Cardápio: Jantinha Goiana

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Combinação de espetinho com jantinha é campeã na preferência dos goianos, domina cardápios e ganha até versão gourmetizada
Tem coisa mais típica do happy hour em Goiânia do que espetinho? Tem. Adicione ao churrasquinho uma porção de mandioca, feijão tropeiro, vinagrete e arroz e está pronta a “jantinha”, campeã dos cardápios de quem busca comida popular com um toque de informalidade. Que o espetinho é uma das iguarias mais pedidas da cidade nunca houve dúvidas. Fumaça em Goiânia há bastante tempo deixou de ser sinônimo apenas de incêndio.

Quem anda pelas calçadas da cidade, em especial no Centro e em locais com grande concentração de público como terminais de ônibus, dificilmente fica imune ao fumaceiro e ao cheiro de carne assada. Mas como um churrasquinho sozinho nunca fez verão, aos poucos, outros ingredientes foram adicionados. Primeiro a mandioca, depois o feijão tropeiro, um vinagrete para aumentar o sabor e, por último, o arroz porque ninguém é de ferro.

Nasceu a jantinha que hoje disputa em pé de igualdade com os sanduíches de pit dogs da cidade o título de legítimo fast food dos goianos. A origem é incerta, mas a combinação se espalhou pelos quatro cantos da cidade. “Quando a gente começou a vender com esse nome jantinha, muita gente confundia e pedia um ‘almocinho’ ou ‘comidinha’. Fomos pioneiros na cidade. Hoje em cada setor da cidade tem pelo menos cinco lugares vendendo jantinha”, explica Orlei Beraldo da Silva, um dos proprietários do Jantinha Grill, no Parque Amazônia.

O lugar vive cheio e recebe gente da cidade inteira em busca da famosa combinação que eles garantem ter nascido no lugar. Tanto que até registraram o nome “jantinha”. Um orgulho do estabelecimento é a rapidez no atendimento. O tempo médio entre o pedido e a chegada da jantinha à mesa é de cinco minutos. O cliente pode escolher entre 18 tipos de espetinhos, de carne vermelha, frango, linguiça e queijo. Nem o fato de não vender bebida alcoólica - os donos são evangélicos - afasta a clientela que lota as mesas distribuídas na calçada. Em dias de maior movimento, chega a vender 2,2 mil jantinhas em uma noite.

A jantinha é um reforço para o espetinho, que tem na fumaça sua maior arma de marketing. É ela que atrai o cliente. “O churrasquinho acompanhado da jantinha é a cara de Goiânia”, explica o comerciante Rogério Fernandes Duarte, o Rochinha, dono de bar, no Setor Oeste. O Bar do Rochinha chega a vender 400 espetinhos por noite e o ritmo de produção é acelerado. Rochinha acompanha de perto o preparo das jantinhas que segue a fórmula consagrada: arroz soltinho, mandioca derretendo, feijão tropeiro com muito torresmo e vinagrete saboroso. “O segredo é cozinhar tudo com amor”, ensina.

Além do sabor, a mini refeição tem vantagens óbvias como o baixo preço se comparada a um jantar convencional. O preço da jantinha varia entre R$ 10 e R$ 15 já com o espetinho da preferência do consumidor. O cliente tem ainda opção de comer no estabelecimento - que muitas vezes pode ser até a garagem de uma residência com algumas mesas na calçada - ou levar para casa. Nesse caso, a jantinha vai em uma marmita e o espetinho enrolado em papel alumínio para chegar ainda quentinho. Em Goiânia, é sempre bom lembrar que onde há fumaça, pode também haver delícias de dar água na boca.

Jantinha Grill: Avenida Terezinha de Morais, qd. 197, lt. 3, Parque Amazônia
Bar do Rochinha: Rua R-11, nº 240, Setor Oeste. Telefone: 3293-0959
Tomateiro Restaurante: Rua T-53, qd. 94, lt. 2, nº 467, Setor Bueno. Telefone: 3626-1165

Fonte: Jornal O Popular