BRT Norte-Sul: Proposta fica 24% abaixo do teto

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Consórcio integrado por três empresas vai executar as obras por R$ 242,2 milhões

O resultado da abertura dos envelopes com as propostas das empresas interessadas em executar a obra do Corredor Goiás BRT Norte Sul, em Goiânia, surpreendeu representantes da Prefeitura. Esperava-se que o menor valor proposto pelas nove concorrentes atingisse um porcentual de desconto entre 18% e 20%, em relação ao preço máximo permitido, conforme o edital de licitação, que é de pouco mais de R$ 322,7 milhões. O consórcio integrado pelas empresas Isolux, EPC e WVG, no entanto, estimou a execução do Bus Rapid Transit (BRT), que vai ligar as Regiões Sul e Norte da capital, em R$ 242,4 milhões, valor 24,8% menor que o teto estipulado.

A sessão de abertura dos envelopes aconteceu ontem à tarde na Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC). Presente à reunião, o coordenador do BRT na Prefeitura de Goiânia, Ubirajara Abud, explicou que agora começa a fase de avaliação e análise das planilhas de custos apresentadas pelo consórcio vencedor. “Ainda não existe um ganhador oficial. Isso só será definido depois de verificarmos tudo, para ver se não existem vícios ou disparidades na proposta”, explicou. Se for identificado algo que comprometa a execução da obra, a segunda colocada na abertura de envelopes pode assumir o posto.

A empresa que ficou em segundo lugar é a EIT Engenharia S.A., cujo valor proposto foi de R$ 255,6 milhões, ou seja, R$ 13 milhões mais caro que o da primeira colocada. Se nada de errado for constatado nas planilhas apresentadas pelo Consórcio Isolux, EPC e WVG, ele será declarado vencedor da licitação, com subsequente publicação no Diário Oficial do Município (DOM) e com prazo de cinco dias úteis para as demais empresas recorrerem da decisão. Ubirajara Abud alertou ontem o representante do consórcio que, se tudo estiver de acordo, o prefeito Paulo Garcia (PT) pretende assinar o contrato de execução da obra ainda este ano e, com isso, garantir o início no primeiro semestre de 2015.

Outros que se surpreenderam com o valor foram o presidente da Comissão de Licitação da CMTC e engenheiro especialista do projeto do BRT, Benjamin Kennedy, e o responsável pela fiscalização da obra, o também engenheiro Leandro Helou. “A Prefeitura estimava algo na faixa de R$ 275 milhões e R$ 280 milhões. O valor vencedor é considerado baixo”, reconhece Kennedy. Helou frisou, no entanto, que a empresa ou as empresas vencedoras terão de honrar o acordo e o valor apresentado, porque a obra possui caráter executivo, com recurso da União e cujo preço só pode ser acrescido, de acordo com o reajuste anual do índice que rege o setor da construção civil.

HABILITAÇÃO

Fora esse aspecto, as empresas que integram o consórcio foram aprovadas na fase de análise dos documentos obrigatórios, que servem para atestar a habilitação jurídica, a regularidade fiscal e a qualificação técnica, econômica e financeira das concorrentes. A Isolux, a EPC e a WVG são consideradas empresas grandes, que comprovaram um capital mínimo em caixa de R$ 32 milhões, requisito também estipulado pelo edital.

A Isolux é originalmente espanhola, que se nacionalizou no Brasil. A EPC e a WVG são empresas brasileiras, com sedes em Belo Horizonte (MG) e São Paulo (SP). Se forem decretadas vencedoras do processo licitatório, elas terão 20 meses para executar a obra, com previsão de término em dezembro de 2016. O corredor terá 21,7 quilômetros, entre os terminais Cruzeiro, em Aparecida de Goiânia, e Recanto do Bosque, na Região Norte da capital.

Fonte: Jornal O Popular