Marginal Botafogo: Prefeitura vai reiniciar obra
Licitação de R$ 23,9 milhões corresponde à parte do complexo até a Avenida 2ª Radial
O prolongamento da Marginal Botafogo deve sair do papel ainda este ano. A Prefeitura de Goiânia vai licitar parte do complexo viário do cruzamento da Marginal com a Avenida Jamel Cecílio e a continuidade da via até a Avenida 2ª Radial, no Setor Pedro Ludovico. As obras, no entanto, vão ocorrer de forma parcelada e, neste primeiro momento, compreendem apenas a via no sentido Norte-Sul, que já foi iniciada em 2010, mas que teve as obras paradas em 2011, por decisão do Tribunal de Contas da União (TCU).
A licitação para as obras foi aberta no dia 24 de dezembro e as propostas serão recebidas no dia 2 de fevereiro. Para a construção da pista Norte-Sul, obras de galeria pluvial e de drenagem, a construção da ponte sobre a Rua 1.018 e as alças na Avenida 2ª Radial, a Prefeitura projeta um gasto de R$ 23,9 milhões, com entrega para um ano. O projeto total, que contempla a via no sentido Sul-Norte e o viaduto em três níveis no cruzamento da Marginal Botafogo com a Avenida Jamel Cecílio, está estimado em mais de R$ 60 milhões.
A prefeitura tem projeto para o local desde 1999, ainda sob a administração do ex-prefeito Nion Albernaz (PSDB), mas nunca conseguiu concluí-lo. O projeto atual é datado de 2010, já sob a gestão de Paulo Garcia (PT), feito pela então Agência Municipal de Obras (Amob) e contempla todo o complexo viário. À época, o trabalho foi orçado em cerca de R$ 35,4 milhões e a licitação foi vencida pela Construtora Central do Brasil (CCB). A Prefeitura chegou a realizar 15 aditivos contratuais e 378 medições da obra.
Em agosto de 2011, o orçamento chegou a R$ 45,9 milhões. Como o governo federal era quem financiava, o TCU suspendeu a obra com indícios de sobrepreço, até que a Prefeitura regularizasse a medição dos trabalhos e seu orçamento, o que não tinha ocorrido até então. A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Obras (Semob) não informou de onde será o orçamento para a obra, já que a mesma poderia ser executada com verba do Tesouro Municipal, conforme a recomendação do TCU.
Pelo acórdão, a Prefeitura deveria ajustar os preços individuais constantes do contrato, especialmente em relação aos aditivos de acordo com os preços de mercado, que teria o sobrepreço de 75%. Além disso, deveria provar ter dinheiro suficiente em caixa para honrar a contrapartida do município em relação à verba federal. Essas medidas deveriam ser comprovadas junto ao TCU em um prazo de 90 dias. Foram suspensos todos os pagamentos dos serviços que já haviam sido realizados. A pista Norte-Sul tem cerca de 5 quilômetros pavimentados, mas já em fase de degradação.
PRÓXIMAS ETAPAS
Ainda segundo a assessoria de imprensa da Semob, todo o restante da obra será licitado futuramente, ainda em datas não definidas. Da forma como está o projeto, sem o viaduto sobre a Avenida Jamel Cecílio, o prolongamento da Marginal funcionará, a princípio, como uma segunda opção do motorista para ir ao Setor Pedro Ludovico. Atualmente, a única maneira é pela Avenida Leopoldo de Bulhões, que vai até a Avenida Circular, o que pode descongestionar a via. Outro problema é em relação à sinalização do cruzamento já citado, que foi modificado em outubro do ano passado.
Após a inauguração dos viadutos da Marginal Botafogo sobre as Avenidas 88, A e E, a Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade (SMT) proibiu que o acesso do motorista que estivesse na Marginal para a Avenida Jamel Cecílio no sentido Shopping Flamboyant. Com a obra de prolongamento, a única maneira de o motorista seguir até a 2ª Radial seria acessar a Jamel Cecílio pela Rua PL3 ou fazer o retorno na Leopoldo de Bulhões. O prolongamento só pode ser acessado pela Jamel Cecílio e, por isso, o cruzamento poderia ser reconfigurado à maneira anterior, criticada por técnicos em trânsito por aumentar um tempo semafórico.
Fonte: Jornal O Popular