Goiânia é a segunda cidade mais arborizada do mundo
Ipês florescem nesta época do ano e formam belos tapetes que colorem de rosa, branco, amarelo e roxo ruas e avenidas de Goiânia. A paisagem exuberante encanta a população e anuncia que a primavera se aproxima. A chegada da estação das flores remete a outra data, que homenageia um importante símbolo da natureza: o Dia da Árvore, comemorado no próximo domingo, dia 21.
Goiânia, Campinas, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba estão, nesta ordem, entre as cidades – acima de um milhão de habitantes – mais arborizadas do Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a partir de dados do Censo Demográfico 2010: Características urbanísticas do entorno dos domicílios. Goiânia tem 89,5% de arborização.
Goiânia é a cidade mais arborizada do País e a segunda no mundo. A capital goiana perde, apenas, para Edmonton, no Canadá, que detém a concentração de 100 m² de árvores por habitante. São cerca de 950 mil árvores, sendo 382 espécies diferentes. Entre elas, a mais comum é a monguba, seguida pela sibipiruna e guariroba. Mas se vê também muito por aí flamboyants, palmeiras imperiais, sete-copas, entre outras.
De acordo com a analista ambiental da Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Adjane Damasceno, as árvores proporcionam benefícios ecológicos, estéticos e sociais. A interferência no microclima, proteção do solo e sobrevivência da fauna são as principais contribuições para o meio ambiente, segundo ela, porque a cobertura vegetal aumenta a permeabilização do solo e alimenta o lençol freático. Por isso, a presença de áreas verdes está diretamente relacionada à qualidade de vida da população.
As Áreas de Preservação Ambiental (APAs) também são opções de lazer, diversão e convívio social em meio ao trânsito agitado, barulho e poluição das grandes cidades. “Quando buscamos um lugar para diversão e para relaxar, muitas vezes queremos contato com a natureza”, acrescenta.
O gestor de Recursos Naturais da Semarh, Marcelo Alves Pacheco, avalia que a conscientização sobre a preservação das árvores tem obtido força e repercussão importante entre a sociedade. “Hoje está claro e compreendido pela ciência e está sendo internalizado pela sociedade que tão importantes quanto os espaços destinados à produção industrial e agricultura são as áreas com presença de ambiente natural mais conservado possível. Isso é importante por vários aspectos como a manutenção das características do clima. Em áreas próximas a parques temos temperaturas mais agradáveis, a cobertura vegetal também influi na permeabilização do solo que está diretamente relacionada à água disponível hoje para as pessoas para utilização de forma geral. Em locais que houve uma remoção ou grande desmatamento, pouco tempo depois foram observados problemas como falta d´água ou enchentes”, relata.
Semarh quer reduzir impacto ambiental em APAs
A Semarh administra atualmente 22 unidades de conservação ecológica em todo o Estado de Goiás, sendo 12 parques com utilização mais restrita e foco específico na preservação ambiental. Segundo Marcelo Alves Pacheco, essas áreas são alvo de pesquisas científicas e atividades de lazer em contato com a natureza. Em outras dez unidades, que são chamadas de uso sustentável, é realizada uma série de ações inclusive com habitantes e comunidades locais no sentido de se alcançar um desenvolvimento equilibrado.
Vários fatores representam ameaça direta à preservação dessas Áreas de Proteção Ambiental (APAs). Além dos frequentes focos de incêndio durante a estiagem que devastam a vegetação e comprometem a fauna dessas regiões, a própria expansão da fronteira urbana, obras de infraestrutura como construção de estradas, implantação de barragens e hidrelétricas e a ampliação das áreas utilizadas na produção agropecuária para a formação de lavouras e pastagens contribuem para o desequilíbrio dos ecossistemas.
Pacheco afirma que a Semarh concentra esforços na fiscalização das APAs para evitar sua depredação e mitigar os efeitos da ação humana. “Há equipes em campo se deslocando por terra, água e ar encarregadas dessa fiscalização. Além disso, realizamos ações integrais que envolvem o monitoramento da qualidade do ar, da água ou do desmatamento. Tudo isso visando à redução da degradação ambiental nesses espaços, que são objeto de uma proteção diferenciada”, detalha.
Reflorestamento
A Semarh desenvolve uma série de ações de reflorestamento de espécies nativas do Cerrado, que visam à recuperação de áreas degradadas em unidades de conservação geridas pelo Estado. As duas principais iniciativas de reflorestamento são desenvolvidas no Parque Estadual Telma Ortegal, em Abadia de Goiás, onde está sendo feito um grande plantio compensatório devido ao impacto ambiental causado pela duplicação da BR-060, de Goiânia a Jataí. As obras atingiram 302 quilômetros de rodovia, o que exigiu a derrubada de árvores na faixa de domínio da estrada. Muitas dessas árvores eram espécimes protegidos por lei, como aroeiras e angicos. O reflorestamento também é feito no Parque Estadual do Ribeirão João Leite, com o plantio de mudas em uma área de 2 mil hectares que margeia o reservatório da barragem do Sistema Produtor João Leite, responsável pelo abastecimento da população da Grande Goiânia. Mais de 17 mil mudas de árvores do Cerrado – como ipês, paineiras, jatobás e angicos – já foram plantadas com o objetivo de atender ao Programa Compensar Ambiental, que prevê o aumento de áreas verdes no Estado para mitigar as emissões de gases de efeito estufa.
Fonte: Goiás Agora
Foto: Luciano Magalhães Diniz