Prefeitura quer tirar do papel Sistema Cicloviário

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Paulo Garcia promete até final de seu mandato 140 km de ciclovia, com trechos interligados entre si e aos terminais de ônibus

O prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, quer tirar do papel o Sistema Cicloviário da capital, criado em 2007 pela Lei Complementar nº 169, ainda na gestão de Iris Rezende (PMDB).  A norma  regula  “o uso da bicicleta e o sistema cicloviário, integrando-os aos sistemas municipal viário e de transportes, de modo a alcançar a utilização segura da bicicleta como veículo de transporte alternativo”.

A intenção do prefeito foi manifestada ontem entrevista à Rádio 730.  Segundo Garcia, serão entregues cerca 140 quilômetros de ciclovias até o final de seu mandato. Este número inclui as rotas de ligação entre ciclovias de diferentes pontos. Esse era, inclusive, o principal foco de críticas de especialistas e da população em geral.

Segundo a prefeitura, após a conclusão do corredor da avenida T-7, serão realizadas novas obras que a conectarão a uma ciclovia maior que vai da Praça Universitária ao Terminal Bandeiras, passando pela Praça Cívica. Esta será apenas a primeira etapa da interligação de todas as ciclovias da cidade por meio do “polígono cicloviário”. A intenção desse sistema cicloviário é também ligaras as ciclovias aos terminais de ônibus.

O ex-titular da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Sustentável (Semdus) e atual presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) de Goiânia, Nelcivone Melo, esteve muito próximo durante o processo de planejamento das ciclovias e conta detalhes. “Tivemos reuniões com cicloativistas e ouvimos suas demandas. Não executamos o que estava previsto anteriormente por carência de recursos, não por falta de interesse”, pontua.

Investimentos

Sobre investimentos em um sistema cicloviário, o que se pode constatar é que até o momento foram implantados bicicletários nos terminais Isidória, Bandeiras e Cruzeiro do Sul, isso em  2009. De lá para cá, segundo dados fornecidos pelo Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), Goiânia implantou 5,7 quilômetros de ciclovias, divididos entre o Corredor Universitário e a Avenida T-63.

Ao longo do novo corredor da T-7, cuja obra deve terminar até fevereiro do ano que vem, está prevista a construção de um quilômetro de ciclo-faixa intercalada com quatro quilômetros de ciclovia e 3,2 quilômetros de ciclo-rotas (espaço onde a circulação das bicicletas é compartilhada com veículos). As obras do corredor exclusivo do BRT Goiás Norte-Sul, iniciadas neste ano, também preveem articulação com ciclovias.

Usuários

A possível retomada de um plano cicloviário para capital é vista com bons olhos por usuários de longa data do veículo de duas rodas. O advogado Eduardo da Costa Silva, integrante do movimento Pedal Goiano, faz da bicicleta seu meio de condução preferencial há seis anos. Sua maior crítica sobre as ciclovias atuais residem no fato de estarem isoladas em si mesmo, e por isso servirem apenas para fins de lazer. “As ciclovias não podem ir do nada par alugar nenhum”, defende ele. “Elas precisam estar inseridas em um contexto mais amplo e ligar a terminais de ônibus, por exemplo.”

A Prefeitura de Goiânia também está concluindo o processo licitatório para a realização de obras em mais cinco corredores preferenciais nas avenidas T-9, 85, Independência e 24 de Outubro. Além disso, o corredor da T-63 deve receber mais 6,8 km de trechos cicloviários e 100 paraciclos.

Fonte: Jornal O Hoje