“Teremos mudanças no trânsito em curto prazo”
Cileide Alves, editora-executiva de O Popular
Prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, ao Face a Face, responde a perguntas dos leitores
O prefeito Paulo Garcia (PT) vai propor ao governador Alcides Rodrigues (PP), em uma audiência prevista para segunda-feira, a cogestão do Eixo Anhanguera, atualmente administrado pela Metrobus. A concessão do eixo vence em dezembro e a Prefeitura exige investimentos do Estado para sua renovação.
Reportagem do POPULAR nesta semana mostrou que o número de passageiros do Eixo Anhanguera, que ligas as Regiões Leste e Oeste da capital, triplicou desde que o governo reduziu à metade o preço da tarifa, mas que a área dos terminais e o número de ônibus não foi alterada.
Paulo Garcia, que se envolveu em uma polêmica nesta semana ao dizer que o debate sobre a qualidade do transporte coletivo se intensificou por questões eleitorais, admite nesta entrevista ao Face a Face que o transporte de Goiânia tem vários problemas. Ele revela que criou uma comissão para propor mudanças também no trânsito da cidade e prometeu anunciar as medidas na próxima semana.
Em uma hora de entrevista, o prefeito fala ainda sobre o zoológico de Goiânia, drenagem urbana, falta de acessibilidade nas calçadas, entre outros assuntos.
(Felipe Velasco) - Os problemas de drenagem urbana em Goiânia vêm se acumulando. Quais são as propostas da atual administração para solucioná-los?
O problema de drenagem, em todas as grandes cidades brasileiras é um grave problema. Até porque culturalmente nós temos nos descuidado, não permitindo que áreas permeáveis existam em números ou quantidades como anteriormente. Goiânia, não é uma exceção. Mas temos algumas características que não a torna uma cidade tão passível das consequências maléficas de grandes quantidades de chuva como outras cidades brasileiras. É uma cidade muito plana, não é uma cidade que tenha grandes desníveis. O prefeito Iris Rezende se preocupou com esse problema, promovendo obras infraestruturais que agiram preventivamente e também com projeto habitacional retirando das áreas de risco pessoas que não tinham onde morar. No meu primeiro dia de mandato houve talvez uma das maiores chuvas dos últimos 30 ou 40 anos em Goiânia. Aí, nós tivemos alguns problemas. E eu me lembro bem onde eles foram. Um na Vila Roriz, que é um problema crônico, que foi atenuado, porque o prefeito Iris tinha realizado obras infraestruturais lá. A inundação desta vez foi muito menor. Teve um outro problema próximo ao trevo do Gato Preto. Nós imediatamente agimos. Na Vila Roriz, nós providenciamos a limpeza da área, a revitalização da camada asfáltica. Lá no trevo do Gato Preto nós providenciamos também a recuperação imediata. Tivemos um problema mais sério ali próximo ao Ribeirão Anicuns, três casas que foram completamente inundadas. Fizemos a limpeza imediata, a recuperação de calçadas, determinei até que a Comurg participasse da recuperação das residências; chamei a Secretaria de Habitação para que cadastrassem aquelas três famílias para que promovamos em curto espaço de tempo a transferências. Temos buscados recursos federais para trabalhar as áreas de erosões. Temos um grande projeto que está no início, o projeto Macambira a Anicuns, que é fantástico. Estamos trabalhando na implementação do Plano Diretor de Drenagem. Nós estamos agindo, você não tenha dúvida.
(Valtuir Silva) - O ex-prefeito Iris prometeu a construção de três grandes lagos em Goiânia, que até hoje ainda não saíram do papel. Penso que o sr. deveria encampar a construção desses lagos.
Esses lagos são os parques ambientais. Que funcionam como área de lazer, convivência, preservação ambiental e prevenção a inundações e erosões. Todos os projetos estão em andamentos. Na sua primeira gestão do prefeito Iris, Goiânia contava com 6 parques hoje são 23. Existem vários outros que estão em andamentos. Nós temos ali no final do Nova Esperança ali tem o Córrego Caveirinha. Já estamos na parte da terraplenagem. Nós temos o parque Campina das Flores, estamos terminando agora a desapropriação dos imóveis que são necessários para construção. Nós temos o Parque Leonídio Ramos Caiado, na Perimetral Norte, que vai ser belíssimo, já em fase de execução. Nós estamos no término da revitalização do Lago das Rosas. Mas existem outros, que dentro das nossas possibilidades orçamentárias eles estão sendo feitos.
