Credeqs: obras sem previsão de término

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Cinco unidades dos Centros de Recuperação para Dependentes Químicos seguem sem a expectativa de conclusão

As cinco unidades em construção dos Centros de Recuperação para Dependentes Químicos (Credeq), que prevêem atendimento e tratamento integral a dependentes químicos, seguem sem previsão de conclusão, segundo a assessoria da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop). Quatro dos Credeqs, nas cidades de Morrinhos, Caldas Novas, Quirinópolis e Goianésia seguem com menos da metade das obras concluídas. Já o Credeq de Aparecida de Goiânia, previsto para ser o primeiro a funcionar, está com as obras atrasadas em relação ao cronograma original e também não há data prevista para funcionar, faltando 10% para sua conclusão.

O Credeq de Aparecida de Goiânia, quando pronto, fará parte da Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde (SUS) e será integrado aos demais serviços públicos de saúde que atendem os usuários de drogas. A unidade tem capacidade para 96 internos e previsão de atendimento para 2.200 consultas em clínica geral, psiquiatria e pediatria por mês.

Dos 62 profissionais aprovados no processo seletivo da Associação Comunidade Luz da Vida, responsável pelo Credeq, apenas 21 estão ativos. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO), os profissionais não têm as vagas asseguradas e foram selecionadas com uma expectativa de contratação, mas devem ser convocadas de acordo com a oportunidade e disponibilidade da Organização Social responsável, já que a validade do processo é de seis meses e a primeira convocação foi feita em março.

Recuperação

De acordo com o Dr. Luis Gonzalo, médico psiquiatra e especialista em Dependência química, os centros de reabilitação são importantes para ajudar a difícil missão de quem precisa largar o vício. “A média de reabilitados em unidades como estas que estão sendo feitas, é de aproximadamente 30%, depende da intensidade do trabalho, mas é um número considerado positivo visto que é um processo que demanda tempo e atenção”, afirma o especialista.

Em média a recuperação é em cerca de 90 dias, porém Gonzalo explica que existe uma idéia falsa, onde apenas largar a droga não basta. “Muitos caem no vício por casos de agressão, ou distúrbios psicológicos. A pessoa que possui o vício tem que aprender a lidar com a mudança”, diz. “A droga, seja o álcool, crack ou outras substâncias lesa o cérebro, por isso muitos tem dificuldade até mesmo de leitura com o tempo. É fundamental um trabalho com a família para saberem lidar com o paciente”, completa.

Projeto

Os Credeqs serão divididos em três núcleos de atendimento separados por faixa etária, sendo infantil, adolescente e adulto. Cada unidade vai contar com um centro de atenção psicossocial e casa de desintoxicação com sala de reanimação. Além disso, alguns pacientes poderão ficar em uma casa de acolhimento transitório, onde participarão de atividades ocupacionais como, por exemplo, o cultivo de hortas e hortaliças.

O projeto prevê também áreas verdes, esportivas e destinadas ao lazer e recreação, além de uma biblioteca, sala de computação e praças de convivência, com objetivo de fazer com que os internos tenham condições para reinserção social. O tratamento que será integralmente pelo SUS, é baseado em 13 princípios, aceitos internacionalmente, que prevêem o atendimento individualizado e a inclusão de terapias em grupo e com a família. Está previsto também, pelo governo de Goiás, um projeto para erguer mais cinco Centros em Formosa, Luziânia, Anápolis, Mineiro e Catalão.

Fonte: Jornal O Hoje