Em 2013, homicídios sobem 6,18% no Estado

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Dados da Segurança Pública mostram que Goiânia fechou ano com 589 assassinatos.

O número de homicídios em Goiás registrados em 2013 foi 6,18% maior que em 2012. Em número absolutos, em 2012, foram registrados 2.426 assassinatos e em 2013 foram 2.576 ocorrências de homicídios. Se considerada as taxas por 100 mil habitantes, houve aumento de 1,57% no número de casos.

Os dados foram apresentados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-GO) na manhã de ontem. A previsão inicial da SSP era de crescimento de 22% no número de homicídios em 2013 em relação a 2012, mas os dados apontam que o índice foi menor.

Apesar disso, o número de homicídios cresceu 64% entre 2010 e 2013 em números absolutos. O mês mais violento em Goiás foi março, com 257 homicídios. Do total de homicídios em 2013, 41% estiveram concentrados na Região Metropolitana de Goiânia e no Entorno do Distrito Federal.

Em 2012, essas duas regiões concentraram 43% dos casos. Em Goiânia, foram registrados 589 assassinatos em 2013, contra 545 em 2012, provocando aumento de 8%. Pela taxa de 100 mil habitantes, o crescimento foi de 3,45%. Apesar do aumento, a Região Noroeste de Goiânia apresentou redução de 8% no número de ocorrências. O local era considerado um dos mais violentos da capital.

Joaquim Mesquita, secretário de Segurança Pública, acredita que esta redução é fruto da Operação Quartel na Praça, em que policiais militares e das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) efetuaram patrulhamento intensivo nas ruas dos bairros da Região Noroeste. A SSP-GO também divulgou os bairros onde se concentram o maior número de homicídios, totalizando 177 setores (27%). Em 21 bairros da capital foram registrados mais de cinco assassinatos em 2013.

No ano passado, os bairros com maior índice de homicídios foram: Jardim Novo Mundo (20), Pedro Ludovico (20), Jardim Guanabara (12), Residencial Real Conquista (12) e Residencial Itaipu (11). Para diminuir a criminalidade desses bairros, o secretário de Segurança Pública afirma que vai focar as ações nesses bairros. “Vamos fazer o que estiver ao alcance das forças policiais, mas alguns homicídios acontecem sem que a polícia possa interferir, como os crimes passionais ou de trânsito, por exemplo”, explica Mesquita.

Entorno do Distrito Federal registra queda

Uma das regiões mais violentas do Estado de Goiás recebe uma boa notícia. No Entorno do Distrito Federal, houve queda no número de homicídios em 2013, quando foram registradas 702 assassinatos. Em 2012, 764 pessoas foram vítimas de homicídios na região, apontando redução de 8,1%.

Em Aparecida de Goiânia, o número de homicídios é considerado estável. Em 2012 foram registrados 317 assassinatos e 325 em 2013, crescimento de 2,52%. Se considerada a taxa por 100 mil habitantes, houve redução de 2,89%. O número de mortes em confrontos com a polícia também caiu. Foram 71 em 2012 e 53 em 2013.

De acordo com o secretário, a estabilização dos números é resultado da metodologia adotada pela SSP-GO em 2013, que incluem o Plano de Ação Integrada (PAI), o plano plurianual e o planejamento estratégico. Mesquita destacou as ações da pasta em 2013, como a implantação das Regiões Integradas de Segurança Pública, a Ronda de Quarteirão, a aquisição de tornozeleiras eletrônicas para detentos do regime semiaberto, a Operação Quartel na Praça e a licitação para instalação de novas 70 camêras de videomonitoramento em regiões estratégicas da cidade

Para 2014, está prevista a realização de concursos públicos para a contratação de mais policiais civis, bombeiros e policiais técnico-científicos, além da conclusão do concurso para a Polícia Militar. Com isso, o efetivo da SSP-GO deve crescer 33%. Atualmente, Goiás está em 10º lugar no ranking de efetivo policial. O ingresso de novos servidores deve fazer com que Goiás salte para a 8ª colocação. Se considerado o número populacional em relação ao efetivo, Goiás ocupa hoje a 17ª colocação e deve ir para a 7ª posição com as novas contratações.

Neste ano, também deverá ser concluída a obra do Centro Integrado de Comando e Controle, onde estarão concentradas as ações das forças policiais. O investimento deverá ser de R$ 5 milhões, além da reforma de 100 delegacias em todo o estado, o que deverá custar R$ 10 milhões. O programa Goiás Biométrico, que vai utilizar o mesmo sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deve ser implantado também em 2014. Com o sistema, os dados de todos os cidadãos estarão disponíveis digitalmente, o que deve incrementar em 40% o índice de resolução de crimes.

Para secretário, números estão estabilizados

Joaquim Mesquita ressalta que o problema da criminalidade não atinge somente o Estado de Goiás, mas que faz parte da realidade do Brasil. “Embora elevados, os índices de homicídios em Goiás estão estabilizados. Mas, o estado de Goiás não se encontra diferente dos demais estados da federação. O problema da criminalidade está em todo o país, por razões de ordem cultural e social”, afirma o secretário.

O tráfico de drogas, informa Mesquita, ainda é a maior causa de mortes em Goiás. “Temos sempre orientado as forças policiais para o combate ao tráfico de drogas e ao microtráfico. Com o crescimento do efetivo das forças policiais teremos ainda mais condições de focar as ações na comercialização de drogas e com isso impactar os indicadores de homicídios e de crimes patrimoniais”, explica Mesquita.

Fonte: Jornal O Hoje