(Ulisses de Souza) - Faz uns oito anos que a Marginal Cascavel e a Ponte ligando a Vila União ao Jardim América está sem solução. A população continuará prejudicada?
Eu imagino que seja a ponte da T-8 com a Avenida Alpes. Se não ocorrer nenhuma protelação judicial, na segunda-feira, no mais tardar na terça-feira, eu assino a ordem de serviços para as obras serem iniciadas. É um processo licitatório em que houve uma demanda entre as empresas que concorreram.
(Tiago Miranda) - É sabido que a Prefeitura de Goiânia vem arrecadando cada vez mais. Como o sr. vai manter esse aumento na arrecadação sem onerar a carga tributária do cidadão goianiense?
Não tem havido oneração tributária do goianiense. Nós estamos dentro dos padrões do País. Há sim, quem questione até com fundamento que a carga tributária é elevada. Se há um aumento do ponto de vista absoluto, é porque Goiânia tem se desenvolvido muito e tem gerado muitos impostos. Não há governante que, se houvesse possibilidade, não reduziria a carga tributária. Mas, em compensação, a máquina pública que tente atender aqueles mais providos de recursos, carentes, aqueles que precisão da ação do poder público como indutor de política seja afirmativa, não há outra fonte de recursos se não os tributos.
(Luiz Rômulo Marcos Barbosa) - Eu queria saber do sr. se vai convocar os concursados na Saúde municipal?
A grande verdade é que nós temos feitos a convocação dentro das nossas necessidades e possibilidades. Dentro das nossas necessidades, fazemos a convocação dentro daquela reserva técnica. Da possibilidade, à medida em que nós temos recursos e que a Legislação nos permita, pois temos a lei de responsabilidade fiscal.
(Eurico Brizola Ferracioli) - O sr. não acha que é muita falta de personalidade pública tratar um assunto tão grave, como o caos no sistema de transporte coletivo, apenas como “perseguição política”, “intrigas da oposição”?
Eu respeito todas as manifestações. Mas penso que o que falei não foi compreendido por esse nosso amigo. Eu sempre reconheci que há necessidade de melhorias e de avanços na questão amplamente falando de mobilidade urbana e aí pontualmente referente ao transporte coletivo ao trânsito. Sei que estamos atuando. O que eu disse em algumas entrevistas foi que, na minha avaliação, e é uma avaliação técnica não é um sentimento pessoal, não é um achismo, é que não houve nenhuma grande mudança do ponto de vista substancial, marcante, nas questões relacionadas ao transporte coletivo e ao trânsito. Isso não significa que eu não tenha reconhecido, que problemas existem, e nós vamos apresentar solução. Eu disse que esse assunto só está tão intensamente pautado porque nós estamos em um ano eleitoral e reafirmo isso. Se nós estivéssemos em um ano eleitoral e se não houvesse pessoas que não têm a pretensão de fazer disso um palanque político, nós estaríamos discutindo esse tema com a seriedade que é pertinente e necessária. Chamei para mim pessoalmente a condução desse problema, criei uma comissão enxuta, composta pelos responsáveis da área de transporte coletivo, pelos responsáveis pelas áreas de trânsito, pelos concessionários, por aqueles da iniciativa privada que são concessionárias do transporte coletivo. E tenho procurado um diálogo com o governo estadual por que, por mais que a população não compreenda, na prática nós temos dois sistemas que não necessariamente formam um sistema único, como deve ser o transporte coletivo. Todas as linhas alimentadoras são concessão à iniciativa privada e o Eixo Anhanguera é uma concessão ao governo do Estado de Goiás. Já me coloquei à disposição do governador para discutir o tema. Estou disposto a organizar a minha agenda à dele, porque acho que é um assunto de primeira importância que nós temos de resolver imediatamente. Acho que esse assunto nós precisamos abordar com mais detalhamento. Vamos conversar tecnicamente. Na nossa visão, quais são os problemas do Eixo Anhanguera? Precisamos, primeiro, de uma renovação da frota. A frota está