Habitação: Imóvel em Goiânia é o 2º que mais valorizou no País
Goiânia teve a segunda maior elevação do preço do imóvel este ano no País. Até julho, a variação real, já descontada a inflação, do preço médio do metro quadrado foi 3,5%, ficando atrás somente de Vitória 3,9%. Os dados foram divulgados pelo Zap, maior portal imobiliário do País, e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que calculam o FipeZap. Essa é a primeira vez que Goiânia participa desta pesquisa integrando outros 24 municípios.
No estudo foi avaliado o valor das ofertas de apartamentos residenciais anunciadas no portal Zap, maior site imobiliário do País. Goiânia registrou um índice bem acima da média do índice ampliado divulgado pelo estudo - 0,2%. Das 20 cidades que compõem o índice nacional (cinco ficaram fora), 9 apresentaram retração e Recife (PE) manteve-se estável. Outras 10 apresentaram aumento de preços. Na linha ascendente, Niterói (RJ) mostrou ligeiro crescimento de 0,1%, passando por Goiânia (3,5%), até chegar a Vitória 3,9%.
BENFEITORIAS
Para a elaboração da pesquisa, não são considerados pontos discrepantes de benfeitorias do prédio, como distância entre muros, piscinas e áreas de lazer. Embora Goiânia tenha apresentado a segunda maior variação até julho, ainda é detentora do segundo valor mais barato do preço médio do metro quadrado - R$ 3.860.
O presidente do Zap, Eduardo Schaeffer não tinha em mãos o número de ofertas analisadas tampouco os bairros levantados no momento da entrevista. “Observamos as zonas de ponderação, que consideram a média demográfica da região. Dado esse cenário, o índice apresenta o valor médio do metro quadrado da região”, diz. Ele explica que o estudo registra índices desde 2011, com dados desde 2008. “Goiânia não figurava antes porque não tínhamos o número suficiente de ofertas no site para compilarmos números corretos”, diz.
POSITIVA
O presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), Rogério Correia, explica que, historicamente, Goiânia apresenta preços médios do metro quadrado até 30% abaixo que a média nacional - R$ 7.369, segundo a pesquisa. “Isso ocorre em um Estado que cresce acima da média e numa região (Goiânia) que absorve a maioria das pessoas que chega a Goiás”, assinala.
Despontar como a nona economia nacional, explica, atrai investimentos de todas as esferas. “Goiânia está pujante e isso acaba refletindo no mercado como um todo. O mercado se autorregula de acordo com a lei de oferta e procura”, frisa.
Além dos aspectos econômicos, informa, o Plano Diretor municipal incorpora regras bastante definidas para o setor imobiliário. Diante desses fatores, acredita que a variação do mercado imobiliário deve continuar positiva. “Dificilmente veremos retração de preços no mercado goiano”, diz.
Eduardo Schaeffer afirma que ficou surpreso com o índice registrado em Goiânia, já que boa parte da amostragem aponta índice positivo abaixo de 2%. Daqui pra frente, diz, o mercado goiano será observado mais atentamente pela equipe que realiza o levantamento, inclusive, ingressando em pesquisas do órgão que comparam o valor do imóvel com o preço do aluguel.
INVESTIMENTOS
Essa variação de 3,5% cria uma boa condição de mercado para a permanência de investimentos do setor imobiliário na região, avalia Eduardo. “A região deve atrair mais investidores que a maioria do País”, diz.
O presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado de Goiás (Sinduscon), Carlos Alberto Moura compartilha da opinião. “Com um bom desempenho econômico, somos uma ilha que está gerando uma movimentação maior do mercado em relação a outras cidades”, afirma. O setor possui um pouco mais de 9 mil unidades em estoque e 7 mil unidades produzidas nos últimos 12 meses. Para ele, outros fatores positivos levam a crer que os investimentos no setor da construção civil devem permanecer, como um ligeiro acréscimo no nível de confiança do empresariado e índice de geração de emprego acima da média nacional.
Conforme dados do Caged publicados ontem pelo O POPULAR, o número de empregos com carteira assinada em julho foi 37% superior ao gerado no mesmo período do ano passado. Enquanto isso o País teve o pior desempenho para o período dos últimos 15 anos. “Nada indica que o mercado terá problemas de venda”, diz Carlos Alberto. A construção civil assinou 159 carteiras de trabalho. Mas ao contrário de Rogério, acredita que os preços devem se estabilizar.
Fonte: Jornal O Popular