Goiás é o 2° maior produtor de álcool do Brasil
Produção de etanol no Estado cresce 33% em 2009, passando de 1,23 bilhão de litros em 2008 para 1,64 bilhão de litros este ano
Goiás já é o segundo maior produtor de etanol do País, perdendo apenas para São Paulo, e deixando Paraná e Minas Gerais para trás. A posição foi conquistada nesta safra 2009, quando a produção de álcool hidratado, ou combustível, cresceu 33% no Estado, passando de 1,23 bilhão de litros em 2008para 1,64 bilhão de litros este ano.
A produção do álcool anidro, que é misturado à gasolina, também aumentou 10,3% (veja quadro). Mas o grande incremento foi na fabricação de açúcar, que cresceu 44%, por causa dos bons preços no mercado internacional.
O balanço da produção do setor sucroalcooleiro em Goiás, divulgado ontem pelo Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool do Estado (Sifaeg) e Sindicato da Indústria de Fabricação de Açúcar (Sifaçúcar), revela um crescimento de mais de 35% na safra goiana de cana-de-açúcar. Goiás está inserido na Região Centro-Sul, responsável por 88% da produção nacional e onde a safra de cana cresceu apenas 6,5% este ano.
O setor culpa o excesso de chuvas, que teria reduzido o rendimento da cana, pela queda de 6,9% na produção de etanol na região. Mas, ao mesmo tempo, a produção de açúcar aumentou 8,6%. Analistas de mercado já previam um incremento da produção de açúcar em detrimento da fabricação de álcool por conta dos melhores preços no mercado internacional.
O presidente do Sifaeg e Sifaçúcar, André Luiz Rocha, informou que o teor de açúcar ou açúcar total recuperado (ATR) caiu de 134 para 130 por tonelada nesta safra. “Tivemos 4,2% menos açúcar por hectare”, destacou André. Segundo ele, a adubação este ano também foi menor por causa da crise financeira e da alta dos insumos. Nesta safra, 62,5% da cana produzida em Goiás foi colhida mecanicamente.
Adiamentos
Este ano, cerca de 5 milhões de toneladas de cana produzidas deixaram de ser moídas no Estado por causa das chuvas e porque duas novas indústrias que estavam previstas, em Mineiros e Morrinhos, ainda não começaram a operar. Hoje, 33 usinas operam no Estado: 21 produzindo álcool e 12 que também fabricam açúcar. Em todo País, 50 milhões de toneladas de cana não teriam sido processadas. Das 24 usinas previstas, só 19 foram inauguradas.
De acordo com André Luiz, a oferta interna de álcool não foi prejudicada, porque as exportações sofreram uma redução de 34% este ano. Por outro lado, a exportação de açúcar cresceu quase 25%. O presidente do Sifaeg explicou que o mercado mundial de açúcar foi desequilibrado pela significativa redução na safra indiana, de 23 para 14 milhões de toneladas, o que puxou os preços para cima. Com isso, só a Índia importou 3 milhões de toneladas. “O consumo mundial cresce vertiginosamente. Mas o preço estava abaixo da média histórica até outubro”, afirma.
Segundo André Luiz Rocha, enquanto a produção de etanol caiu na Região Centro-Sul, a demanda interna cresceu com o aumento da frota de carros flex. Hoje, 90% dos carros novos e 11% das motos são flex. Isso significa que 39% da frota brasileira é bicombustível. Com isso, o álcool (anidro e hidratado) já responde por 55% do combustível consumido no País. “O consumo cresceu mais de 20%. Houve uma pequena retração na oferta, mas um grande aumento da demanda”, explica André. O litro do álcool custa R$ 1,65 em Goiânia
Fonte: O Popular