com grande tempo de uso. Ouvi um ex-presidente da Metrobus essa semana, em uma entrevista, dizendo que uma vida máxima desses ônibus é de 12 anos. Os de lá já estão com 11. Portanto, quando nós pedimos para renovar é porque realmente está em necessidade. Nós precisamos também aumentar o número de ônibus para que o intervalo seja reduzido e responda mais à demanda daqueles que utilizam. Nós precisamos também prolongar (o Eixo) para a região oeste da cidade. Nós precisamos criar um “Y” com ramal em direção à região lá do Vera Cruz, quase já com a divisa com Trindade, e um outro ramal para a Região Noroeste. Provavelmente aí os técnicos vão definir, chegando no mínimo até à Vila Mutirão. E para o lado leste da cidade nós precisamos caminhar com o Eixo até Senador Canedo. Até que nível nós vamos chegar os técnicos vão afirmar. Nós precisamos resolver os problemas das plataformas e dos terminais, que estão com a utilização muito acima de sua capacidade, como o Terminal da Praça da Bíblia, da Praça A, do Dergo, do Padre Pelágio. Nós precisamos, eu quero propor ao governador, uma cogestão dessas plataformas, desses terminais, para que nós possamos resolver esse problema. Em relação às linhas alimentadoras, nós precisamos criar vias expressas, e vamos determinar que isso exista. Determinei que algumas linhas que foram retiradas retornem ao seu tratado original. Pecisamos também resolver alguns problemas de trânsito que interferem diretamente na circulação do ônibus. Teremos alguns eixos preferenciais e de exclusivos, que já estão em plantação, um na T-7 outros na T-9. São eixos preferenciais, porque vai ter também espaços para carros. Temos de resolver alguns problemas de estrangulamentos. Eu tenho só 37 dias de mandatos e já duplicamos avenidas necessárias para melhor fluidez do trânsito, uma delas próximo ao campus universitário. Resolvemos problemas de congestionamento na Perimetral Norte com Avenida Pedro Paulo. Retiramos a rotatória e implantamos sinalização semafórica. Algumas alterações pontuais precisam ser realizadas urgentemente. Por exemplo, vamos retirar algumas rotatórias na T-63, do Setor Bueno até ao Parque Anhanguera. Vamos impedir o retorno à esquerda, principalmente nas vias arteriais, aquelas que alimentam todo o trânsito. Precisa-se fazer a alça na quadra para que o cruzamento aconteça. Precisamos retirar o semáforo de três tempos nessas vias também. Fazer uma manifestação pública de tudo que será feito, além do que eu já adiantei. Soluções de curtíssimo, de médio, de longo prazos começarão a ser aplicadas.
(David Faria) - Se o senhor escolher um terminal qualquer da grande Goiânia, sem avisar a CMTC, o sr. imagina que irá encontrar o quê?
Eu reconheci publicamente quatro terminais que eu sei que estão acima da sua utilização permitida, como Terminal Praça da Bíblia, Praça A, e o Dergo e Terminal Padre Pelágio. Todos eles hoje não apresentam uma qualidade de serviço compatível com a necessidade, mas eu não tenho como resolver esse problema isoladamente nem em curto espaço de tempo. E tem o terceiro componente. Programas precisam de financiamentos e os nossos recursos são limitados. Nós elegemos prioridades e vamos realizando. Mas podem ter certeza que trânsito e transporte coletivo serão uma das prioridades no nosso governo. Vamos anunciar que nos próximos dez dias, no máximo, grandes ações para solucionar esse problema. Precisamos embarcar tecnologia no trânsito, fazer com que a sinalização semafórica seja toda padronizada e atue de forma sincronizada. Dentro dos ônibus podemos ter tecnologia que os sinais percebem quando eles estão vão fechando os cruzamentos e abrindo para que eles passem de forma mais rápida. Nós precisamos acentuar a sinalização vertical e horizontal da nossa cidade. Tudo será feito.
(Carlos Roberto Gontijo) - Há cerca de dez anos temos notícias sobre a instalação de um metrô subterrâneo. De lá para cá os projetos não evoluíram. O metrô não estará incluído nos debates urbanos de nossa capital?
