Chegada de alcoolduto em Goiás depende da produção de etanol
Início das obras do trecho goiano do alcoolduto que ligará Senador Canedo (GO) a Paulínia (SP) depende do volume da produção de etanol no Estado. Porém, o Sindicato das Indústrias de Fabricação de Álcool de Goiás (Sifaeg) argumenta a necessidade de o consórcio Petrobras, Mitsui e Camargo Correia (PMCC) apresentar previsão do valor do frete para que as empresas identifiquem condições do aumento do potencial produtivo. Estudo deve ser divulgado em agosto.
Ontem, o presidente do Sifaeg, André Rocha, e o secretário de Indústria e Comércio de Goiás, Luiz Medeiros, estiveram com consultores do consórcio PMCC para discutir as questões relativas ao projeto. Em julho, haverá nova reunião, desta vez em Goiás. “Mostramos nosso interesse em investir na produção de etanol em Goiás. Já o governo do Estado reafirmou apoio às obras do alcoolduto”, explica André. A iniciativa privada e o governo goiano avaliam outros projetos de dutos, com o da Brenco e o da Uniduto. “Além de outras alternativas modais”, completa. A previsão do início das obras do consórcio da PMCC até Itumbiara é em 2014, podendo ser adiantada para 2012. Para Uberlândia, começam em 2010.
Na safra passada, Goiás produziu 1,8 bilhão de litros, dos quais 55% foram consumidos no mercado interno, Tocantins e Distrito Federal. Em declaração à Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), em maio, o presidente do consórcio, Alberto Guimarães, afirmou que o volume de álcool a ser transportado deveria ser entre 1,5 bilhão a 2 bilhões de litros.
Presidente da Sifaeg esteve também com o presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rosseto. A empresa está interessada em investir em novas usinas ou comprar unidades antigas em Goiás. “Estudam investimentos no setor ainda para este ano”, adianta André Rocha.
Trabalhista
André Rocha participa hoje, em Brasília, de solenidade onde oficializará a adesão de empresas do setor sucroenergético nacional ao Protocolo Trabalhista. Documento prevê fim da terceirização na contratação de trabalhadores do corte da cana. A maioria das empresas goianas vai aderir. Acordo será anunciado pelo presidente Lula.
O acordo é um dos principais pontos do Compromisso Nacional e prevê que as usinas contratem cortadores diretamente por meio do Sistema Nacional de Emprego (Sine) ou pelo departamento de recursos humanos das organizações. O objetivo da medida é acabar com a figura do atravessador, o chamado “gato”.
A adesão ao acordo é voluntária. As usinas que confirmarem receberão uma espécie de certificado por boas práticas e a contratação direta começará a valer de imediato. Pelo termo de compromisso, produtores de etanol e açúcar e o governo federal vão implantar programas de alfabetização e requalificação profissional aos trabalhadores desempregados em função da mecanização da colheita da cana.
O protocolo é resultado da Mesa de Diálogo para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana-de-Açúcar, instalada em julho de 2008, e coordenada pela Secretaria-Geral da Presidência da República.
Fonte: DM