Chuva bate recorde

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Inmet registra maior volume pluviométrico ocorrido no ano em Goiânia. Previsão para hoje é de mais temporal Precipitações provocam série de estragos por toda a cidade. Corpo de Bombeiros faz vistorias em 10 áreas


Goiânia registrou ontem a maior quantidade de chuva em 24 horas neste ano, conforme a medição do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Entre 10h do domingo e 10h de ontem, choveu 107,6 milímetros na Capital. Foi o recorde de chuva registrado em um período de um dia em 2009. A previsão para hoje é de sol com muitas nuvens e mais pancadas de chuvas. O temporal de ontem causou problemas de alagamentos e desmoronamento de uma ponte em uma rua movimentada da Capital.
O Décimo Distrito do Inmet aponta que os fenômenos climatológicos para o mês de dezembro serão chuvas acima do normal, por influência do El Niño. O fenômeno consiste no aquecimento das águas superficiais do Pacífico equatorial, e ocasiona o aquecimento do ar acima do normal em uma área que abrange o Centro-Oeste brasileiro, resultando em chuvas intensas.
A meteorologista da Climatempo, Josélia Pegorim, afirma que além do fenômeno El Niño, a Zona de Convergência do Atlântico Sul é o principal fator pela decorrência de acumulados recordes do volume de chuvas em Goiás. “Algumas massas de nuvens da Zona de Convergência do Atlântico Sul ficam quase paradas no sul do Amazonas, e quando elas descem rumo ao Sul cortando a região central do Brasil, ao entrarem em contato com o ar aquecido existente em Goiás, resultam em chuvas muito intensas sobre o Estado”, explica Josélia. Segundo ainda a metereologista, as previsões dão conta que os próximos dias serão de tempo instável. “Não poderemos descartar chuvas fortes ao longo do mês, devido à permanência do ar aquecido e muito úmido, que ocasiona muitas chuvas no Estado”, diz.

Áreas de Risco
O Corpo de Bombeiros realizou uma vistoria ontem nas dez áreas de risco em Goiânia onde pelo menos 350 famílias ainda residem. A intenção era verificar se houve agravamento das áreas, em função das chuvas finas que se estendem ao longo da semana.
A fiscalização começou on-tem na invasão da Avenida Emílio Póvoa, às margens da Marginal Botafogo, e se estendeu pela Vila Coronel Cosme, Vila Bandeirantes, Guanabara II e III, Vila Monteceli, Urias Magalhães, Vila Fernandes, Vila Nossa Senhora Aparecida, Setor São José, Residencial São José e Jardim das Aroeiras, no vulgo buracão.
O tenente coronel Martiniano Gondim, assessor de comunicação do Corpo de Bombeiros, diz que o trabalho de monitoria vem sendo feito há oito anos, acompanhando mais de 2 mil famílias em áreas de risco nos períodos chuvosos. “O resultado da fiscalização está sendo positivo, não há agravamento das áreas de risco, apenas três casas na Vila Bandeirantes estão em situação de perigo”, afirma.

Remoção
Martiniano Gondim também ressalta que a prefeitura de Goiânia fez a remoção de cerca de 70% das famílias que viviam nessas áreas. “A prefeitura tinha nos informado que fará, até o final do ano, a remoção de maior número de pessoas das áreas com risco de deslizamento. Na Emílio Póvoa, pelo menos 200 famílias terão que ser retiradas”, ressalta.

Registros de alagamentos e de avenidas interditadas
Com a forte chuva que tem caído há mais de 24 horas em Goiânia e na região metropolitana, a Defesa Civil atendeu várias ocorrências de alagamentos em residências e desmoronamento de ruas que afetaram as vilas Bandeirante e Santa Efigênia e o Setor Jaó. Na Vila Bandeirante, a chuva causou o deslizamento de terra e pedras, fechando parcialmente a Rua 9. Os orgãos municipais foram acionados e fizeram a limpeza da área e sinalizaram a via. No setor Jaó, o Rio Meia Ponte transbordou e alagou uma chácara na Avenida Pampulha. Uma parte da ponte sobre o córrego Vaca Brava da Rua Campinas na Vila Santa Efigênia cedeu, provocando a queda de aproximadamente 15 metros de muros sobre a ponte. O trânsito no local teve que ser parcialmente interditado. Segundo o diretor do Departamento de Transporte da Agência Municipal de Obras (Amob), Paulo Kruk, a intensidade de chuvas dos últimos dias provocou o agravamento de uma erosão junto ao bueiro, que está avançando sobre a pista de rolamento. “Faremos a recuperação com pedras marrucadas, e haverá a necessidade de refazer o ramal com a colocação de manilhas de 600 milímetros” afirma Paulo Kruk. A previsão é de que até sexta-feira, a obra de recuperação estará concluída. A Amob também divulgou que realizará a limpeza de bocas-de-lobo, retirada de entulhos de córregos e ribeirões, e a contensão de erosões com enroncamento de pedras. O orgão também realizará operações tapa-buracos no Setor Bueno, Bairro Jardim América, Setor Central, Vila Redenção, Setor São José, Setor Leste Universitário, Setor Marista, Setor Sul, Avenida Rio Verde (toda sua extensão), Marginal Botafogo, Setor Leste Vila Nova e Setor Aeroporto.

Bebê levado por enxurrada
Mais cinco cidades do Rio Grande do Sul decretaram situação de emergência devido às chuvas, segundo balanço da Defesa Civil Estadual divulgado ontem. Com esses cinco, sobe para 149 o número de municípios nessa situação. As chuvas que atingem o Estado desde o último dia 13 de novembro deixaram 15.580 residências danificadas e outras 341 destruídas. Oito pessoas morreram e 9.771 ficaram desalojadas. Outras 4.691 estão desabrigadas, segundo a Defesa Civil. No Espírito Santo, uma enxurrada do fim de semana deixou 614 desabrigados e 3.217 desalojados. Uma criança de 11 meses morreu soterrada e pelo menos 22 pessoas ficaram feridas ou doentes. (AE)

Fonte: Diário da manhã