Até agora: Goiânia é a primeira cidade do Brasil onde Uber e táxi convivem pacificamente

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Há quatro dias em funcionamento na capital, nova plataforma ainda não sofreu com a hostilidade de taxistas. Veja o porquê

Brasília, Goiânia, Campinas, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba. As oito cidades têm um ponto em comum: todas contam com o serviço do Uber, empresa multinacional de transporte privado urbano. Da lista, no entanto, a capital goiana é uma exceção, já que é a única, ao menos até agora, onde Uber e táxi convivem pacificamente.

Quatro dias após o início das atividades do aplicativo em Goiânia, nenhuma ocorrência sequer envolvendo tensão entre motoristas do Uber e taxistas foi registrada. Em entrevista ao Jornal Opção, o diretor de Comunicação do Uber no Brasil, Fábio Sabba, confirmou a ausência de conflitos no trânsito da capital e deu uma explicação para o fato inédito. “Goiânia é uma cidade que abraça a tecnologia a fim da promoção da mobilidade urbana.”

A aticipicidade goiana também é fruto da atuação do próprio sindicato que representa os taxistas. À reportagem, o presidente do Sindicato dos Taxistas de Goiânia (Sinditáxi), Silone Antônio dos Santos, informou que a recomendação para evitar confrontos entre os profissionais partiu da própria entidade.

“Temos que agir com racionalidade e não deixar que nosso instinto animal faça que partamos para o confronto. Nossa orientação é no sentido de respeitar o usuário e, por respeito ao usuário, não estamos entrando em confronto”, pontuou.

Silone informou que taxistas chegaram a publicar em redes sociais e aplicativos de mensagem a intensão de depredar carros do Uber, mas o sindicato teria intervido de imediato para evitar possíveis tensões. “Quando o Uber surgiu em Califórnia, os taxistas fecharam aeroportos e a população acabou prejudicada. Resultado: o serviço de táxi caiu 60%. A gente não quer isso. Queremos mostrar para o usuário que ele está usando o transporte ilegal e clandestino”, explicou.

Ilegal ou não?

O Jornal Opção informou com exclusividade na última segunda-feira (1º) que a Prefeitura de Goiânia havia confirmado a ilegalidade do Uber e que, por isso, passaria a trabalhar na fiscalização, notificando, autuando e apreendendo os veículos que estiverem exercendo a atividade.

Representante da plataforma, Fábio Sabba discorda da prefeitura quanto à legalidade do Uber. Para ele, a ausência de uma regulamentação municipal não significa que o aplicativo seja ilegal. “Quando inventaram as redes sociais também não havia regulamentação, somente depois criaram o Marco Civil”, exemplificou.

Para atestar a legitimidade do Uber, Sabba recorre, ainda, à lei federal de 2012 que instituiu a Política Nacional de Mobilidade Urbana, permitindo o transporte motorizado de passageiros individual e privado, categoria usada pela plataforma.

Até a tarde desta terça-feira, a empresa não havia registrado nenhuma apreensão de veículo pela prefeitura. Um motorista do Uber informou à reportagem que a empresa poderia bancar as multas e apreensões feitas para que a atividade não fosse cessada, a exemplo que ocorreu em São Paulo. O diretor de comunicação, no entanto, não confirma a informação. “Caso aconteça algo do tipo, vamos discutir. Mas ainda não é o momento”, pontuou.