Ganha Tempo está suspenso

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Medida foi tomada após decisão judicial. Multa diária em caso de não cumprimento seria de R$ 10 mi.

O programa Ganha Tempo já está suspenso. Usuários do transporte coletivo que precisavam das duas horas e meia para integrações perdem meia hora para o uso do transporte coletivo com a tarifa única em Goiânia e região metropolitana. A suspensão foi motivada por decisão judicial que previa multa diária de R$ 10 mil caso o serviço fosse mantido. Mas a Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) informa que o Cartão Integração continuará atendendo o cidadão. Nessa modalidade de benefício, o usuário tem duas viagens no prazo de duas horas.

Diretor técnico da CMTC, Spiro Katopódis explica que a integração continuará a beneficiar o cidadão, só que agora o usuário será obrigado a passar pelos terminais. O Ganha Tempo foi implantado há sete meses, como acréscimo de benefício sobre o Cartão Integração. “O que tivemos que fazer foi retirar esse adicional. Mas o serviço de integração, como criado em 2008, continua disponível para o usuário”. A integração eletrônica é feita por meio das linhas alimentadoras para as linhas de eixo que trafegam em corredores. Elas têm como destino pólos atrativos como o Centro de Goiânia e adjacências.

Spiro Katopódis acrescenta que essa suspensão não deve impactar o bolso do empresário, que paga pela passagem do funcionário. “Como o benefício inicial será mantido, ele ainda poderá usar o transporte pagando uma passagem. O que ele não tem mais é a possibilidade de fazer a integração sem passar pelo terminal”. As integrações continuam disponíveis diariamente, sendo uma no período da manhã, para deslocar para o trabalho, e outro no período da tarde, quando o trabalhador retorna para casa. As viagens devem ser feitas sempre no mesmo sentido. Se o sistema identificar ida e volta no mesmo prazo, a integração não é validada.

Funcionário de um canteiro de obras na região central de Goiânia, Geone Costa Silva, 28, usa três viagens para chegar ao trabalho. Ele usa a integração para ir e voltar e paga apenas uma passagem de ida e outra na volta. Caso não existisse o programa, ele teria que pagar quatro passagens por dia. “É um serviço bom para o trabalhador. Não sei se alguém vai ter prejuízo, mas pra mim não muda muita coisa. Pra quem vai e volta do trabalho, ainda não fomos prejudicados”.

O estudante Gabriel do Carmo, 17, mora em Nerópolis e sempre que vem à Goiânia usa o cartão integração. Ele diz que só ontem, usou três ônibus para ir ao local de trabalho e outras três para voltar para casa. “Pra quem precisa de usar o transporte coletivo por conta própria, sem ajuda de patrões, é um benefício muito bom. Ainda mais para estudantes como eu”. O estudante diz que gasta 40 minutos entre a casa dele e o Terminal da Praça da Bíblia e outros 25 até o local de estudos. “Não acredito que retirar esses 30 minutos possa prejudicar muita gente. As duas horas são suficientes para mim, que moro em outra cidade, acredito que será suficiente para quem mora aqui”.

A CMTC tem prazo de 30 dias para contestar a ação e apresentar argumentos para a viabilização do programa. Representante do departamento jurídico da CMTC, Vladimir Vieira informou que a companhia acatou a decisão judicial e, agora, analisa o processo para contestar a ação. “Deveremos analisar e apresentar argumentos dentro do prazo. Na defesa, certamente vamos apresentar uma nova forma de custeio para manutenção do programa”. A defesa deverá, ainda, explicar à Justiça como funciona o programa e como pretendem manter o serviço com a substituição dos impostos PIS/Cofins, que foram desonerados pelo governo federal em junho, para que a tarifa se mantivesse em R$ 3.

Fonte: Jornal O Hoje