BRT não terá plataforma antes da Avenida Anhanguera
Mudança foi solicitada pelo Iphan devido à proximidade com o prédio histórico do Grande Hotel
lgumas alterações no projeto original do BRT (sigla em inglês para Bus Rapid Transit - Transporte Rápido por Ônibus) foram apresentadas oficialmente ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) pelo consórcio responsável pela obra na manhã de ontem. A principal delas é a localização das plataformas próximas ao cruzamento das Avenidas Goiás com Anhanguera, no Centro, região que faz parte do traçado viário dos núcleos urbanos pioneiros tombado pelo órgão nacional.
As plataformas, que antes estavam antes da Avenida Anhanguera, devem ser instaladas após a avenida, entre ela e a Rua 4. Além disso, devem ficar alinhadas, o que não estava previsto no projeto original.
As mudanças fazem parte de uma série de alterações pedidas pelo Iphan para que as intervenções realizadas pelo BRT não interfiram no patrimônio histórico da Capital goiana. Nesse sentido, o instituto avaliou que a localização das plataformas apresentadas no projeto original do corredor de ônibus rápido na região interferiam na estética-visual da Avenida Goiás. A antiga localização das plataformas de embarque e desembarque atrapalhavam a visualização de prédios históricos nas proximidades, principalmente do Grande Hotel de Goiânia - primeiro da cidade, datado de 1937, e que carrega traços de art déco. O POPULAR havia adiantado na edição de ontem que as plataformas de embarque e desembarque, que têm padronagem de 60 metros de comprimento, seriam também modificadas e construídas com vidro transparente para não obstruir a visibilidade dos prédios históricos.
No projeto apresentado pelo Consórcio BRT, as plataformas eram desalinhadas entre si, de modo que aumentavam a amplitude de obstrução visual dos prédios históricos.
De acordo com o Iphan, pelo projeto original no BRT, 10 plataformas interceptam a área de tombamento federal do acervo arquitetônico e urbanístico art déco de Goiânia. São duas (ida e vinda) plataformas na porção sul da Praça Cívica; duas na porção norte; duas próximas à Avenida Anhanguera; duas próximas à Avenida Paranaíba e outras duas próximas à Estação Ferroviária/Praça do Trabalhador (antes da Avenida Independência).
Avaliação
A coordenadora técnica do Iphan, Beatriz Otto de Santana, avalia que há uma evolução entre a primeira proposta e a apresentada ontem. No entanto, as alterações não são permanentes, já que o projeto é modificado a partir de reuniões técnicas entre membros do consórcio e o instituto. “Entendemos que o BRT é fundamental para a cidade, já que a mobilidade urbana é um grande nó. Assim, essas negociações funcionam para unir mobilidade e preservação do patrimônio e acontecem de forma permanente ao longo do projeto”, diz.
A parte do corredor de ônibus rápido que passa pelo traçado viário tombado é analisada pelo corpo de arquitetas do Iphan depois que as propostas são entregues pelo consórcio. Não há um prazo para que o projeto seja finalizado. Cada grupo de detalhe é analisado de forma separada. Assim, um relatório é produzido dentro de prazo máximo de 45 dias, com os pontos aceitos e os que devem receber alterações.
Avaliação de impacto abrange VLT
Mesmo paralisadas, as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), no Eixo Anhanguera, também passa por avaliações técnicas de impacto no patrimônio histórico de Goiânia. O Iphan pediu detalhes sobre as plataformas de embarque e desembarque nas proximidades do Teatro Goiânia e da mureta do Lago das Rosas, no Setor Oeste, ambos tombados pelo Governo Federal. O último relatório foi produzido em julho deste ano.
A ordem de serviço do VLT deve ser assinada apenas no final deste ano ou em 2016, por depender de o Estado garantir contrapartida de quase R$ 900 milhões ao empreendimento.
Fonte: Jornal O Popular