Estádio Serra Dourada 40 anos
Os melhores jogadores do futebol goiano em ação, num estádio moderno, era o cenário do Serra Dourada de 40 anos atrás, no dia 9 de março de 1975, quando foi inaugurado. Hoje, véspera do aniversário de quatro décadas do gigante, a maior rivalidade do Estado entrará em campo, sem empolgar, em uma realidade bem diferente. Goiás e Atlético disputarão, às 16 horas, clássico entre duas equipes que ainda patinam na competição, que tem, na liderança, dois clubes do interior.
É por esse e por outros motivos que o estádio quarentão não tem muito o que comemorar e vive do passado. A alma do estádio, construída por seus torcedores e ídolos ao longo de 40 anos, também está machucada com os episódios, nos últimos anos, de violência e baixo público – o segundo, em parte, consequência do primeiro. Um ano depois de uma Copa do Mundo que deixou ao País 12 arenas remodeladas – outras também foram construídas –, o estádio goiano tenta contornar a deterioração de seus espaços e lidar com a falta de relevância no cenário nacional.
“Na inauguração, o Serra Dourada chamou a atenção do Brasil todo. Nele, jogar e dirigir o time era diferente. O futuro é incerto. Em termos de instalações, é um estádio superado”, opina Paulo Gonçalves, técnico da seleção goiana que venceu Portugal, de virada, por 2 a 1, na inauguração.
Protagonistas do clássico desta tarde, o goleiro atleticano, Márcio, e o técnico do time esmeraldino, Wagner Lopes, revelam que as condições de trabalho não são ideais no Serra Dourada. “Em termos de conforto, a comissão técnica não tem sala separada dos jogadores para se trocar. A gente não tem onde pendurar a nossa roupa. Isso poderia ser melhorado”, cita o treinador alviverde que, também, se rende à imponência histórica do estádio. “O Serra Dourada é um mito. É um monumento histórico do futebol brasileiro.”
“É um campo muito grande para os padrões atuais. É negativo por desgastar, principalmente, as equipes que são daqui. A parte de gramado é muito boa. Por ser um estádio antigo, precisa de melhorias na acomodações para os jogadores”, opina Márcio, que reclama da distância dos torcedores para os jogadores. “Mas, a minha é uma relação de mais amor do que ódio com o Serra.”
O estádio tem projetos já elaborados para uma remodelação, prevista para ser feita quando o Estádio Olímpico puder abrigar os jogos do Goiano e dos clubes locais nas competições nacionais e internacionais. Resta que saiam do papel.
Fonte: Jornal O Popular
Foto: Ralph Paiva