Metrô é uma aspiração de todas grandes cidades. É evidentemente que eu gostaria de que Goiânia tivesse 100, 300 quilômetros de linhas de metrô. Eu quero, vou lutar para isso. Agora, não vou ser irresponsável de agir como já agiram governantes anteriores que prometeram metrô, afirmaram, inclusive, prazo de entrega e nunca saiu do papel. Nem projeto existe, nem projeto básico existe. Eu sou uma pessoa séria, o que eu disser, o que é factível, é realizado. Só que o metrô é uma obra extremamente cara. Não há municípios brasileiros que tenham recursos próprios que podem realizar essa obra. Esses recursos precisam vir do governo federal e de fontes financiadoras internacionais. Hoje em dia, em razão da grave crise econômica mundial, é muito difícil financiamento internacional para esse tipo de obra. Mas existe. As cidades envolvidas com a Copa e as Olimpíadas são preferencialmente receberão esses recursos. Existem outras opções, como os chamados veículos leves. Quais seriam as únicas linhas que podemos afirmar que seria necessário: um Eixo Norte-Sul e um Eixo Leste-Oeste. Mas temos aí mais de 700 e tantas linhas de transporte coletivo que vão continuar existindo. Elas são alimentadoras e elas levam dos terminais do metrô de terminais existentes para os destinos finais. O que é coletivo tem de ser olhado de forma preferencial em relação ao individual.
Fonte: Goiás Net
(David Faria) - Se o senhor escolher um terminal qualquer da grande Goiânia, sem avisar a CMTC, o sr. imagina que irá encontrar o quê?
Eu reconheci publicamente quatro terminais que eu sei que estão acima da sua utilização permitida, como Terminal Praça da Bíblia, Praça A, e o Dergo e Terminal Padre Pelágio. Todos eles hoje não apresentam uma qualidade de serviço compatível com a necessidade, mas eu não tenho como resolver esse problema isoladamente nem em curto espaço de tempo. E tem o terceiro componente. Programas precisam de financiamentos e os nossos recursos são limitados. Nós elegemos prioridades e vamos realizando. Mas podem ter certeza que trânsito e transporte coletivo serão uma das prioridades no nosso governo. Vamos anunciar que nos próximos dez dias, no máximo, grandes ações para solucionar esse problema. Precisamos embarcar tecnologia no trânsito, fazer com que a sinalização semafórica seja toda padronizada e atue de forma sincronizada. Dentro dos ônibus podemos ter tecnologia que os sinais percebem quando eles estão vão fechando os cruzamentos e abrindo para que eles passem de forma mais rápida. Nós precisamos acentuar a sinalização vertical e horizontal da nossa cidade. Tudo será feito.
(Carlos Roberto Gontijo) - Há cerca de dez anos temos notícias sobre a instalação de um metrô subterrâneo. De lá para cá os projetos não evoluíram. O metrô não estará incluído nos debates urbanos de nossa capital?
Metrô é uma aspiração de todas grandes cidades. É evidentemente que eu gostaria de que Goiânia tivesse 100, 300 quilômetros de linhas de metrô. Eu quero, vou lutar para isso. Agora, não vou ser irresponsável de agir como já agiram governantes anteriores que prometeram metrô, afirmaram, inclusive, prazo de entrega e nunca saiu do papel. Nem projeto existe, nem projeto básico existe. Eu sou uma pessoa séria, o que eu disser, o que é factível, é realizado. Só que o metrô é uma obra extremamente cara. Não há municípios brasileiros que tenham recursos próprios que podem realizar essa obra. Esses recursos precisam vir do governo federal e de fontes financiadoras internacionais. Hoje em dia, em razão da grave crise econômica mundial, é muito difícil financiamento internacional para esse tipo de obra. Mas existe. As cidades envolvidas com a Copa e as Olimpíadas são preferencialmente receberão esses recursos. Existem outras opções, como os chamados veículos leves. Quais seriam as únicas linhas que podemos afirmar que seria necessário: um Eixo Norte-Sul e um Eixo Leste-Oeste. Mas temos aí mais de 700 e tantas linhas de transporte coletivo que vão continuar existindo. Elas são alimentadoras e elas levam dos terminais do metrô de terminais existentes para os destinos finais. O que é coletivo tem de ser olhado de forma preferencial em relação ao individual.
Fonte: Goiás Net