“Não existem congestionamentos em Goiânia”, diz presidente da AMT, Miguel Tiago

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A Prefeitura da Capital tenta criar condições de tráfego para evitar um “apagão” no trânsito. Para Miguel Tiago, três medidas resolveriam a situação da demanda de veículos na cidade: transporte coletivo rápido, de qualidade e com preço acessível. “O metrô é o veículo que reune todos esses fatores.” Ele acredita que, mesmo com o aumento da frota, o trânsito não vai travar ou parar nos próximos anos em Goiânia. E afirma que não existem congestinamentos na Capital, mas apenas “pontos de estrangulamento”.

Diário da Manhã - Como o senhor analisa o aumento diário da frota em Goiânia?
Miguel Tiago - A cidade mal planejada já está pronta. Os veículos já foram vendidos e temos que lidar com a situação do jeito que está hoje. O que precisamos fazer é pegar o que já está estabelecido e criar condições de tráfego. Vamos trabalhar dentro do que é possível, criando uma alternativa, seja através dos laços indutivos ou de modificação semafórica. Vamos trabalhar, dando condições para que o trânsito não tenha congestionamento.

DM - Quais são os pontos de congestionamentos na Capital?
MT - Não existem pontos de congestionamentos, mas de estrangulamentos, que são situações pontuais, onde naquele local o trânsito se torna mais lento, mas não chega a parar. Em Goiânia, às vezes, existem alguns exageros de que o trânsito vai parar. O trânsito fica lento. O motorista, às vezes, gasta 15 minutos, meia hora para andar em uma distância de 2 km, mas não significa trânsito parado. Uma outra medida que tomamos é retirar imediatamente das ruas os veículos que se envolvem em pequenos acidentes sem vítimas. Isso diminuiu bastante os pontos de estrangulamento em que o trânsito vai parando porque tem um acidente. A retirada é uma determinação do artigo 178 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Por recomendação do Ministério Público, as pessoas envolvidas nesses acidentes devem procurar as agências de atendimento da AMT e fazer o boletim de acidente de trânsito.

DM - Há quanto tempo essa determinação judicial vigora em Goiânia?
MT - Desde setembro. Na verdade, estávamos seguindo a cultura do povo goiano, que é ficar lá parado esperando a perícia. Essa decisão obriga os envolvidos em acidente de trânsito a desobstruírem as vias.

DM - Quais são as intervenções já realizadas pela AMT?
MT - Hoje, resolveremos o problema do encontro da Marginal Botafogo com a Goiás Norte. Instalamos o semáforo que estará segurando o trânsito de quem desce a Goiás Norte e liberando o fluxo para a Marginal Botafogo, claro, em tempo semafórico, depois, volta a liberar a Goiás. Isso é um exemplo claro de uma intervenção que fizemos recentemente.

DM - Quais são as outras medidas para desafogar o trânsito?
MT - Além da descentralização do Centro de Goiânia, que evoluiu bastante com bancos e supermercados em outros bairros, vamos trabalhar de tal forma que Goiânia não vai parar nem travar. O que ajudaria a resolver mesmo o problema do trânsito é o transporte coletivo de massa, que precisa ter três qualidades: ser rápido, ter qualidade e preço acessível. Para atender esses três itens ao mesmo tempo, só com um veículo chamado metrô. Esse metrô pode ser de superfície ou subterrâneo. Outra medida que precisa ser tomada é quanto às grandes vias de trânsito rápido, como o complemento da Marginal Botafogo, o complemento da Marginal Cascavel e o Anel Viário.

Fonte: DM Online