito e professor do Instituto Federal de Goiás (IFG), Marcos Rothen, declara que a ação foi um equívoco. “Aquilo é uma pegadinha. Se você muda a condição de uma via de repente, você tem de avisar para o motorista”, diz. “A prefeitura tinha de colocar placas avisando para o motorista, ainda mais porque é só em um pequeno trecho, que daqui a tantos metros a ciclofaixa vai virar ciclovia”, disse. Ademais, segundo ele, os tachões precisam de faixas reflexivas, já que eles são chanfrados. “Não tem problema colocar, mas precisa de sinalização e da faixa reflexiva, se não é irregular”.
Sobre a sinalização, a prefeitura afirmou que os prismas têm o chamado “olho de gato” e uma pintura especial que reflete a luz. Contudo, no local visitado pela reportagem, os tachões não contavam com o dispositivo refletor. Ainda segundo a prefeitura, a ciclovia ainda não está pronta e, dentro dos próximos dias, toda a extensão sinalizada como ciclofaixa receberá a fixação das estruturas. O projeto para implantação da via para ciclistas conta com 17 km de extensão, percorrendo diversos bairros de Aparecida, com destino final no Setor Garavelo. A Superintendência de Mobilidade também afirma que realiza estudos para apurar os acidentes.
Fonte: Jornal O Popular