Produção Industrial de Goiás foi a mais que Cresceu no Brasil

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Bebidas, alimentos e remédios puxaram alta de 10,3% em julho em relação a junho, diz o IBGE

Lúcia Monteiro

Depois de dois meses de queda, em julho a produção na indústria goiana recuperou fôlego e cresceu 10,3% em relação ao mês anterior. Goiás teve o maior índice de crescimento do País nessa comparação mensal, graças ao bom desempenho da produção de medicamentos, alimentos e bebidas, segundo a Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Regional, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O segundo melhor resultado foi o da Bahia, com crescimento de 3,6% sobre a produção de junho.

As indústrias goianas também produziram 8,8% mais que em julho do ano passado, graças a um crescimento de 36,3% na fabricação de produtos químicos e de 5,5% na produção de alimentos e bebidas. Os grandes destaques foram a produção de medicamentos, adubos e fertilizantes, leite em pó e farinhas, pellets e óleo de soja.

Nos sete primeiros meses deste ano, Goiás acumulou incremento de 18,9% em sua produção industrial, com crescimento em quatro dos cinco setores produtivos que o IBGE avalia no Estado. Mais uma vez, os setores que mais puxaram o crescimento anual foram os de produtos químicos e alimentos e bebidas, com a maior produção de medicamentos, refrigerantes, leite em pó e maionese.

Outro destaque nessa comparação foi o crescimento de 16,2% na produção de minerais não-metálicos, por causa do aumento da produção de cimento portland, painéis, ladrilhos e telhas de fibrocimento, graças à forte expansão da construção civil. A única taxa negativa, de 4,3% de queda, aconteceu na metalurgia básica, por causa da queda na fabricação de ferronióbio.

Recuperação


Para o economista da Coordenação de Indústria do IBGE, Fernando Abritta, o forte crescimento da produção industrial em Goiás pode ser considerado uma recuperação. Isso porque a produção goiana havia recuado 2% em maio e 10,7% em junho. "O bom desempenho de julho praticamente compensou a queda anterior", destacou Fernando Abritta.

Segundo ele, Goiás continua liderando a recuperação da produção industrial no País após o início da crise financeira.

Na comparação com setembro de 2008, que registrou o maior patamar de produção antes da crise, o Estado registra incremento de 19,4%, o maior do País. Enquanto isso, a produção nacional ainda apresenta queda de 1,4% sobre setembro de 2008.

O coordenador técnico da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), Welington da Silva Vieira, ressalta que os dados comprovam que, além de já ter se recuperado dos efeitos da crise, a produção goiana
ainda acumula um grande crescimento sobre os bons resultados obtidos em 2008. Isso pode ser explicado pelo fato da demanda por alimentos, bebidas e medicamentos ser a primeira a aumentar após um período de crise.

Nas indústrias, a produção está a todo vapor. Na Refrescos Bandeirantes, fabricante da Coca-Cola em Goiás, em julho a produção cresceu 22% em relação a junho. Nos sete primeiros meses do ano, o incremento foi de 35%. Por isso, a empresa contratou mais 46 funcionários. A diretora industrial da Refrescos Bandeirantes, Rosa Tavares, atribui o bom desempenho ao aumento da renda média e do nível de emprego, além dos investimentos em inovação e em campanhas de marketing.

A produção média mensal é de 26 milhões de litros, atingindo 34 milhões de litros mensais no segundo semestre. Com isso, a expectativa é abrir novos postos de trabalho e fechar o ano com crescimento entre 2 e 3 pontos porcentuais acima do PIB Brasil.

Resultado reflete boas expectativas

Para o coordenador técnico da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), Welington da Silva Vieira, a recuperação da produção goiana em julho é resultado das melhores expectativas em relação à política econômica do País. Ele explica que as altas nos juros promovidas pelo Banco Central desde maio criaram um clima menos favorável aos negócios. Diante da incerteza, muitas indústrias preferiram reduzir a produção e, consequentemente, os estoques.

Como a inflação se acomodou, houve uma expectativa de paralisação no movimento de alta dos juros, que voltou a estimular a produção, o que se confirmou na última reunião do Copom. Mas Welington também lembra que os setores que mais tiveram crescimento também foram os mais afetados pela crise no início de 2009, principalmente o de medicamentos. "Geralmente, o que mais cresce após um período de crise e com aumento da renda é a demanda por alimentos e medicamentos", destaca o coordenador.

Por isso, ele acredita que a retomada da produção seja compatível com o bom clima econômico atual. Além disso, Welington lembra que as eleições também não estão tendo nenhum efeito negativo sobre a atividade econômica.

Além do bom desempenho da produção de químicos, alimentos e bebidas no parque industrial goiano, ele destaca o aumento da produção de minerais não-metálicos, por causa do forte aquecimento do mercado da construção civil no Estado. "Para o resto do ano, a expectativa é continuar crescendo de maneira sustentável", prevê o economista da Fieg.(LM)

Alta em 7 das 14 regiões pesquisadas

Rio- A produção industrial cresceu em 7 das 14 regiões pesquisadas em julho, na comparação com o mês anterior, segundo o IBGE. Na média nacional, a indústria apresentou aumento de 0,4% na mesma base de comparação.
As principais expansões foram verificadas em Goiás (10,3%), na Bahia (3,6%) e no Rio Grande do Sul (3,3%). Ao mesmo tempo, foram registradas quedas no Pará (-0,7%), em Pernambuco (-1,2%) e no Amazonas (-1,3%).

Na comparação com julho de 2009, a atividade industrial subiu em 13 das 14 regiões analisadas. Apenas Santa Catarina apresentou variação negativa nesse confronto (-0,1%). O IBGE destaca que julho deste ano tem um dia útil a menos do que o mesmo mês em 2009. Na média nacional, a indústria teve alta de 8,7% na mesma relação. No ano passado, em razão da crise, a indústria sofreu uma das piores retrações da história. (FP)

Otimismo tem maior nível, aponta CNI

Brasília- O otimismo do brasileiro subiu 2,1% em agosto ante julho e atingiu o maior nível desde 2001, informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Segundo a entidade, o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) atingiu 119,3 pontos em agosto. Valores acima de 100 indicam expectativa positiva.

Valor

Em julho, o Inec havia ficado em 116,8 pontos. O maior valor já registrado pelo índice, cuja série histórica começou em 2001, foi o de dezembro do ano passado, quando ficou em 117,2 pontos.

Segundo a CNI, o resultado foi puxado pelas expectativas de queda do desemprego e da inflação. O indicador que mede a evolução do desemprego para os próximos seis meses teve alta de 8,6% em agosto, atingindo o maior valor da série histórica.(Folhapress)


Fonte: O Popular