Locomotiva volta ao lugar de origem durante reforma da Estação Ferroviária da Goiânia

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Locomotiva Maria Fumaça, que ficava exposta na parte da frente da Estação Ferroviária, é transferida para a parte de trás do prédio, onde originalmente os vagões faziam as paradas A cerca de 20 dias da data prevista para o fim de sua obra de restauração, a Estação Ferroviária de Goiânia, localizada na Praça do Trabalhador, no Centro da capital, tem à mostra parte dos elementos que serão novidade em sua aparência final.

Em meio às alterações, feitas desde o fim de 2017, está a da Locomotiva Maria Fumaça, que volta ao seu local de origem, diante da antiga plataforma de embarque e desembarque, onde ficavam os trilhos. A expectativa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é de que todas as intervenções sejam encerradas no dia 27 deste mês, data de término do contrato.

A locomotiva integra a parte artística do local cujos ajustes ainda estão em fase de conclusão, assim como a azulejaria. Segundo a coordenadora técnica do Iphan em Goiás, Beatriz Otto de Santana, já foi concluída a restauração do relógio e dos afrescos do artista italiano Giuseppe Nazareno Confaloni, conhecido como Frei Confaloni. A proposta é que aspectos originais da linha férrea também sejam recuperados, inserindo a Maria Fumaça no contexto da estação e tornando-a visível aos visitantes, segundo Beatriz. A forma de uso deverá ser definida pela Prefeitura de Goiânia, responsável pela gestão do espaço.

“Ao longo da obra, foram feitas várias reuniões para que o município tenha conhecimento do que será necessário para a manutenção. Isso é fundamental para que tenham condição de manter o espaço e não deixá-lo voltar ao estado de degradação que estava antes”, explica.

Na parte arquitetônica, foram feitas instalações elétricas, hidráulicas e demais adaptações necessárias para o novo uso do edifício, além da readequação da estrutura física a seu aspecto original. Ainda será finalizada a parte de requalificação urbana, que diz respeito a passeios, paisagismo e à instalação de equipamentos urbanos, como bancos, lixeiras, luminárias, sinalização e área de atividades físicas.

Mesmo com a data prevista, a entrega do espaço deverá ocorrer apenas na terceira semana de abril, com data a ser definida a partir da agenda do Paço Municipal. A obra custou R$ 5,87 milhões, foi realizada com verba do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas e executada seguindo o “ritmo normal” previsto, diz a coordenadora técnica.

“Já sabíamos que seria um desafio muito grande devido ao estado de degradação, em especial os painéis do Frei Confaloni, que tinham sido muito afetados pela água. Além disso, o edifício ficou abandonado muitos meses, acabou sendo ocupado por pessoas em situação de rua e tinha animais mortos e muita sujeira em seu interior”, conta ela. “O mérito foi ter uma pesquisa histórica que substanciou o projeto e também a própria compartimentação dos espaços, que são flexíveis e fáceis de adaptar para diversos usos”.

A restauração da parte da Praça do Trabalhador em que está a Estação Ferroviária teve apenas uma mudança substancial no projeto original. Segundo a coordenadora técnica, tratou-se da eliminação da instalação de uma fonte que faria referência ao Monumento ao Trabalhador, demolido na época da Ditadura Militar. “Ponderou-se que a intervenção seria cara e exigiria manutenção cara e continuada. A Estação Ferroviária seria a protagonista e a fonte, acessório. Considerou-se que seria melhor empregar o recurso em outra área”, explica Beatriz, que diz que o benefício obtido com o remanejamento da verba foi uma melhora no sistema de climatização instalado no edifício.

Novos usos

Estação Ferroviária de Goiânia deverá ser dividida entre:
Museu Frei Confaloni: com galerias de arte e exposições permanentes, deve ocupar a maior parte do local
Centro de Atendimento ao Turista (CAT): instalado na antiga bilheteria
Unidade Atende Fácil
Base da Guarda Civil Metropolitana

Reforma da Praça do Trabalhador deve ser iniciada em abril

Findada a restauração da Estação Ferroviária, a Praça do Trabalhador deverá receber uma nova intervenção. Em outubro do ano passado, a Prefeitura de Goiânia oficializou o edital de licitação das obras de revitalização do local e de seu entorno, com o custo estimado de R$ 6,6 milhões. 

A obra faz parte do prolongamento da Avenida Leste-Oeste e deve ser iniciada em abril, segundo titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra) da capital, Dolzonan Mattos. A duração do serviço deve ser de seis meses a partir da emissão da ordem de serviço, afirma ele.

Entre as mudanças no local, deve estar a continuidade do BRT Norte-Sul, que deve passar entre as estações Ferroviária e Rodoviária, nas proximidades da Rua 44 e onde é realizada a Feira Hippie.

Anteriormente, segundo Mattos, o projeto previa que a estrutura fosse instalada na continuidade da Avenida Goiás, ao lado da Câmara Municipal de Goiânia. Mas com a alteração, essa parte da via continuará destinada ao trânsito de veículos. “Estamos desenvolvendo um novo estudo em torno do cruzamento da Leste-Oeste com a Avenida Goiás e o BRT. Essa deverá ser a mudança maior no projeto”, diz o secretário