Requalificação da Praça Cívica começa em janeiro

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Licitação foi homologada esta semana pela Prefeitura e o valor orçado para a obra é de R$ 12,5 milhões

Estão previstas para janeiro próximo o início das obras de requalificação da Praça Cívica. Pelo menos é o que garante o titular da Secretaria de Desenvolvimento Urbano Sustentável (Semdus), Paulo César Pereira. A licitação da obra foi homologada na segunda-feira pela Prefeitura de Goiânia.

O secretário disse que aguarda a passagem do período de festas de fim de ano para dar início aos trabalhos que prevê mudanças em toda a infraestrutura da principal e mais famosa praça da capital. “Vamos começar os trabalhos pela base, passando pelas instalações elétricas, recuperação das fontes luminosas e resgate de detalhes originais como o revestimento das fontes”, disse. A estátua de Pedro Ludovico, hoje ao lado do Palácio das Esmeraldas, irá mudar para um local mais visível e o Monumento Às Três Raças sofrerá alterações apenas em sua base, com a retirada da estrutura de degraus. Segundo o secretário, os aspectos históricos serão preservados.

De acordo com Paulo César, a obra de requalificação está orçada em R$ 12,5 milhões e tem o objetivo de devolver ao goianiense um dos espaços mais tradicionais da capital. “Iremos transformar a praça em um espaço de permanência, contemplação e visitação turística”, declarou.

Estacionamento

Mesmo sem começar as obras, uma ponte promete ser o mais polêmico na requalificação da Praça Cívica, o fim do estacionamento público no local. Sobre esse ponto as opiniões se dividem, mas mesmo assim o secretário garante que a decisão é inevitável. “O trabalho a ser feito vai assegurar os espaços públicos à população, por isso, é indispensável a retirada permanente de todos os veículos do local”.

O advogado Adelino Menezes Bosco, 27 anos, trabalha na Avenida Goiás. Mesmo usando todos os dias o estacionamento, ele defende a revitalização. “Com o fim do estacionamento, eu terei de buscar como alternativa um estacionamento privado, mas eu sou a favor, pois a prioridade para a comunidade é revitalizar o espaço”. Já o analista de sistemas Abrão Barbosa dos Santos, 31 anos, que trabalha nos Correios em frente à praça, diz ser positiva a iniciativa, mas ressalta que o déficit de vagas no centro será maior após o fim do estacionamento público. “A iniciativa sem dúvida é importante, mas vamos ficar sem lugar de estacionar e terminaremos tendo como alternativa os estacionamentos privados”, pondera.

Secretário diz que mobilidade será prioridade

Paulo César diz que a atitude é uma questão de prioridade. “Precisamos estimular o uso do transporte coletivo e mudar a lógica de pensar espaços públicos apenas para os veículos; não podemos continuar estreitando canteiros e calçadas em função de veículos”, argumenta.

Com o fim do estacionamento, irão sobrar carros nas adjacências da Praça Cívica. Um estacionamento subterrâneo no local está descartado pela Prefeitura. O secretário municipal de transportes, José Geraldo Fagundes Freire, declarou à reportagem que a política de mobilidade urbana para os arredores da Praça Cívica, deverá ser realizada após as festas de fim de ano. “Depois desse período que se intensifica o trânsito, vamos melhorar os semáforos e as sinalizações horizontais e verticais”.

Parceria

Para o engenheiro civil e mestre em transportes e trânsito, Renato Mundim, a Prefeitura acerta ao extinguir o estacionamento da Praça Cívica. A mudança, de acordo com ele, é um passo para desafogar a quantidade de veículos do centro da cidade, mas o estudioso alerta para a necessidade do Poder Público oferecer alternativas à população. “Não adianta retirar o estacionamento e não pensar antes em como ficará o trânsito e as ruas próximas à praça”, alerta.

Mundim aponta para a possibilidade da criação de parcerias com a iniciativa privada e utilização de políticas de incentivo ao transporte alternativo. “A Prefeitura pode incentivar as pessoas a deixarem os veículos um pouco mais longe em estacionamentos privados para se conduzirem até o local de trabalho de bicicleta ou em outro transporte como vans, iniciativas como essa já acontecem em outros estados”.

Fonte: Jornal O Hoje