Falta de prevenção: Hospital referência em Goiás registra aumento de 500% nos casos de sífilis

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Dados do HDT, em Goiânia, registraram, entre 2010 e 2015, um aumento maior no número de homens infectados

O Hospital de Doenças Tropicais dr. Anuar Auad (HDT/HAA), referência regional em doenças infecciosas e dermatológicas, registrou um crescimento de mais de 560% entre 2010 e 2015 de casos de sífilis, doença infectocontagiosa sistêmica, sexualmente transmissível.

No Sistema de Informação de Agravo de Notificação do hospital são registrados os casos de sífilis em adultos nas formas primárias, secundárias e terciárias. Em 2010 foram notificados 25 casos, 2 do sexo feminino e 23 do sexo masculino. Já em 2015, 167 casos foram registrados, sendo 33 do sexo feminino e 134 do sexo masculino. A variação em porcentagem foi de 568%.

Segundo a médica infectologista Luciana Oliveira, esse aumento no número de casos da doença se deve a vários fatores, como falta de esclarecimento, o não uso de preservativo, entre outros. “As pessoas não estão se protegendo e estão se expondo mais, pois a maioria não usa camisinha”, comenta Luciana.

Ela ainda ressalta que para reverter o quadro de aumento do número de casos da doença é necessária a realização de medidas educativas, reforço do uso do preservativo e que as pessoas expostas façam exame de sangue (sorologia), que serve para fazer o diagnóstico e controlar a cura da doença.

A sífilis é causada pela bactéria Treponema Pallidum e detectada pelo exame de sangue VDRL (em inglês, Venereal Disease Research Laboratory). A principal via de transmissão é por meio do contato sexual, mas também pode ser transmitida por transfusão de sangue contaminado e da mãe para o feto durante a gravidez ou no momento do nascimento, resultando em sífilis congênita.

A doença pode se manifestar em três estágios. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que a doença é mais contagiosa. Nessa época podem surgir pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas, porém, como não doem, não coçam, não ardem, não apresentam pus, e desaparecem mesmo sem tratamento, dá a ideia de melhora, apesar de a pessoa continuar infectada.

Por isso é considerada uma doença silenciosa, e pode não se manifestar por meses ou anos, até o momento em que surgem complicações graves como a cegueira, paralisia, doença cerebral e problemas cardíacos, podendo, inclusive, levar à morte.

De acordo com a infectologista, a única forma de prevenção é o uso de preservativos. “A população tem que se conscientizar que informação e camisinha são instrumentos bastante eficientes na prevenção da sífilis, Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis”, afirma.

A doença tem cura, e a recomendação é procurar por um profissional de saúde, pois só ele pode fazer o diagnóstico correto e indicar o tratamento mais adequado, dependendo do estágio da patologia. Em Goiás, o hospital referência no tratamento de sífilis é o HDT/HAA. (Assessoria ISG / HDT/HAA)