Transporte coletivo não levado a sério
Lindo, novo, com contornos modernos, usando uma roupagem diferenciada, um pouco menor que o convencional, se utilizando de uma película de cor escura para evitar o sol forte, também não poderia faltar um lugar para poder carregar o celular, é claro, estamos falando de uma nova tendência em se falando de transporte coletivo da nossa capital, é o tal do City Bus, ou o popularizado “frescão” ou "Empty Bus".
O City Bus foi criado com um objetivo básico, primeiro, atrair com os itens de luxo os passageiros que se locomovem pela cidade em carro próprio, segundo, depois de conquistar essa clientela, reduzir o número de veículos circulando em nossa cidade, com isso podendo gerar um melhora considerável no trânsito. Seria um transporte destinado aos executivos, assim disse o prefeito Iris, antes do nascimento do City Bus. Só que teria um pequeno problema, qual seria o valor desse novo e moderno transporte coletivo? O preço foi o principal motivo de espanto para os aspirantes a usuários do sistema, o dobro da tarifa convencional. Seriam R$ 4,50 para ir, e mais R$ 4,50 para voltar, somando um total de R$ 9,00, isso só num dia de serviço.
O novo sistema foi implantado com microônibus, e desde seu inicio não se veem executivos utilizando o serviço, e muito menos pessoas que utilizavam o sistema convencional, haja vista que a tarifa é muito cara. Os executivos continuam a andar em seus carros super potentes, indo e retornando de seus locais de trabalhos, o “povo” continua a andar apertado como se fossem sardinhas em lata, e o “frescão” continua a circular pela cidade sem nenhum passageiro. E o interessante que, mesmo sabendo que tal transporte não irá se incorporar ao sistema convencional, as mentes pensantes da CMTC (Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo) não tomam nenhuma providencia em retirar de circulação os microônibus que geram prejuízo às empresas de ônibus. Se há prejuízo porque ninguém anda, então quem paga para o “frescão” circular? A resposta é bem simples, quem arca com o prejuízo é usuário do transporte coletivo convencional, e para não fugir da regra, a corda sempre arrebenta do lado mais fraco, o povo.
O transporte coletivo convencional passa por momentos de dificuldade, a maioria que utiliza coletivo não está satisfeito, com tal prestação de serviço. Os terminais estão sem nenhuma condição de comportar o tanto de pessoas que passam por lá todos os dias, e os banheiros não têm o mínimo de higiene. Em horário de pique a bagunça está realmente instalada, até parece formigueiro. Os ônibus do transporte convencional não são suficientes para comportar o número de usuários, e o resultado são ônibus cheios demais e população sendo sacrificada em nome de uma má gestão. Segundo relatos de usuários, só se veem ônibus pela manhã ou no final da tarde, quando é o momento de sair ou retornar para o trabalho. Em alguns setores de Goiânia passageiros chegam a esperar mais de uma hora para poderem conseguir embarcar em um ônibus, já em outros lugares além da demora existe também a dificuldade de se chegar ao ponto de ônibus, haja vista que o ponto mais próximo pode estar a dois quilômetros. Recentemente foi reinaugurado novo Terminal do Cruzeiro em Aparecida de Goiânia, lá foi feita uma ampla reforma, instaladas caixas de som como se fosse um aeroporto, não deixando de lado as inovações para facilitar a locomoção de deficientes físicos. Tudo parecia maravilha, mas teve um pequeno detalhe que não agradou a população, não puseram mais ônibus, os apertos não chegaram ao fim, foi só uma luz na esperança de um novo horizonte para o transporte coletivo, que logo se apagou.
Sabemos que investiram milhões de reais para que o City Bus se tornasse realidade, muito se esperava com essa nova tendência, mas o tempo pôde mostrar que esse projeto não funcionou, e se continuar teremos daqui algum tempo microônibus velhos com bancos novos, alguns sem ter percebido o calor humano. Se pegassem o montante investido no “frescão”, talvez se pudesse ampliar e melhorar muito o transporte convencional e também ampliar os ônibus que fazem o atendimento aos deficientes físicos, exemplo o acessível, que mesmo em atuação sempre pode melhorar mais e mais.
Pode parecer piada uma nova decisão de criar uma taxa extra para o transporte coletivo convencional, mas não é, e sim uma realidade. Em todas as linhas de coletivo que ultrapassarem os limites da capital, para cidades da região metropolitana, cobrar-se-á uma taxa extra como um compensativo de evitar que as empresas não acumulem prejuízos. Então porque não retiram o “frescão” de circulação, assim as empresas que comandam o transporte coletivo em Goiânia poderão deixar de ganhar menos e sim poupar os nobres camaradas, que lutam de sol-a-sol, e dependem desse transporte desumano que se instalou com vertentes da inoperância em nossa capital. Veremos qual será o final desse dilema, de justificar que as empresas de coletivo em Goiânia estão tendo prejuízos e dificuldades de adquirir novos ônibus para cumprir fielmente o que o contrato de licitação pede.
Fontes: Diário da Manhã
1 comentários:
Write comentáriosÉ tudo isso !! Mas num dá ninguém! O povão vai de GOLF msm ...
Reply(grande onibus lotado fedido) e ainda é mais barato e pega carterinha escolar, vou no fedido msm ...
huahuahuahua